Brasão do Papa João XXIIIO Brasão pontifício do Papa João XXIII (1958-1963) é um escudo eclesiástico, em campo de goles e com uma faixa de argente, com uma torre do mesmo aberta, lavrada e iluminada de sable, brocante sobre tudo ladeada de duas flores-de-lis também de argente. Em chefe as armas patriarcais de São Marcos de Veneza, que é de argente com leão alado e nimbado, passante ao natural, sustentando um livro aberto que traz a legenda: PAX TIBI MARCE EVANGELISTA MEVS, em letras de sable. O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves decussadas, a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com seus pingentes. O seu timbre é uma tiara papal de argente com três coroas de jalde Sob o escudo, um listel de goles com o mote: OBŒDIENTIA ET PAX (Obediência e Paz), em letras de argente. Quando são postos suportes, estes são dois anjos de carnação, sustentando cada um, na mão livre, uma cruz trevolada tripla, de jalde. SimbologiaO escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo de goles (vermelho) simboliza o fogo da caridade inflamada no coração do Soberano Pontífice pelo Divino Espírito Santo, que o inspira diretamente no governo supremo da Igreja, bem como valor e o socorro aos necessitados, que o Pai espiritual de todos os cristãos deve dispensar aos seus filhos. A faixa de argente, por seu metal, traduz: inocência, castidade, pureza e eloqüência. A torre representa a cidade natal do pontífice, Sotto il Monte, pela qual ele nutria grande afeição, e as duas flores-de-lis são retiradas do brasão do cabido da catedral de Bérgamo, onde ele fora cônego. Mais tardes elas foram também associadas a Santo Alexandre, patrono da cidade de Bérgamo e à França, país onde o cardeal Roncalli foi Núncio Apostólico. O chefe com as armas do Patriarcado de Veneza relembra o tempo feliz, que o pontífice passou como seu patriarca; sendo que a expressão "ao natural" é um recurso para se colocar o leão, naturalmente dourado sobre o campo de argente (prata), sem ferir as leis da heráldica. Os elementos externos do brasão expressam a jurisdição suprema do papa. As duas chaves "decussadas", uma de jalde (ouro) e a outra de argente (prata) são símbolos do poder espiritual e do poder temporal. E são uma referência do poder máximo do Sucessor de Pedro, relatado no Evangelho de São Mateus, que narra que Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Pedro: "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu" (Mt 16, 19). Por conseguinte, as chaves são o símbolo típico do poder dado por Cristo a São Pedro e aos seus sucessores. A tiara usada como timbre, recorda, por sua simbologia, os três poderes papais: de Ordem, Jurisdição e Magistério, e sua unidade na mesma pessoa. Lema e sua espiritualidadeNo listel está o lema: ”Obediência e Paz”, que é o testemunho do Papa São João XXIII de que só se tem paz quando se obedece a Jesus Cristo. Em 3 de Junho de 2013, no final de uma Missa por ocasião do 50° aniversário da morte de João XXIII, o Papa Francisco explicou melhor a espiritualidade subjacente ao lema episcopal (e pontifício) de João XXIII:[1]
Ver tambémReferências
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