Carlos passou a enfrentar a partir de 1323 uma revolta popular no Condado da Flandres, e no ano seguinte tentou sem sucesso ser eleito Sacro Imperador Romano-Germânico. O rei Eduardo II de Inglaterra era seu vassalo por também ser Duque da Aquitânia, porém estava relutante em prestar homenagem a outro rei. Carlos conquistou a Guiena em retaliação em conflito conhecido como a Guerra de Saint-Sardos. No acordo de paz, Eduardo concordou em jurar fidelidade ao rei francês e pagar uma multa. Em troca, o território foi devolvido a Inglaterra, porém reduzido.
Carlos casou-se três vezes mas nunca teve um herdeiro homem, assim a principal linhagem masculina da Casa de Capeto encerrou-se com sua morte. Ele foi sucedido em Navarra por sua sobrinha Joana II e na França por seu primo Filipe VI, porém a legitimidade contestada foi um dos fatores que levaram a Guerra dos Cem Anos.
Tal o reinado do seu irmão mais velho Luís X de França, o seu também seria condicionado pelo escândalo da Torre de Nesle e pela vontade em se casar com uma rainha capaz de lhe dar um descendente para continuar a dinastia capetiana.
Encontrando o tesouro real vazio devido aos gastos dos reinados precedentes, Carlos aumentou os impostos. Puniu severamente e confiscou os bens dos banqueiroslombardos que tinham sido os credores do reino.
Foi igualmente rigoroso com os juízes e senhores que se tinham apropriado dos bens de particulares, sendo acusado de não só perseguir estes, como também outros nobres que não estavam no seu favor. Chegou mesmo a prender Girard de la Guette, superintendente das finanças de Filipe o Alto acusado de ter desviado 1 200 000 libras.
A partir de 1323, alguns senhores da Gasconha, apoiados pelos ingleses, fizeram incursões nos domínios do reino. Uma vez que estes gascões eram liderados por bastardos da nobreza, este conflito foi chamado de Guerra dos Bastardos.
Em 1325, o rei francês tomou os territórios ingleses no continente. Eduardo enviou a sua esposa Isabel de França para negociar com o irmão. Isabel acabou por organizar na França a deposição do rei inglês em favor do seu filho Eduardo III, em 1326-1327, e a instituição de uma regência da rainha mãe com Roger Mortimer, em nome do seu filho.
Joana de Évreux estava grávida aquando da morte de Carlos IV. Tal como no caso do seu irmão Luís X, foi necessário aguardar o nascimento da criança para se saber se era varão e poderia continuar a dinastia capetiana. Entretanto o reino passou para a regência de Filipe de Valois. Ao nascer outra filha, a 1 de Abril de 1328, que não podia reinar devido à lei sálica, passaram a haver três pretendentes:
Eduardo III de Inglaterra, filho de Isabel de França, eliminado da sucessão porque, segundo uma interpretação mais alargada da lei sálica, as mulheres não só não podiam herdar o trono, como também não podiam transmitir este direito. Esta posição foi contestada pelo monarca inglês, o que foi uma das razões principais para a Guerra dos Cem Anos que se seguiu;
O trono francês passou assim para as mãos de Filipe de Valois, que se tornou rei Filipe VI de França. Navarra foi restituída à sua herdeira legítima, uma vez que a sua suposta bastardia de Joana II (devido ao caso da Torre de Nesle) nunca foi provada. Joana tinha-se casado em 1317, com o seu primo Filipe de Évreux, que negociou com o novo rei Filipe VI. Em troca do seu apoio ao novo monarca e da anexação oficial do condado de Champanhe aos territórios do reino da França, este conseguiu o trono navarro para a sua esposa e para si, tomando o nome de Filipe III de Navarra.