110 metros com barreiras é uma prova olímpica de atletismo disputada apenas por homens. Seu equivalente feminino são os 100 metros com barreiras. Disputada como competição individual, também integra o decatlo como uma de suas modalidades.
A prova é disputada numa reta onde raias de corrida estão demarcadas. A largada é feita a partir de blocos de partida no chão da pista, como as demais provas de velocidade do programa olímpico. Nos seus 110 metros de extensão são dispostas 10 barreiras; a primeira surge 13,72 m depois da linha de partida, as seguintes têm 9,14 metros de intervalo entre si e depois da última barreira há um percurso livre de 14,02 m até à linha da meta. As barreiras têm 1,067 m de altura cada e são colocadas de modo a que caiam para a frente, caso sejam tocadas pelo corredor. O toque ou mesmo a derrubada de barreiras não é motivo de desqualificação já que, geralmente, afeta de forma negativa o tempo obtido pelo competidor. O atleta pode ser desclassificado caso invada a raia de outro atleta ou tenha um tempo de reação ao sinal de largada inferior a 0.1s, considerado uma largada falsa.[1]
O atual campeão olímpico é o norte-americano Grant Holloway e o recordista mundial é o também norte-americano Aries Merritt.[2] Alguns dos grandes nomes na história dela são Alvin Kraenzlein, que criou a técnica moderna de dar passadas sobre a barreira ao invés de simplesmente pulá-la e de dar três passos entre cada uma delas,[3] Roger Kingdom, Allen Johnson e Renaldo Nehemiah, o primeiro homem a correr a prova em menos de 13s e que nunca pode competir em Jogos Olímpicos por causa do boicote dos Estados Unidos à Moscou 1980, época de sua primazia no esporte.[4]
História
A história dos 100 m com barreiras remonta à Inglaterra dos anos 1830, quando corridas na distância de 100 jardas eram disputadas sobre barreiras de madeira. Os alunos de Oxford e Cambridge desenvolveram o evento, alongando a distância para 120 jardas (109.7m). Em 1888, a distância foi novamente alongada usando o sistema métrico, para 110 metros, pelos franceses e assim se estabeleceu.[1] Nestes primeiros tempos, as barreiras eram muito mais sólidas e duras que as atuais – bater numa delas poderia significar uma séria lesão – e a técnica para transpô-las, primitiva; os saltos eram feitos com os corredores encolhendo e juntando as pernas sob seus corpos.[3]
Mesmo com a introdução posterior de barreiras mais leves, o atleta que tocasse em três barreiras durante a corrida era desclassificado, regra que só mudou a partir de 1935, com a introdução das barreiras em "L", que caem para frente ao toque. "Caminhar" sobre as barreiras se tornou então a técnica mais comum e com o advento conjunto das pistas de atletismo sintéticas a partir dos anos 60, os recordes começaram a cair.[3]
Recordes
De acordo com a Federação Internacional de Atletismo – IAAF.[5]
Melhores marcas mundiais
As marcas abaixo são de acordo com a Federação Internacional de Atletismo – IAAF.[6]
Melhores marcas olímpicas
As marcas abaixo são de acordo com o Comitê Olímpico Internacional – COI.[7]
* A marca de Aries Merritt (12.94) foi obtida nas semifinais de Londres 2012. As marcas de Grant Holloway (12.98 e 13.02 ) foram obtidas nas semifinais de Paris 2024 e Tóquio 2020.
Marcas da lusofonia
(*) - Tempo reconhecido pela Federação de Atletismo de Cabo Verde. A IAAF reconhece 13.78 de Henry Andrade em Modesto, 1996.[11]:598
Referências
Ligações externas