Abubakar Shekau
Abu Mohammed Abubakar bin Mohammad al-Sheikawi[1][2][3] mais conhecido como Abubakar Shekau (nascido em 1965, 1969 ou 1975[4] – 19 de maio de 2021) foi um militante islamita radical, mais conhecido como líder do grupo extremista nigeriano Boko Haram. Ele era responsável por inúmeros ataques bombistas, como o quartel-general da ONU em Agosto de 2011[5] e um posto de polícia, em Abuja, instalações públicas e igrejas católicos em toda Nigéria.[6] Durante o período que comandou o Boko Haram, a organização ficou notória por ações excessivamente violentas que causaram diversas mortes e instabilidade no norte e leste da Nigéria e em países vizinhos. Em maio de 2021, Abubakar Shekau morreu no meio de uma disputa de poder com um rival.[7][8] BiografiaOriginalmente do Níger, embora também tenha sido afirmado que ele nasceu na aldeia nigeriano Shekau, estado de Yobe. Foi criado em Maiduguri, capital e a maior cidade do estado de Borno em Nigéria. Ele estudou com um clérigo e, em seguida, participou em Borno State College de estudos jurídicos e islâmicos para estudos superiores sobre o Islão. Foi lá onde encontrou seu líder espiritual Mohammed Yusuf (Boko Haram), um clérigo carismático.[9] Após a sua morte violenta em uma delegacia de polícia, Abubakar Shekau tomou a chefia da Boko Haram. Ao lado de sua língua materna, kanuri, também fala haussa, fulani. árabe e inglês.[10] O grupo Boko Haram - que literalmente quer dizer “a educação ocidental é proibida” - quer estabelecer a Sharia (lei islâmica) no norte de Nigéria. Shekau era conhecido como "Darul Tawhid", um especialista em Tawhid, um conceito pelo monoteísmo ou a unicidade de Deus. Os analistas descreviam Shekau como um solitário e um mestre do disfarce. Ele não falava diretamente com os membros, optando por comunicar através de alguns confidentes selecionados.[3] Em junho de 2013, os Estados Unidos oficialmente ofereceram uma recompensa de US$ 7 milhões por informações que levem à captura de Abubakar Shekau.[11] Desde 2009, vários rumores sobre sua morte passaram a circular, mas ele sempre aparecia em um vídeo para refutar essas alegações. Apesar de não ter tido nenhuma confirmação até então, analistas políticos e militares continuavam afirmando que um combatente islamita chamado Mohamed Bashir estava se passando por Shekau, em uma estratégia midiática do grupo que visava prolongar a liderança de Abubakar. Uma fonte de inteligência nigeriana disse que Bashir tinha sido o responsável pela emissão de mensagens de vídeo nos últimos tempos, incluindo o sequestro de mais de 200 meninas da escola em Chibok, estado de Borno.[12] Dias após a última mensagem passada por Mohamed, fontes militares anunciaram que soldados nigerianos o tinham matado em uma batalha contra os insurgentes do Boko Haram no dia 19 de Setembro em Konduga, Borno.[13] A estratégia do grupo fez com que veículos midiáticos apresentassem controvérsias e dias antes do anúncio oficial de que Abubakar estava morto, oficiais tiveram que desmentir a mídia dizendo que quem tinha morrido na verdade era Mohamed Bashir ao invés da figura top do Boko Haram.[12] Em 2009, as autoridades nigerianas acreditavam que Abubakar Shekau havia sido morto em confronto do Exército da Nigéria com o Boko Haram,[14] mas o próprio Shekau reapareceu novamente em vídeos desmentindo sua morte.[15] No período que liderou o Boko Haram, de 2009 a 2021 (de forma incontestada até 2016), o grupo se expandiu de forma violenta e os comandados de Shekau eram conhecidos por sua agressividade e brutalidade. Embora considerado um homem inteligente, seu comportamento errático levava a críticas até mesmo dentro de sua organização.[16] Com a ascensão do Estado Islâmico do Iraque e do Levante entre 2014 e 2015, Shekau começou a ser pressionado por seus comandantes e soldados para jurar lealdade a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico. Embora tenha feito seus votos de fideilidade, segundo fontes, Shekau ficou convencido de que al-Baghdadi acabaria destituído ele da liderança do Boko Haram. Em agosto de 2016, o Estado Islâmico indicou então Abu Musab al-Barnawi como novo líder do Boko Haram.[17] Shekau se recusou a reconhecer a autoridade de Barnawi e, junto com seus apoiadores, fundou um novo grupo, chamado Jamaat Ahlus Sunnah li Dawah wal Jihad, enquanto Barnawi liderou a facção chamada de "Estado Islâmico da Província da África Ocidental" (ISWAP, na sigla em inglês).[18] O grupo de Shekau tinha menos de 1 500 soldados, enquanto Barnawi liderava mais de 3 500 militantes armados.[19] Shekau supostamente passou a adotar a visão islamita dos Carijitas. Após o racha dentro do Boko Haram, confrontos entre as facções de Shekau e Barnawi se tornaram comuns.[20] Mesmo assim, Shekau nunca aberamente renunciou sua lealdade ao Estado Islâmico, atribuindo as divisões internas a mera rivalidade.[21] MorteEm maio de 2021, um grupo de militantes armados filiados a facção do Boko Haram ligada ao Estado Islâmico (EI) invadiram a floresta de Sambisa, no estado de Borno no nordeste da Nigéria. Nos últimos meses, o líder do EI em território nigeriano, Abu Musab al-Barnawi, reivindicou a liderança do Boko Haram e agora ele exigia a renúncia de Abubakar Shekau, que se recusou. Shekau concordou em se encontrar com um representante de al-Barnawi e durante a reunião, segundo fontes locais, ele teria detonado um colete com explosivos, se matando e ao comandante que al-Barnawi havia designado para o encontro.[22] Em junho, o Estado Islâmico confirmou o ocorrido, com al-Barnawi assumindo o comando do Boko Haram.[7] Referências
Ver tambémLigações externas
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