A Gaivota Nota: Este artigo é sobre a peça teatral de Tchekhov. Para suas adaptações cinematográficas, veja Gaivota (desambiguação).
A Gaivota (em Russo Чайка, Tchaika) é uma peça de teatro do dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904). A peça foi concebida pelo autor como uma comédia, mas ela foi interpretada e é tida por alguns como um drama ou uma tragédia.[1] O próprio Tchekhov chamou-lhe "uma comédia, três papéis de mulher, seis para homens, quatro atos, uma paisagem (vista para um lago), muitas conversas sobre a literatura, um pouco de ação, um toque de amor". Tchekhov começou a escrever A Gaivota em outubro de 1895. Em dezembro de 1895, leu o texto a amigos, atores de teatro em Moscou. O diretor do teatro, Kors, também presente, disse: "meu caro, isto não é para o palco!". Tchekhov ficou surpreso e reescreveu a peça. Informou-se sobre pormenores técnicos de encenação com Vladimir Nemirovic-Dantchenko. Em agosto de 1896, a censura (todas as obras culturais na Rússia eram censuradas) dá-lhe carta livre. Tchekhov baseou-se no caso de Lika Mizinova para a figura Nina. Trigorin é inspirado em Ignatij Potapenko. Personagens
SinopseA Gaivota narra os conflitos de um jovem escritor. Os conflitos dos personagens criam uma ligação direta com o espectador ao mesmo tempo em que apresenta uma visão profunda de uma sociedade cada vez mais vulnerável aos males existenciais. A peça representa uma harmonia estética natural, algo incompatível com a frustração encarada pelo personagem central da trama. A poesia é um dos recursos mais utilizados.[2] A figura central da peça, Trepliov, é filho de uma atriz famosa, Arkádina. Ao apresentar sua peça ao ciclo social de sua mãe, ele fracassa duas vezes: sua peça é rejeitada pela elite da arte e, Nina, seu amor, estava apaixonada por Trigorin, um famoso escritor e namorado da mãe de Trepliov. Trepliov é um Hamlet da comédia, um escritor romântico cheio de mudanças de humor e em permanente conflito interior, ridicularizado ainda mais pelo contraste entre os seus ideiais utópicos e as roupas simples e ridículas que usa - tal como pretendido por Tchekhov -, para espanto daqueles que viam na figura de Trepliov um herói. Quando ele se decide suicidar, ouve-se um disparo vindo do jardim. Todos pressentem o que se passara. Histórico de encenaçõesA 17 de outubro de 1896, A Gaivota foi encenada pela primeira vez, no teatro Alexandre, em São Petersburgo. A peça foi vaiada e Tchekhov deixou o teatro em sobressalto, sem se despedir.[1] No entanto, dois anos depois, em dezembro de 1898 quando foi encenada pela segunda vez, foi um sucesso. Seguiram-se exibições por toda a Rússia, inclusive em Moscovo e Taganrog. No Brasil, a peça teve como intérpretes, dentre outros, Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, Samantha Dalsoglio, Fernando Torres, Celso Frateschi, Sérgio Britto, Renata Sorrah e Enrique Diaz. Na Bahia, a peça foi produzida pela Lima Comunicação e realizada pela Cia Os Argonautas, com direção de Marcelo Flores e Harildo Deda. No elenco, Alethea Novaes, Annalu Tavares, Celso Junior, Jarbas Oliver, Lucci Ferreira, Márcia Andrade, Veríssimo Vasconcellos, Vivianne Laert,Tom Carneiro e Widoto Áquila. Adaptação para o cinemaA peça de Anton Tchekhov foi adaptada diversas vezes para o cinema, como em 1968, sob a direção de Sidney Lumet, com Vanessa Redgrave e Simone Signoret no elenco, e em 2018, sob a direção de Michael Mayer, com Saoirse Ronan, Corey Stoll e Annette Bening no elenco. Há uma versão feita na União Soviética em 1972, dirigida por Yuli Karasik, vista quase exclusivamente nos países do Leste Europeu.[3] Referências
Bibliografia
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