A caixa de espelhos é uma caixa com dois espelhos no centro (um em cada sentido), inventada por Vilayanur S. Ramachandran para ajudar a aliviar a dor do membro fantasma, na qual os pacientes sentem que têm um membro presente apesar de estar amputado.
Baseado na observação de que os pacientes com membro fantasma eram mais propensos a sentir dor e paralisia no membro fantasma se este tinha sido paralisado antes da amputação (por exemplo, devido a uma avulsão do plexo braquial), Ramachandran e Rogers-Ramachandran propuseram a hipótese da "paralisia aprendida" da dor de membros fantasmas (Ramachandran & Blakeslee 1998). A sua hipótese era que cada vez que o paciente tentava mover o membro paralisado, recebia uma realimentação sensorial (através da visão e a propriocepção) de que o membro no se movia. Esta realimentação ficava gravada nos circuitos cerebrais através de um processo de aprendizagem Hebbiana, pelo que, mesmo quando o membro não estivesse presente, o cérebro tinha aprendido que o membro (e seu fantasma) estava paralisado. Por vezes o membro fantasma é doloroso porque sente estar numa posição incómoda ou pouco natural, e o paciente sente que não pode movê-lo.
Para treinar o cérebro, e portanto eliminar a paralisia, Ramachandran e Rogers-Ramachandran (Ramachandran, Rogers-Ramachandran & Cobb 1995) criaram a caixa de espelhos. O paciente introduz o membro são num lado, e o amputado no outro. Então olha para o lado onde está o membro são. Moverá o membro são, que será refletido no espelho, dado a percepção de que o membro fantasma também se move.
A terapia mostrou-se efetiva em alguns casos, mesmo sem nenhuma teoria aceite de como funciona. Num estudo de 2010 sobre a dor do membro fantasma, Martin Diers e seus companheiros descobriram que "Num ensaio controlado e aleatório que usava imagens motoras graduadas... e o treino com o espelho, os pacientes com síndrome de dor regional complexos de dor do membro fantasma mostraram uma diminuição da dor bem como uma melhoria da função pós-tratamento no decurso de 6 meses. Este estudo descobriu que as imagens especulares não produziam atividade cortical significativa em pacientes com o membro fantasma e concluiu que "o método ótimo para alterar a dor e a representação cerebral, e os mecanismos cerebrais são subjacentes aos efeitos do treino com espelhos ou às imagens motoras graduadas, embora isso não seja claro"(Diers et al. 2010).
Efetividade
Uma série de pequenos estudos de investigação tem mostrado resultados animadores; no entanto, não há consenso sobre a efetividade da terapia com espelhos. As revisões das investigações publicadas por Moseley (Moseley et al. 2008) e Ezendam (Ezendam et al 2009) concluem que grande parte dos testes que apoiam a terapia com espelhos é anedótica e vem de estudos com uma baixa qualidade metodológica. Em 2011, uma revisão de literatura de Rothgangel (Rothgangel et al. 2011) resumiu a investigação da seguinte maneira:
Para o acidente cerebrovascular há uma prova de qualidade moderada de que a MT (Mirror Therapy) como intervenção adicional melhora a recuperação da função do braço, e uma prova de baixa qualidade com respeito à função do membro inferior e a dor após um acidente cerebrovascular. A qualidade das provas em pacientes com síndrome de dor regional complexa também é baixa. Não se podem tirar conclusões definitivas. Sabe-se pouco sobre que pacientes são mais propensos a beneficiar de MT, e qual é a melhor forma na qual deve ser aplicada a MT. Os estudos futuros com descrições claras de protocolos de intervenção devem focar-se em medidas de resultados estandardizadas e registrar sistematicamente os efeitos adversos.(Rothgangel et al. 2011)
Para treinar o cérebro, e portanto eliminar a paralisia, (Ramachandran , Rogers-Ramachandran & Cobb 1995) criaram a caixa de espelhos. O paciente introduz o membro são num lado e o amputado no outro. Então olha para o lado onde está o membro são. Moverá o membro são, que será refletido no espelho, dado a percepção de que o membro fantasma também se move.
Referências
Altschuler, E. L.; Wisdom, S. B.; Stone, L.; Foster, C.; Galasko, D.; Llewellyn, D. M.; Ramachandran, V.S. (1999), «Rehabilitation of hemiparesis after stroke with a mirror.», Lancet (353(9169)): 2035–2036
Karl, A.; Muhlnickel, W.; Kurth, R.; Flor, H. (2004), «Neuroelectric source imaging of steady-state movement-related cortical potentials in human upper extremity amputees with and without phantom limb pain», Pain, 110 (1–2): 90–102, PMID15275756, doi:10.1016/j.pain.2004.03.013
Flor, H.; Diers, M.; Christmann, C.; Koeppe, C. (2006), «Mirror illusions of phantom hand movements. Brain activity mapped by fMRI», NeuroImage, 31: S159
Ezendam, D.; Bongers, RM.; Jannink, MJ. (2009), «Systematic review of the effectiveness of mirror therapy in upper extremity function», Disability Rehabilitation, 20 (May): 1–15
Ezendam, D.; Bongers, RM.; Jannink, MJ. (2009), «Systematic review of the effectiveness of mirror therapy in upper extremity function», Disability Rehabilitation, 20 (May): 1–15, doi:10.3109/09638280902887768
Rothgangel, AS.; Braun, SM.; Beurskens, AJ.; Seitz, RJ.; Wade, DT. (2011), «The clinical aspects of mirror therapy in rehabilitation: a systematic review of the literature», International Journal of Rehabilitation Research, 34 (March): 1–13, PMID21326041, doi:10.1097/MRR.0b013e3283441e98