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A primitiva ocupação humana da região remonta à pré-história, conforme os testemunhos arqueológicos ali abundantes.
Certamente remontando a um castro pré-romano, à época da Invasão romana da Península Ibérica. Chaves foi importante centro urbano conforme também o testemunham os vestígios arqueológicos. A partir do ano de 78 tornou-se sede de município fundado por Tito Flávio Vespasiano, que a denominou Aquae Flaviae, em homenagem à excelência das águas termais em que a região é abundante.[2] Para unir as duas margens do rio, cortado pela estrada romana que unia Bracara Augusta (atual Braga) e Astúrica Augusta (Astorga, hoje na Espanha), foi erguida a Ponte de Trajano, datada do século I. Acredita-se que também dataria deste período a primeira muralha envolvendo a povoação, cirscunscrita ao centro histórico da atual cidade, onde foi erguida a Igreja Matriz.
A partir do século III a cidade foi palco das invasões de Suevos, destacando-se as lutas entre Remismundo e Frumário que, disputando o direito ao trono, acarretaram a quase total destruição da povoação (411),[2] culminando com a vitória de Frumário e a prisão do bispo Idácio de Chaves. Posteriormente se sucederiam Alanos e Visigodos até que, no início do século VIII, chegaram os Muçulmanos, vencendo Rodrigo, o último rei dos Visigodos (713). Os novos conquistadores terão reforçado a fortificação de Chaves, uma vez que choques entre mouros e cristãos se sucederam até ao século XI.
À época da Reconquistacristã da Península Ibérica, Chaves foi inicialmente tomada aos mouros por Afonso III de Leão (866-910), que teria determinado uma reconstrução de suas defesas. Esta primitiva edificação do castelo é atribuída ao conde Odoário, no século IX. No primeiro quartel do século X, entretanto, Chaves voltou a cair no domínio mouro.[1]
Embora tradicionalmente se afirme que Chaves foi o local das núpcias de Afonso III de Portugal (1248-1279) com a infanta D. Beatriz, filha ilegítima de Afonso X de Castela, na realidade o soberano dirigiu-se a Santo Estevão de Chaves (1253). Foi este soberano quem, determinando a reconstrução de suas defesas, outorgou o primeiro foral a Chaves, em 1258, com direitos idênticos aos de Zamora, no reino de Leão.[2] Data desta época, assim, o início da reconstrução do castelo com a ereção da torre de menagem, para o que construibuiam os moradores dos termos de Chaves e de Montenegro mediante o pagamento da anúduva. Alguns autores referem que a construção desta torre de menagem foi uma resposta à construção do Castelo de Monterey, no lado oposto da fronteira, no reino da Galiza.
O seu sucessor, Dinis de Portugal (1279-1325), deu prosseguimento às obras, concluindo a torre de menagem e a cerca da vila. Afonso IV de Portugal (1279-1325), por sua vez, confirmou o foral à vila (1350).[2]
No contexto da crise de 1383-1385, a vila de Chaves tomou partido por D. Beatriz e D. João I de Castela. Após a batalha de Aljubarrota (1385), as forças do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, impuseram cerco ao castelo, que se estendeu de Janeiro a Abril de 1386, até à rendição de seu alcaide-mor, Martim Gonçalves de Ataíde. Em recompensa, D. João I de Portugal doou estes domínios ao Condestável, que os legou como dote a sua filha D. Beatriz, pelo casamento com D. Afonso, 1° duque de Bragança. Por este motivo, alguns autores também denominam o Castelo de Chaves como o Castelo do Duque de Bragança.
No contexto da Guerra Peninsular estas defesas voltariam a ser guarnecidas. Com a paz, as muralhas de Chaves foram sendo absorvidas pelo progresso urbano, conforme exemplificado na região da Porta do Anjo e na da Rua do Sol.
No século XX, Chaves foi elevada a cidade a 12 de Março de 1929, estando o seu castelo classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 22 de Março de 1938.[3] No final da década de 1950, a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) iniciou uma série de intervenções de consolidação, limpeza, restauro e reconstrução das suas defesas. Os trabalhos prosseguiram ao longo das décadas de 1960 e de 1970, culminando, em 1978, com a instalação de um museu histórico-militar nas dependências da torre de menagem do castelo medieval. Nele os visitantes encontram expostas armas, uniformes, bandeiras, desenhos e plantas, desde a Idade Média até à aos nossos dias. A década de 1980 foi marcada pela execução de diversos trabalhos de beneficiação e por pesquisa arqueológica nos jardins do castelo, a sul da torre de menagem (1985), ao passo que a da 1990 deu prioridade à requalificação dos espaços do Forte de São Francisco e do Forte de São Neutel.
Século XXI
Parte da muralha ruiu em 2001 devido ao mau tempo na região. Cerca de uma semana após concluída a reconstrução, o baluarte voltou a desmoronar.[2] Apesar de estarem em causa 450 mil euros - valor das obras de reconstrução - o inquérito aberto pela Câmara Municipal não encontrou responsáveis. Empreiteiro, arquitectos, Câmara ou Instituto Português do Património Arquitectónico, que deu aval ao projecto, ninguém foi responsabilizado. O inquérito identificou como causas do desmoronamento o facto da recuperação não ter sido feita de cunhal a cunhal e de não se ter recuperado o espaço superior do baluarte, onde existiam pequenas hortas.
Um concurso para a nova reconstrução foi lançado em 2004 e as obras ficaram concluídas em 2007.
Características
O conjunto é marcado pelo castelo medieval, em posição dominante sobre a cidade, com planta rectangular compreendendo internamente a Torre de Menagem e, externamente, fortificações abaluartadas ao estilo Vauban.
Do castelo medieval sobreviveu apenas parte da muralha e a Torre de Menagem. Esta, apresenta planta quadrangular com as dimensões de doze metros de largura por cerca de vinte e oito metros de altura, dividida internamente em rés do chão (cisterna) e mais três pavimentos com teto em abóbada de berço. Em suas paredes de granito rasgam-se algumas seteiras, e no alçado a Leste, varandas de madeira. Coroada por merlões e ameias, nos vértices, pequenos balcões semicirculares são suportados por Mata-cães. É acedida pelo primeiro pavimento, através de uma escada de pedra em ângulo, com guardas, também de pedra, e porta em arco de volta perfeita, com moldura torada, encimada por um brasão real com dezanove castelos.
A barbacã da torre, percorrida por adarve, apresenta, na fachada sudoeste, uma porta em arco de volta perfeita. Esta porta é defendida por um balcão rectangular e saliente com matacães. Balcão semelhante pode ser observado na fachada noroeste, assim como um outro, de canto circular, no ângulo destas fachadas. O acesso ao adarve é feito pelo balcão com passadiço, a partir do segundo pavimento da torre.
O conjunto encontra-se parcialmente envolvido por um jardim artístico, delimitado pelas muralhas.