Bacuri Nota: Para outros significados, veja Bacuri (desambiguação).
Bacuri é uma das frutas mais populares da Região Norte do Brasil, mais especificamente do estado do Pará, porém também é produzido em estados vizinhos à Região Amazônica, sendo muito encontrado no Bioma do Cerrado e em algumas áreas da Mata dos cocais do Maranhão e Piauí, mais específico na região de Salinas. (Inclusive é um dos símbolos da cidade de Teresina). A fruta mede cerca de 10 cm e apresenta uma casca dura e resinosa, com polpa branca, de aroma agradável e sabor intenso. O bacuri é o fruto do bacurizeiro, uma árvore frutífera pertencente à família Clusiaceae. Os frutos dessa família são amplamente apreciados nas regiões norte e nordeste por apresentarem aromas e sabores bastante agradáveis. Além disso, trata-se de uma espécie perenifólia, heliófita e higrófita.[1] O bacurizeiro possui duas espécies conhecidas:
O bacuri apresenta alto aproveitamento e empregabilidades variadas, pois polpa, casca, sementes e bagaço podem ser utilizados e mostram importantes fatores nutricionais. A polpa, constituindo 15% do peso do fruto, pode ser incorporada, por exemplo, a doces, sucos, sorvetes e licores. Em seus componentes nutricionais, possuem os seguintes antioxidantes: vitaminas C e E (ácido ascórbico e tocoferóis, respectivamente), flavonoides, antocianinas e polifenois. Os sacarídeos (glicose, frutose e sacarose) e minerais (Na, K, Ca, Mg, P, Fe, Zn e Cu) são variados. A composição nutricional da polpa do fruto é apresentada na tabela a seguir[2]:
Quanto à casca, bagaço e sementes, possuem macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) e reduzido valor energético – aproximadamente 74kcal/100g[3]- características que podem tornar os resíduos do bacuri um interessante produto para a indústria alimentícia. Além disso, compostos antioxidantes e cicatrizantes/anti-inflamatórios, no caso das sementes. A casca, respondendo por 71% do fruto, em razão do seu sabor amargo, dificilmente pode ser usada para doces ou compotas. Porém, é uma boa opção para a formação de géis, por possuir elevado teor de pectina em sua constituição, resultando também em altos níveis de fibras dietéticas solúveis, que auxiliam na redução de colesterol, lipoproteínas, sais biliares e glicose. A semente pode ter sua gordura extraída, sendo composta majoritariamente pelo ácido palmítico (saturado), representando 63%, seguido do ácido oleico(monoinsaturado), integrando aproximadamente 26% da composição lipídica.[4] Devido a esta natureza com alto teor de lipídeos saturados, é possível emprega-los na produção de sabões, cosméticos, detergentes e biocombustíveis. Óleo e manteiga de bacuriAs aplicações fitoterápicas desse óleo são popularmente difundidas no Marajó como um remédio eficaz contra picadas de aranhas, de cobras, e no tratamento de problemas de pele e contra dor de ouvido, além de ser considerado um remédio miraculoso contra reumatismos e artrites.[5] A manteiga de bacuri dá um tom dourado à pele em poucos minutos após sua aplicação; sendo absorvida, a pele adquire um toque aveludado, além de tirar manchas e diminuir cicatrizes.[5]
Lista de referências
Bibliografia
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