Berbigão
Berbigão (pl. : berbigões ;[ 8] ou brebigão )[ 9] é o nome comum, ou denominação vernácula , em português , que pode ser dado às seguintes espécies ou gêneros de moluscos bivalves , marinhos e costeiros , utilizados na alimentação humana :[ 10] [ 11] [ 12] [ 13] [ 14]
Em Portugal
Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758) - família Cardiidae ;[ 1] [ 4] [ 9] [ 12] [ 13] também denominado berbigão-comum-europeu [ 13]
Gênero Cerastoderma Poli , 1795 - família Cardiidae;[ 15] [ 16] denominados cockle (sing. ), em inglês [ 17] [ 18]
Acanthocardia aculeata (Linnaeus, 1758) - família Cardiidae;[ 19] denominado berbigão-de-bicos [ 9]
Acanthocardia echinata (Linnaeus, 1758) - família Cardiidae;[ 19] denominado berbigão-de-bicos [ 9]
Acanthocardia paucicostata (G. B. Sowerby II, 1834) - família Cardiidae;[ 19] denominado berbigão-de-bicos [ 9]
Acanthocardia tuberculata (Linnaeus, 1758) - família Cardiidae;[ 19] denominado berbigão-grande [ 9]
Laevicardium crassum (Gmelin, 1791) - família Cardiidae;[ 20] denominado berbigão-lustroso [ 9]
Laevicardium oblongum (Gmelin, 1791) - família Cardiidae;[ 20] denominado berbigão-lustroso [ 9]
No Brasil
O agrônomo Eurico Santos, divulgador da fauna do Brasil ,[ 25] afirma que "o nome dado ao marisco propagou-se por confusão" e ainda cita uma quarta espécie denominada berbigão , na América do Sul : Leukoma pectorina (Lamarck, 1818) ; por ele nomeada Chione pectorina e pertencente à família Veneridae.[ 4] [ 26] Rodolpho von Ihering comenta, no seu Dicionario dos Animais do Brasil , esta denominação para Anomalocardia flexuosa e cita que "em Portugal dão êste nome à concha que aqui mencionamos sob mija-mija ", outro nome dado para Dallocardia muricata .[ 10] [ 12] O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa afirma que sua etimologia provém da palavra grega bérberi , significando concha com pérola ; de "combinatória morfonológica e evolução não esclarecidas".[ 13] Carlos Nobre Rosa comenta que "os berbigões são muito procurados porque constituem bom petisco . Preparados com molho ou com arroz são bem saborosos . Por estes motivos encontram-se à venda nos mercados e bancas de ostras ".[ 8]
À esquerda o berbigão-grande europeu ː Acanthocardia tuberculata (Linnaeus, 1758) ;[ 9] [ 19] à direita a espécie sul-americana ː Dallocardia muricata (Linnaeus, 1758) .[ 2]
Berbigões sul-americanos da espécie Tivela mactroides (Born, 1778) [ 5] são comercializados sob uma concha de Cassis , na Venezuela ; onde recebem a denominação vernácula guacuco .[ 24]
Conservação
Embora fossem consideradas espécies comuns, durante o século XX ,[ 7] em 2018 a Anomalocardia flexuosa e a Tivela mactroides foram colocadas no Livro Vermelho da fauna brasileira ; publicado pelo ICMBio ; consideradas, respectivamente, como espécie pouco preocupante (LC) e espécie deficiente de dados (DD).[ 6]
O berbigão comercialmente mais importante da costa brasileira pertence à espécie Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767) ; ex Anomalocardia brasiliana Gmelin, 1791 ;[ 3] [ 10] que está sofrendo um impacto ambiental a ponto de ser colocado no Livro Vermelho da fauna brasileira ameaçada ; publicado pelo ICMBio .[ 6]
Referências
↑ a b «Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species . 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
↑ a b c «Dallocardia muricata (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species . 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
↑ a b c «Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767)» (em inglês). World Register of Marine Species . 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
↑ a b c d e SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7 . Moluscos do Brasil. Belo Horizonte : Itatiaia. p. 37. 144 páginas
↑ a b c «Tivela mactroides (Born, 1778)» (em inglês). World Register of Marine Species . 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
↑ a b c d ICMBio (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I (PDF) . Brasília , DF : ICMBio/MMA. p. 464. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6 . Consultado em 29 de março de 2021
↑ a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells . A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York : E. P. Dutton. p. 355-367. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
↑ a b ROSA, Carlos Nobre (1973). Os Animais de Nossas Praias 2 ed. São Paulo : Edart. p. 131. 192 páginas
↑ a b c d e f g h i da Silva, José Manuel Pedroso; Callapez, Pedro Miguel; Pimentel, Ricardo Jorge (2022). «Contribuição para um vocabulário vernáculo de nomes comuns e populares de moluscos portugueses: suas relações culturais, históricas e heráldicas» (PDF) . Boletín de la Sociedad Española de Historia Natural , 116. p. 79. Consultado em 27 de novembro de 2022 . Arquivado do original (PDF) em 20 de junho de 2022
↑ a b c d BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico . São Paulo : FAPESP - Hucitec. p. 57-62. 182 páginas
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↑ a b c d e IHERING, Rodolpho von (1968). Dicionario dos Animais do Brasil . São Paulo : Editora Universidade de Brasília . p. 139. 790 páginas
↑ a b c d e f HOUAISS, Antônio ; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro : Objetiva . p. 435. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X
↑ FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro : Nova Fronteira . p. 250. 1838 páginas
↑ «Cerastoderma Poli, 1795» (em inglês). World Register of Marine Species . 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
↑ Santos, Cátia Sofia Pedro Caetano (2019). «Estado atual das populações de berbigão (Cerastoderma spp.) no estuário do Sado» (PDF) . Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa . 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
↑ «cockle » (em inglês). Google Tradutor . 1 páginas. Consultado em 2 de fevereiro de 2021
↑ ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (Op. cit. , pp.329-332.).
↑ a b c d e «Acanthocardia Gray, 1851» (em inglês). World Register of Marine Species . 1 páginas. Consultado em 27 de outubro de 2022
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↑ ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF) . Curitiba - PR : Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR . p. 10. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0 . Consultado em 22 de março de 2021
↑ CARVALHO, José Cândido de Mello (1995). Atlas da Fauna Brasileira 3 ed. São Paulo : Melhoramentos . p. 121. 140 páginas. ISBN 85-06-02079-4
↑ a b das Chagas, Rafael Anaisce; dos Santos, Werverton John Pinheiro; Melo, Adriana da Cruz; Gomes, Ana Carla de Araújo; Barros, Mara Rúbia Ferreira; Bezerra, Andrea Magalhães (2020). «Predação estereotípica e tamanho seletivo por gastrópodes no forrageamento de Tivela mactroides (Born, 1778) (Bivalvia: Veneridae)» (PDF) (em inglês). Bioscience . Vol. 9 nº 2. (UNISANTA /ResearchGate ). p. 88. Consultado em 29 de março de 2021 . É conhecido por “guacuco” (Venezuela), “berbigão”, “marisco-de-areia”, “sapinhauá” e “crioulo”.
↑ Fioravanti, Carlos (março de 2015). «Prazer em descrever» . Pesquisa FAPESP . Edição 229. 1 páginas. Consultado em 28 de novembro de 2022
↑ «Leukoma pectorina (Lamarck, 1818)» (em inglês). World Register of Marine Species . 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021