Filho dum asquenazealemão,[1] foi assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República do Brasil[2] e embaixador do Brasil na ONU e na então Comunidade Econômica Europeia.
Foi também editor, dono da Livraria Schmidt Editora, no Rio de Janeiro. Foi casado com Yedda Ovalle Schmidt.
Entre seus principais livros estão O Galo Branco (1948), Estrela Solitária (1940) e Prelúdio à Revolução. Como editor, publicou livros importantes como Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, e Caetés, de Graciliano Ramos.[3][4] Em sua fase inicial, foi também o principal editor dos escritores integralistas principalmente de Plínio Salgado.
Carreira
Além de poeta, Augusto Frederico Schmidt também foi presidente do Club de Regatas Botafogo entre 1941 e 1942. Um de seus últimos atos de sua gestão foi idealizar a fusão do clube que presidia com o homônimo de futebol, Botafogo Football Club, criando assim o Botafogo de Futebol e Regatas. A ideia surgiu em decorrência da morte do atleta de basqueteArmando Albano durante uma partida entre os dois clubes. Apesar de idealizador, o cargo de presidente do novo clube não ficou com Schmidt, mas sim com Eduardo Góes Trindade, então presidente da outra agremiação.
Espírito criativo e polivalente, foi também empreendedor, tendo sido um dos fundadores da cadeia de supermercados Disco no Rio de Janeiro, além de sócio majoritário da Orquima S/A, indústria precursora da energia nuclear brasileira encampada pela Nuclebrás em 1975.[5][6]
Foi amigo pessoal do presidente da República Juscelino Kubitschek (1902-1976). Criou o famoso slogan de JK: "50 anos em 5". Escreveu inúmeros discursos para o presidente e várias de suas ideias vieram a ser realizadas, como a criação da Operação Pan-Americana (OPA), uma iniciativa que iria inspirar a Aliança para o Progresso, criada pelos Estados Unidos na administração Kennedy.[7]
Foi ainda Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais[2] e, em seguida, nomeado embaixador do Brasil na ONU e na então Comunidade Econômica Europeia.
Faleceu em 1965 sem deixar descendentes, sendo sepultado no Cemitério São João Baptista. Tinha duas irmãs, Anitta e Magdalena, esta última, sua revisora de textos. Era neto do Visconde de Schmidt (Frederico Augusto Schmidt), um dos homens mais ricos do Império, o qual havia amealhado uma imensa fortuna com uma empresa de importação e exportação - Schmidt & Cia, localizada na Rua da Alfândega nº 70.
Livraria Schmidt Editora
Schmidt fundou, em 1930, a Livraria Católica no Rio de Janeiro, que se tornaria, posteriormente, Livraria Schmidt Editora, e que se transformou no ponto de encontro dos intelectuais modernistas da época. Era ali que se reunia o grupo conhecido como "Círculo Católico".[8] A Livraria Schmidt Editora esteve em atividade até 1939, quando foi absorvida e suas instalações foram adquiridas por Zélio Valverde, de cuja firma Schmidt se tornou sócio.[9] Dentre os escritores lançados pela Editora Schmidt figuram autores de peso, tais como Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, Vinícius de Morais, Gilberto Freyre, Jorge Amado, dentre outros.[3][4]
HALLEWELL, Laurence (1985). O livro no Brasil: sua história. São Paulo: EDUSP. Col: Coleção Coroa Vermelha, Estudos Brasileiros. 6. [S.l.: s.n.] ISBN85-85008-24-5
LEITE, José Roberto Teixeira (2007). Di Cavalcanti e outros perfis. Osasco: EDIFIEO. [S.l.: s.n.]