Batalha de Adem (2018)
A Batalha de Adem foi um confronto militar travado entre a organização separatista Conselho de Transição do Sul e o governo iemenita do presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, apoiado pela coalizão árabe, na cidade de Adem.[10] Várias pessoas morreram, milhares deixaram suas casas e pelo menos 40 000 civis foram presos na cidade sem ajuda, em condição precária.[11] AntecedentesNo Iêmen, os separatistas reivindicam a independência da região sul, que foi um Estado independente até 1990 conhecido como Iêmen do Sul, com sua capital em Adem.[12][13][14] Após a sua incorporação na República Árabe do Iêmen, houve duas grandes tentativas de separação, a Guerra Civil do Iêmen de 1994 [15] e a insurgência no sul do Iêmen (2009-2015). O Conselho de Transição do Sul foi criado em maio de 2017 após o governador de Adem, Aidarus al-Zoubaidi, ser destituído de seu cargo em 27 de abril de 2017 pelo presidente iemenita Abdrabbuh Mansur Hadi.[16][17][18] A Assembleia Nacional do Sul, composta por 303 membros de todas as províncias do sul, realizou sua primeira sessão parlamentar em Adem em 26 de dezembro de 2017.[19] Em meio a tensões entre o Conselho de Transição do Sul (CTS), apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, e o Governo Hadi, apoiado pela Arábia Saudita, o Conselho de Transição do Sul anunciou em 21 de janeiro de 2018 que derrubaria o governo iemenita dentro de uma semana, a menos que o presidente Hadi demitisse todo seu gabinete, incluindo o primeiro-ministro Ahmed Obeid bin Daghr por corrupção.[20][21] O Conselho de Transição do Sul também declarou estado de emergência até que suas demandas fossem atendidas.[22] O governo respondeu proibindo protestos em Adem, porém o Conselho de Transição do Sul organizou uma manifestação antigoverno para 28 de janeiro de 2018.[23] BatalhaNa manhã de 28 de janeiro, após a expiração do ultimato, uma manifestação pedindo a demissão do governo eclodiu em Adem.[24] O governo responde tentando dispersá-la.[24] Rapidamente, os separatistas tomaram o controle da sede do governo.[25] Em resposta, o primeiro-ministro Ahmed bin Dagher denuncia um "golpe de força" e convida a coalizão árabe a intervir para acabar com o conflito.[26] No entanto, os soldados emiradenses e sauditas não tomam parte nos combates.[26] À tarde, os combates prosseguem com a ajuda de artilharia pesada, que são usadas pelos dois beligerantes.[27] Os combates ocorrem principalmente no distrito de Crater, nas proximidades do palácio presidencial,[28] bem como em Khor Maksar,[28] onde os separatistas conseguem tomar o controle de uma base militar. Em 29 de janeiro, os combates continuaram com a mesma intensidade, com o uso de tanques, embora os separatistas enviassem reforços de Abyan e Ma'rib. Na noite de 29 de janeiro, os separatistas sitiam o palácio presidencial al-Maachiq, no qual o governo encontra-se entrincheirado[29] e, em seguida, assume o controle da entrada principal.[30] Na manhã de 30 de janeiro, as forças leais ao Conselho de Transição do Sul controlam praticamente toda a cidade.[31][29] Os integrantes do Governo Hadi presentes em Adem, incluindo o primeiro-ministro, foram cercados no palácio presidencial e os rebeldes do Conselho de Transição do Sul os declararam "de facto sob prisão domiciliar".[32] Logo em seguida, eles tomaram o distrito de Dar Sad.[33] Na virada do dia 31 de janeiro, foi reportado por residentes da cidade que Adem já estaria completamente sob controle das forças separatistas do Conselho de Transição do Sul.[34] No mesmo dia, a vila do primeiro-ministro foi tomada.[35] Combates não teriam sido mais reportados depois disso. Com os combates principais terminados, o governo iemenita e o CTS iniciaram uma troca de prisioneiros.[36] Ver tambémReferências
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