Arthur Morgan
Arthur Morgan é um personagem fictício e o protagonista de Red Dead Redemption 2. Um membro da gangue Van der Linde, Arthur deve lidar com o declínio do Velho Oeste enquanto tenta sobreviver contra as forças do governo. Ele é interpretado por Roger Clark. A Rockstar Games decidiu focar Red Dead Redemption 2 em apenas um personagem, a fim de segui-lo mais pessoalmente. Eles achavam que isso era mais apropriado para a estrutura narrativa de um faroeste. Clark queria interpretar Arthur de uma maneira complexa o suficiente para que o jogador escolhesse seu caminho e ainda fizesse sentido. Ele se inspirou em atores como Toshiro Mifune, John Wayne e Rob Wiethoff, que interpretou John Marston no jogo e em seu antecessor. Arthur foi aclamado pela crítica, sendo sua complexidade e caminho para a redenção frequentemente alvo de elogios. Os críticos também o elogiaram por trazer o mundo e outros personagens à vida. Pelo seu trabalho, Clark recebeu várias indicações e foi premiado como Melhor Performance no The Game Awards 2018. CriaçãoA equipe de desenvolvimento da Rockstar Games decidiu que Red Dead Redemption 2 teria um personagem controlável, ao contrário dos três protagonistas do título anterior da empresa, Grand Theft Auto V (2013). Essa escolha foi feita para que os jogadores pudessem entender melhor o impacto dos eventos na vida do personagem.[1] Eles também perceberam que a estrutura narrativa de um faroeste precisava de uma perspectiva única.[2] O ator Roger Clark interpretou Arthur Morgan em Red Dead Redemption 2. O processo da captura de movimento envolveu a gravação simultânea de movimento e fala, enquanto uma pequena parte foi feita em uma cabine de locução.[3] Pesquisando o papel, a principal inspiração de Clark veio de Toshiro Mifune.[4] O comportamento estoico, mas bem-humorado, dos personagens de Mifune carregava complexidades que Clark queria incorporar em Arthur.[5] Clark também se inspirou em The Proposition (2005), pois o filme continha um arco de personagens semelhantes ao de Arthur. Ele assistiu a filmes como High Noon (1952), e estudou o trabalho de John Wayne;[6] apesar de ter assistido à Trilogia dos dólares (1964-1966), ele não se inspirou muito na interpretação de Clint Eastwood do Pistoleiro sem nome porque considerava Arthur mais falador.[4] Durante a produção, Clark costumava ouvir a versão de 1993 da música "Coyotes" de Don Edwards.[7] Clark queria que sua interpretação fosse complexa o suficiente para permitir que o jogador tomasse decisões sem que eles se sentissem fora do personagem. Inicialmente, ele teve dificuldades com esse conceito, já que a execução com honra alta era diferente da execução com honra baixa, mas percebeu que Arthur era alguém que poderia facilmente se contradizer.[6] Com o objetivo de mostrar a vulnerabilidade do ego de Arthur, Clark observou que o ressentimento em relação a John Marston por ter uma família se desfez quando ele finalmente procurou ajudá-los.[5] O desempenho de Rob Wiethoff como John no primeiro jogo influenciou a sua própria interpretação.[3] Um segundo interesse amoroso para Arthur foi cortado por não atingir o efeito desejado.[8] O escritor Dan Houser estava interessado em quebrar o clichê do protagonista começar fraco e se tornar mais forte à medida que a história avança. Ao invés disso, Arthur já é durão no início do jogo e "embarca em uma montanha-russa intelectual à medida que sua visão de mundo é despedaçada".[9] Ele sentiu que o declínio do Velho Oeste teve um efeito profundo em Arthur, observando que o personagem está "preso entre a crueldade da natureza e a brutalidade da industrialização invasora na civilização".[8] Houser evitou encontrar Clark no set para não ouvir sua voz real.[9] Biografia fictíciaArthur se juntou a gangue Van der Linde aos catorze anos, tendo perdido seu pais ainda jovem, e logo se tornou o primeiro protegido de Dutch. Arthur teve um filho, Isaac, com uma garçonete chamada Eliza; ele demonstrou apoio regular a eles até que foram mortos por ladrões. Com o tempo, Arthur se transformou no executor mais dedicado de Dutch. Quando um assalto de balsa malsucedido os deixa sem escolha a não ser fugir pelas montanhas, Arthur ajuda a encontrar suprimentos e depois rastreia o colega de gangue John Marston. Ele ajuda a roubar um trem de propriedade do magnata, Leviticus Cornwall. Arthur se envolve em um conflito entre duas famílias sulistas em guerra, os Braithwaites e os Grays, levando à captura do filho de John, Jack. Arthur recupera Jack da supervisão do senhor do crime Angelo Bronte e ajuda a retaliar contra Bronte depois que ele os conduziu a uma armadilha. Depois que Bronte é capturado, Dutch o afoga; Arthur percebe a explosão violenta de Dutch como algo atípico dele. Em Saint Denis, um assalto a banco fracassado força alguns membros do grupo a sair da cidade; Arthur náufraga com os outros em Guarma, uma ilha próxima de Cuba, e batalha ao lado de um revolucionário em troca de um navio de volta ao continente. Reunindo-se com o resto, Arthur resolve salvar John, agora capturado, para a desaprovação de Dutch. Pouco depois, Arthur adormece e desmaia, caindo do cavalo. Depois de visitar um médico, ele é diagnosticado com tuberculose. Chocado com a sombria realidade da morte eminente, ele começa a refletir sobre decisões e moral. Isso impulsiona seu desejo de proteger os remanescentes da gangue, principalmente John e sua família. Ao salvar John da prisão, Arthur revela suas dúvidas sobre Dutch, incapaz de aceitar as crescentes obsessões de seu líder. Dutch aparentemente abandona Arthur durante um ataque a uma refinaria de petróleo e deixa John para morrer quando ele é baleado durante um assalto a um trem. Quando Dutch ignora o pedido de Arthur para resgatar a esposa de John, Abigail, Arthur repuldia a gangue. Ao confrontá-los, Arthur descobre que Micah Bell está traindo a gangue ao agir como informante dos Pinkertons. Ele retorna a Dutch para informá-lo sobre isso, mas Dutch se volta contra Arthur e o recém-retornado John. Enquanto os Pinkertons invadem o acampamento, Arthur e John fogem. Arthur implora a John para voltar para sua família. Nesse momento o jogador deve fazer uma escolha na historia, se Arthur ajuda John a fugir, ou se volta para buscar o dinheiro da gangue. Na primeira escolha, ele logo é emboscado pelo vingativo Micah, e Dutch intervém. Arthur convence Dutch a abandonar Micah e ir embora. Se o jogador tiver grande honra, Arthur sucumbe aos seus ferimentos e doença, morrendo pacificamente enquanto observa o nascer do sol; com pouca honra, Micah o executa. Na escolha de voltar ao acampamento para recuperar o dinheiro, ele é emboscado por Micah, e em seguida começam uma luta utilizando facas, se o jogador tem uma honra alta, ele consegue esfaquear o olho de Micah, e em seguida morre em decorrência da tuberculose e dos ferimentos, e no caso do jogador ter uma honra baixa, ele é morto esfaqueado por Micah. Em ambos os casos o papel de Dutch não se diferencia da primeira escolha. Posteriormente, Charles Smith retorna, e faz um tumulo para Arthur.[10] RecepçãoArthur Morgan recebeu aclamação crítica. Alex Navarro, da Giant Bomb, escreveu que o retrato cuidadoso dos conflitos internos de Arthur possuía humanidade, muitas vezes ausente em outros jogos da Rockstar.[11] Kyle Atwood da LevelSkip o chamou de "personagem de tragédia e, mais importante, humano".[12] Kirk Hamilton da Kotaku opinou que Arthur inicialmente parecia normal, porém se tornou mais intrigante por causa do desempenho de Clark.[13] Escrevendo para Ars Technica, Daniel Starkey sentiu que, embora a história de Arthur possa ser considerada "comovente e memorável", alguns podem ver como um conto típico sobre "um homem mau que não está necessariamente no controle".[14] Tom Power do GamesRadar+, acredita que o relato da vida de Arthur em Red Dead Redemption 2 refletia uma tragédia shakesperiana, com vários capítulos do jogo representando os cinco estágios do luto.[15] Nick Plasses, da Electronic Gaming Monthly, achou sua jornada muito "muito mais redentora" do que a de John Marston em Red Dead Redemption, observando que as deficiências de Arthur evocavam um sentimento de simpatia.[16] A análise de Javy Gwaltney para o Game Informer ecoou esse sentimento, descrevendo o arco como uma "fantástica visão de memento mori e como a redenção implacavelmente confusa e complexa pode ser".[17] por outro lado, Martin Robinson da Eurogamer, considerou Arthur menos convincente do que John, confundindo assim sua experiência da narrativa.[18] Paul Walker-Emig, do The Guardian, disse que o caderno de Arthur o fazia parecer "uma pessoa real com sua própria vida interior, em vez de um fantoche que faz nossas ordens".[19] Peter Suderman escrevendo para o The New York Times, disse que o jogador se conectou com Arthur "porque suas escolhas são, de fato, suas".[20] Laurence Mozafari, do Digital Spy, afirmou que Arthur havia encapsulado perfeitamente o sentimento do Velho Oeste.[21] Dean Takahashi, da VentureBeat, elogiou a contribuição de Clark por adicionar imersão ao jogo e profundidade ao seu personagem.[22] Luke Reilly no IGN saudou a voz de Arthur como tendo "autenticidade contagiante".[23] Por seu papel, Roger Clark ganhou como Melhor Performance no The Game Awards 2018,[24] e foi vice-campeão da mesma categoria no PlayStation Blog;[25] ele também recebeu indicações no 15° British Academy Games Awards[26] e New York Game Awards.[27] Notas
Referências
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