AnteraAntera é a porção terminal do estame das flores. São sacos revestidos internamente por tecido esporogénico, onde são produzidos os grãos de pólen.[1] DescriçãoNos plantas com flor (as angiospermas), a antera, do grego anteros = 'florescido', uma alusão ao facto da presença visível das anteras marcar o pico da ântese (floração), é a parte terminal do estame de uma flor. É uma estrutura homóloga ao microesporângio em outros clados vegetais e é responsável pela produção de pólen. O termo «antera» deriva do vocábulo francês anthère,[2] oriundo do latim anthera, significando "remédio floral",[3][4] que por sua vez deriva do grego clássico ἀνθηρά, 'anthērá',[2][4] feminino de ἀνθηρός 'anthērós', significando "florido",[5] derivado de ἄνθος[2] 'ánthos', "flor".[5] EstruturaO estame é uma folha modificada para a produção de esporos masculinos (micrósporos) que são os grãos de pólen. Os sacos polínicos são os microsporângios. Cada estame é geralmente ligado ao eixo floral por um pequeno pedúnculo, chamado filamento, com uma antera fixa lateralmente à extremidade do filamento. As anteras são chamadas de extrorsas se o filamento estiver preso à antera na sua face externa (a mais afastada do eixo floral), e são chamadas de introrsas se o contrário ocorrer, o que bem menos frequente. As anteras podem ser formadas por uma ou duas tecas, ou compartimentos, divididos internamente em dois lóculos ou lojas, onde o pólen é armazenado. Nos casos de anteras com duas tecas, estas tecas são unidas entre si e ao filete por um conectivo, tecido semelhante ao do filete. A inserção da antera no filete pode ser dorsal, ventral ou basal. Em alguns casos, as anteras com inserção ventral ou dorsal podem ser móveis (assim chamadas "versáteis"), respondendo com movimentos ao mais leve toque, ou mesmo ao movimento do ar, o que geralmente está relacionado com o tipo de polinização de cada espécie. A antera é uma estrutura deiscente, ou seja, ela se rompe espontaneamente para revelar seu conteúdo, o pólen. No momento da maturação, cada saco polínico geralmente abre através de uma forma de deiscência (abertura) por onde o pólen sai. A abertura pode ocorrer de diferentes maneiras:
A forma, cor, posição, modo de abertura, e mesmo ocasionais liberações de odores fazem das anteras parte ativa do processo de atração de polinizadores em muitas espécies de plantas. Há espécies, por exemplo, que produzem estames com anteras estéreis que servem de alimento para alguns insetos, enquanto as anteras férteis estão posicionadas para liberar o pólen sobre o corpo do visitante. Em outros casos, as anteras possuem colorido vistoso e tornam-se o principal chamativo da flor. Em uma seção transversal de uma antera jovem, as seguintes camadas são vistas de fora para dentro:
DeiscênciaA deiscência ocorre graças ao endotécio, cujas células apresentam paredes espessadas desigualmente, com filamentos lignificados mais largos em direção à face interna da célula, onde se unem; em vez disso, eles se afunilam em direção à face externa. Por isso, quando ocorre a desidratação das células, elas encurtam tangencialmente, provocando tensões que levam à abertura da antera. A deiscência é a última função da antera, que provoca a libertação dos grãos de pólen. Este processo é coordenado exatamente com a diferenciação do pólen, o desenvolvimento floral e a ântese (florescimento). A parede da antera divide-se longitudinalmente, produzindo uma reentrância entre os lóculos de cada teca. O estómio é a região da antera onde ocorre a deiscência. A degeneração necrótica das células do estómio e do septo faz parte do ciclo programado de desenvolvimento e morte celular. A expansão das camadas endoteciais e a lignificação das paredes celulares endoteciais são essenciais para a deiscência. Dependendo da forma da abertura da antera, a deiscência pode ser classificada como:
De acordo com a direção em que os filamentos realizam o processo de deiscência, pode ser:
Classificação das anterasA forma das anteras são descritas de forma variada por termos como linear, arredondada, sagitada, sinuosa ou reniforme. A antera pode estar ligada ao conectivo do filamento de duas maneiras:[6]
Quanto à deiscência, as anteras podem ser:
Referências
Bibliografia
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