Bermudo Peres de Trava
Bermudo Peres de Trava (em castelhano: Bermudo ou Vermudo Pérez de Traba;[a] morto em 1168), filho do conde Pedro Froilaz de Trava e da sua primeira esposa, Urraca Froilaz,[1][2] foi membro da linhagem mais poderosa na Galiza na Idade Média, tenente em Trastâmara, em Faro (A Corunha), em Viseu, e em Seia,[3][4][5] proprietário de vastos territórios, e grande benfeitor dos mosteiros. Esboço biográficoBermudo nunca teve o título de conde e aparece como dominus e também como Vermudo Petriz Galleciae. Sua presença registra-se pela primeira vez na documentação medieval a 1 de Abril de 1104 com o seu irmão o conde Fernão Peres de Trava fazendo uma doação ao Mosteiro de São João de Caaveiro.[5] Serviu à rainha Urraca I e com os seus irmãos jurou lealdade ao seu filho, o rei Afonso VII em Zamora. Em 29 de Julho de 1118, a rainha Urraca, com o consentimento do seu filho Afonso, devolveu a Bermudo e a seu irmão Fernão os territórios pertencentes ao mosteiro de Sobrado, que o rei Fernando I de Leão tinha tomado pela força em 1050.[b] Alguns anos mais tarde, em 25 de Julho 1122, ele concedeu a sua mulher Urraca Henriques várias propriedades, incluindo as propriedades em Las Cascas além de outras três aldeias e dois mosteiros.[6] Dois anos depois, em 1125, Bermudo aparece em Portugal confirmando a doação feita pela condessa Teresa de Leão, como senhor ou governador de Viseu enquanto seu irmão Fernão aparece como o governador de Coimbra.[7]. Após a morte de Teresa, en 1131 Bermudo iniciou uma revolta no Castelo de Seia que não teve sucesso, uma vez que o infante D. Afonso Henriques foi ao encontro dele com as suas forças e expulsou-o do castelo. Bermudo voltou à Galiza raramente atravessar o Rio Minho novamente. [7] Em 9 de Outubro 1138, reconstruiu o Mosteiro de Genrozo, mais tarde conhecido como o Mosteiro de Nostra Senhora das Donas, e, finalmente, como o Mosteiro de las Cascas.[8] Muito provavelmente fundada por Froila Bermudes, o avó de Bermudo,[9] Bermudo tinha herdado a metade do mosteiro de seu pai, Pedro Froilaz, e o rei Afonso VII, que havia sido criado com Bermudo, retornou a outra metade do mosteiro que Pedro Froilaz lhe tinha dado, de modo que Bermudo teria toda a propriedade.[10] Ele deu ao mosteiro a sua filha Urraca, que entrou para o convento como freira e mais tarde tornou-se a sua abadessa. Em 8 de Setembro de 1145, Urraca, com o consentimento do seu pai, doou ao Mosteiro de Sobrado.[11] O mosteiro de Las Cascas, agora em ruínas, com apenas a igreja de San Pelayo de Genrozo em pé, estava situado no território de Nendos, numa pequena vila conhecida como Las Cascas, perto da cidade de Betanzos.[8] Ele e o seu irmão Fernão fez muitas doações para o mosteiro em Sobrado, que tinha sido fundado pelos seus ancestrais, e possuía todas as suas propriedades ao longo de um período de 24 anos, de 1118 até 11 de Janeiro de 1142, quando eles voluntariamente entregou-as aos monges Cistercienses.[12] Foi a peregrinação à Terra Santa por duas vezes; a primeira vez com o seu irmão Fernão em 1147 e depois regresou em 1153 e estava de volta na Galiza no ano seguinte 1155 como atesta um documento da venda feita por Adosinda Rodriguez de uma propriedade em Sobrado em 23 Abril 1155 que é datado:ipso anno presente, quando domnus Vermudis reversus est Hierosalime.[9][4][12] Em 1148, encarregou ao abade do Mosteiro de São Justo de Toxos Outos a construção de um convento na vila de Nogueirosa perto da cidade de Pontedeume. Este lugar foi parte das arras que ele tinha dado à sua esposa a infanta Urraca em 25 de Julho de 1122. Mais tarde, em 1150, Urraca douo ao abade e ao mosteiro vários bens com a condição de que ela e quatro damas da sua família foram admitidas como religiosas no convento chamado Santa Maria de Nogueirosa.[13] Em 6 de Agosto de 1160 Bermudo ingresou como monge no Mosteiro de Santa Maria de Sobrado dos Monges,[12] mosteiro fundado pelos seus antepassados, onde morreu em 1168 com uns 80 anos de idade.[13][4] Urraca também se retirou, provavelmente no mesmo ano que o seu esposo, no mosteiro em Nogueirosa em Puentedeume[12] onde morreu em 1173 e foi enterrada na igreja do seu convento.[14] Matrimónio e descendênciaCasou-se mais de uma vez, segundo ele mesmo declara num documento em 9 de outubro de 1138 quando fez a carta de doação e dote para a sua filha Urraca, a freira no Mosteiro de Cascas.[8][15][5][c] De uma das suas primeiras esposas, Teresa Bermudes,[16] teve três filhos:
Teve outra esposa chamada Adosinda Gonçalves de quem teve duas filhas:[18][d]
Casou cerca de 1122 com Urraca Henriques, infanta de Portugal, filha de Henrique de Borgonha e de Teresa de Leão, com quem teve seis filhos:[19][15]
Notas
Referências
Bibliografia
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