Catch a Fire
Catch a Fire é o quinto álbum de estúdio da banda de reggae jamaicana The Wailers, e o primeiro lançado internacionalmente pela Island Records.[1] Depois de se apresentarem e gravarem no Reino Unido com Johnny Nash, a partida de Nash para os Estados Unidos deixou a banda sem dinheiro suficiente para retornar ao seu país. Eles procuraram o produtor Chris Blackwell, que concordou em adiantar dinheiro para os Wailers voltarem à Jamaica e gravarem um álbum. O álbum incluiu nove canções, duas delas escritas por Peter Tosh e as demais por Bob Marley. Depois que Marley voltou a Londres para apresentar as fitas para Blackwell, o produtor remixou as faixas com as contribuições do músico Wayne Perkins, da Muscle Shoals, que gravou a guitarra de duas faixas por meio de "overdub". Lançado em 13 de abril de 1973, o álbum trouxe fama internacional para o grupo. As letras de caráter social e militante atraíram muitos ouvintes, além dos temas controversos e uma visão otimista em relação a um futuro livre de opressões. Catch a Fire chegou a #171 e #51 nas paradas da Billboard Pop Albums e Black Albums, respectivamente. É também o álbum #123 na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone. GravaçãoAs sessões de gravação para o álbum começaram no início de 1972, em três estúdios de Kingston: Dynamic Sound, Harry J e Randy. Cada faixa foi gravada por todos os membros da banda ao mesmo tempo e no mesmo espaço.[2][3][4] O engenheiro Sylvan Morris utilizou uma fita de oito faixas, com as peças da bateria em uma única faixa e o piano e a guitarra na mesma faixa. No inverno de 1972, Marley voltou a Londres para apresentar as fitas-mestre. O acordo com a Island causou uma disputa com a CBS e Sims, com quem a banda já tinha contrato. O caso foi vencido pela primeira, que recebeu nove mil dólares e dois por cento de royalties dos seis primeiros álbuns da banda, e Sims recebeu cinco mil libras e os direitos de publicação das canções de Marley.[5][6] Catch a Fire, que é uma gíria jamaicana para "pegando fogo", incluiu muitos músicos de apoio, mas nenhum deles foi creditado no encarte. Wayne Perkins, guitarrista do estúdio Muscle Shoals, que à época gravava um novo álbum dos Smith, Perkins & Smith no Island Studios da rua Basing, foi chamado por Blackwell no início de 1972 para fazer arranjos para Catch a Fire no estúdio de baixo. Perkins, sem saber o que era o reggae, concordou com a proposta e inicialmente fez a guitarra solo, incluindo o arranjo de três oitavas de "Concrete Jungle". Depois de fazer a guitarra base de "Stir it Up", que foi depois regravada pela banda de Nash, Rabbit and the Jungles, em seu álbum I Can See Clearly Now, alcançando a 11ª posição na Billboard Hot 100,[7] ele então voltou para o estúdio para completar o álbum. Rabbit Bundrick tocou em todas as canções em inúmeros teclados, incluindo um sintetizador e uma clavineta. Robbie Shakespeare gravou o baixo de "Concrete Jungle", enquanto o organista Tyrone Downie gravou a mesma faixa e também "Stir it Up". Chris Karen, Francisco Willie Pep e Winston Wright gravaram percussões, e as vozes femininas foram gravadas por Rita Marley e sua amiga Marcia Griffiths, que já era popular na Jamaica como artista solo e já havia lançado bem sucedidos singles com seu marido Bob Andy.[6] Tommy McCook gravou a flauta.[3] De acordo com Aston Barrett, "algumas das canções haviam sido gravadas antes, ..., em diferentes estúdios e com diferentes músicos, mas nós demos a elas um tempo certo e trouxemos à tona o seu sentimento". "Baby We've Got a Date (Rock it Baby)" é similar a "Black Bitter", gravada em uma sessão anterior.[3] As letras das canções falavam sobre a injustiça política com os negros e sobre pobreza, assim como em outros álbuns do grupo. Catch a Fire é sobre "o estado atual da pobreza urbana", e "Slave Driver" "conecta as injustiças do presente às do passado". Mas política não é o tema principal; "Stir it Up", por exemplo, é uma canção de amor.[8] CapaA edição original de 1973 em vinil foi desenhada pelos artistas gráficos Rod Dyer e Bob Weiner, e foi embalada em uma capa que imitava um isqueiro Zippo.[9] A capa funcionava como um verdadeiro Zippo, abrindo-se para revelar o disco.[10] Somente a prensagem original de 20 mil cópias teve a capa do Zippo,[11] pois as prensagens subsequentes receberam uma capa alternativa, desenhada por John Bonis e contendo um retrato de Marley feito por Esther Anderson fumando um cigarro de maconha, e o álbum passou a ser creditado a "Bob Marley and the Wailers".[12][13] Desde então, cópias do disco da prensagem original se tornaram itens de coleção.[14] A arte da capa original foi reproduzida em 2001 para a edição de luxo em CD. Fortuna crítica
FaixasTodas as faixas escritas e compostas por Bob Marley, exceto onde indicado.
Referências
Bibliografia
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