Caio Sálvio Liberal
Caio Sálvio Liberal Nônio Basso (em latim: Gaius Salvius Liberalis Nonius Bassus) foi um senador e general romano nomeado cônsul sufecto para o nundínio de novembro a dezembro de 85 com um colega de nome indeterminado ([? Cornélio] Orestes). CarreiraLiberal nasceu em Urbs Salvia, em Piceno. Segundo Ronald Syme, é possível que ele seja primo de primeiro grau do cônsul Lúcio Flávio Silva Nônio Basso[1], mas Olli Salomies apresenta evidências que contradizem esta tese, especialmente uma inscrição que indica que sua mãe seria uma Ânia[2]. Uma outra, encontrada em Urbs Salvia, indica que o prenome de seu pai era Caio e, mais importante, fornece detalhes de sua carreira política[3]. O primeiro cargo listado é o de magistrado-chefe de sua cidade por quatro anos censitários, que, segundo Anthony Birley, indica um período de 15 anos entre o primeiro e o último mandato[4]. Depois, Liberal foi admitido no Senado Romano (adlectio) como ex-pretor, apesar de uma outra linha da mesma inscrição indicar que ele teria sido admitido como ex-tribuno da plebe; a partir disto e através de uma analogia com a carreira de Caio Caristânio Frontão, Birley deduz que Liberal "provavelmente também ocupou postos militares equestres e estava do lado certo em 69", o ano da guerra civil que levou Vespasiano ao trono[4]. Depois, Liberal foi cooptado pelos irmãos arvais em 1 de março de 78 no lugar do falecido Caio Salônio Matídio Patruíno[5], mas se ausentou das cerimônias do grupo e só retornou em 30 de outubro de 81. Syme data seu mandato como juridicus augustorum na Britânia neste período (78-81)ref>Ronald Syme, Some Arval Brethren, p. 25</ref> enquanto que H. Peterson defende que ele comandou a Legio V Macedonica entre maio de 78 e 24 de junho de 79 (ou pouco depois), atuando como juridicus apenas no período remanescente[6]. Birley ainda propôs uma terceira cronologia, datando seu comando na V Macedonica em um período anterior à sua cooptação pelos irmãos arvais, que "se este sacerdócio seria, de alguma forma, uma recompensa por seu meritoso serviço como legado legionário, seria compreensível que ele fosse mencionado depois dele [do serviço militar]". Por esta tese, Liberal teria comandado a V Macedonica entre 74 e 78 e servido como juridicus entre 78 e 81[7]. Depois, Liberal foi procônsul da Macedônia. Syme argumenta, com base em nova ausência nos registros dos irmãos arvais, que seu mandato teria ocorrido entre 84 e 85[8]. Por outro lado, P.M.M. Leunissen sugere uma data ligeiramente anterior, 82 a 83[9], o mesmo período sugerido por Birley[7]. Apesar da incerteza com relação às datas anteriores, a data de seu consulado sufecto é consensual: Werner Eck e Andreas Pangerl publicaram um diploma militar que atesta que ele foi cônsul sufecto no último nundínio de 85, imediatamente depois de deixar a Macedônia[10]. Syme argumenta que nos eventos posteriores ao julgamento de Caio Cecílio Clássico, Liberal foi exilado[11][12]. Birley nota que ele era "um advogado espetacular, fluente e incisivo, na acusação ou na defesa" e acrescenta que "sua extroversão conquistou a aprovação de Vespasiano, mas sob Domiciano ele esteve em perigo, talvez no exílio"[4]. Em alguma data posterior, provavelmente depois do assassinato de Domiciano (96), Liberal retornou a Roma e voltou a advogar. Em 100, ele defendeu um procônsul da África processado por Cneu Júlio Agrícola[13][14]. Ele é citado como presente na reunião dos irmãos arvais em 101, mas já não aparece de 105 em diante, portanto é provável que tenha morrido nesse ínterim[15]. FamíliaUma lápide encontrada perto de Roma dedicada a sua esposa, Vitélia, filha de Rufila, por seu filho, Caio Sálvio Vitelânio, fornece alguns detalhes de sua família. Sabe-se que Sálvio Vitelânio foi tribuno militar da V Macedonica e foi legado do procônsul da Macedônia. Pela coincidência, Birley sugere que ele tenha servido sob o comando de seu pai[15]. FicçãoCaio Sálvio Liberal aparece nos livros II a V do "Cambridge Latin Course" como um homem ardiloso e malévolo. Ele condena muitos escravos à morte, é odiado pela maior parte das pessoas e o principal antagonista da obra, ajudando o imperador a coordenar a queda de muitos romanos proeminentes. Ele se envolve numa conspiração contra Tibério Cláudio Cogidubno e desvenda o caso amoroso entre Paris e a esposa de Domiciano, Domícia. Finalmente ele acaba julgado por seus crimes e exilado por cinco anos. Ver também
Referências
|