Brasil na Copa do Mundo FIFA de 1934
A edição de 1934 do torneio marcou a segunda participação da Seleção Brasileira de Futebol em uma Copa do Mundo. O Brasil era um dos seis países que haviam disputado o Mundial de 1930, ao lado das seleções da França, Romênia, Bélgica, da Argentina e dos Estados Unidos. Carlito Rocha, dirigente do Botafogo de Futebol e Regatas, montou a seleção, que era treinada por Luiz Vinhaes. [1] O capitão foi Martim Silveira.[2] O Brasil foi eliminado na primeira fase e terminou na 14ª colocação. [3] PreparaçãoNa Copa do Mundo de 1934, o Brasil foi prejudicado pelas brigas entre os dirigentes das entidades futebolísticas amadora e profissional. A CBD defendia o amadorismo, mas a maioria dos clubes se tornou profissional e criou a Federação Brasileira de Futebol. Os clubes profissionais não cederam seus jogadores à Copa do Mundo, apesar da CBD ter conseguido persuadir alguns atletas profissionais. Para tentar convencer alguns profissionais, a CBD ofereceu pequenas fortunas em dinheiro pela participação no Mundial. O Jornal dos Sports noticiou que a CBD havia assinado contrato com Tinoco e Leônidas da Silva pagando 30 contos de luvas e ordenado de 1 conto de réis. Esta atitude levou o “Jornal dos Sports” a estampar, em sua primeira página, a seguinte manchete: “Patriotismo por 30 contos”.[4] Apesar da maioria dos jogadores serem amadores, foi combinado uma gratificação por vitória e uma diária para os gastos. A viagem com Barco a vapor durou quinze dias a bordo do navio SS Conte Biancamano. Os treinamentos eram realizados no convés. Durante a viagem, muitos jogadores engordaram, e não tiveram tempo para recuperar a forma física. O goleiro da Seleção Brasileira, Pedrosa, seguiu a carreira de cartola depois de parar de jogar futebol. Ele foi presidente da Federação Paulista de Futebol e chegou a emprestar seu nome ao antigo Torneio Rio-São Paulo, embrião do campeonato nacional. Na equipe brasileira outro jogador também se tornaria mais famoso, não pela sua atuação na Copa, mas sim pelo que faria posteriormente. O atacante Waldemar de Brito foi quem levou um jovem chamado Pelé para o Santos, em 1956. A PartidaA Espanha abriu 3 a 0 antes dos 30 minutos do primeiro tempo. Aos 18 min, Iaragorri abriu o placar cobrando falta. Aos 26 Gorostiza entrega a Lángara fazer 2 a 0. Aos 30 min, o goleiro brasileiro Pedrosa falha ao sair do gol e Lángara faz o terceiro. No segundo tempo, a Espanha tentou se segurar e o Brasil partiu para o ataque. Patesko chutou, Zamora espalmou e Leônidas diminuiu aos 11 minutos. Aos 15 minutos, Luisinho marcou o segundo gol, mas o árbitro anulou por impedimento, o que provocou fortes reclamações dos sul-americanos. Dois minutos depois, Waldemar de Brito se chocou com Ciriaco na área e o árbitro marcou pênalti. O próprio Waldemar cobrou o pênalti e Zamora defendeu a cobrança, acabando de vez com as esperanças do Brasil. De acordo com o "Il Giornale d'Italia" o jogo entre Espanha e Brasil "foi o mais profundamente emocionante do dia e a que proporcionou melhor espetáculo graças sobretudo à ação prodigiosa da linha de ataque, em que se sobressaíram Leônidas e Waldemar dois consagrados acrobatas". Outro jornal italiano, Il Lavoro, atribuiu a derrota brasileira a falta de treino.[5] A divulgação dos resultados das partidas eram feitas pelas agências de notícias que recebiam telegramas da Itália com os resultados e os divulgavam em painéis instalados na vitrines nas das agências. Em São Paulo, a agência Havas divulgava os resultados, que causavam discussões acaloradas por conta do mau resultado. Com o final o jogo e o resultado que indicava a eliminação brasileira, o povo saiu às ruas em São Paulo para protestar contra o mau resultado. A sede do Palestra Italia, localizada na Praça do Patriarca foi ameaçada de depredação, sendo protegida por forte contingente policial, que efetuou algumas prisões de torcedores mais inflamados. A revota ocorreu pelo Palestra Italia ser um dos clubes profissionais que não liberou atletas para a Copa do Mundo. [6] Após a eliminação, o Brasil realizou uma série de amistosos. Foram 7 amistosos na Europa e 11 no Brasil, todos contra clubes ou combinados regionais. Isso porque os jogadores continuavam "contratados" pela CDB.[7] ConvocadosO Técnico Luiz Vinhaes convocou para a Copa de 1934 os seguintes jogadores:
A Copa: Oitavas-de-Final
Artilharia
Notas e referências
Ligações externas
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