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A primeira passagem pelo cabo deve-se ao navegador português Gil Eanes, em 1434. O desaparecimento de embarcações que anteriormente o tinham tentado contornar levou ao mito da existência de monstros marinhos e da intransponibilidade do Bojador.[1]
O cabo Bojador era conhecido como Cabo do Medo. Recifes de arestas pontiagudas fervilham aquela região tornando a navegação muito arriscada. A 25 quilómetros da costa do cabo, em alto mar, a profundidade é de apenas dois metros, provavelmente devido ao assoreamento provocado por milhares de anos de tempestades de areia sopradas pelo deserto do Saara.[carece de fontes?]
Em maio de 1434, Gil Eanes aparelhou uma barca de 30 toneladas, com um só mastro, uma única vela redonda, parcialmente coberta e também movida a remos. A sua tripulação era de apenas quinze homens[1]. Com ela, ao chegar às proximidades do Cabo do Medo, decidiu manobrar para oeste afastando-se da costa africana. Após um dia inteiro de navegação longe da costa, deparou com uma baía plácida de ventos amenos, e então dobrou para sudeste e logo percebeu que havia deixado o cabo Bojador para atrás[2]
A passagem do cabo Bojador foi um dos marcos mais importantes da navegação portuguesa. Derrubou os velhos mitos medievais e abriu caminho para os grandes Descobrimentos. Ao passar o cabo Bojador, os navegadores portugueses entraram em mares até então desconhecidos, enfrentando inúmeros perigos. Por isso é que foi um grande momento histórico.
Literatura
Sua menção é feita por Luís de Camões, no Canto V da epopeia portuguesa Os Lusíadas, onde este surge como estando protegido pelo gigante Adamastor, que afundava as naus.
O Bojador é igualmente referido no poema Mar Português, de Fernando Pessoa, na segunda parte do livro Mensagem[3]
“
X. Mar Português
Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas foi nele que espelhou o céu.