Share to: share facebook share twitter share wa share telegram print page

 

Caverna de Escoteino

Caverna de Escoteino
Σπήλαιο Σκοτεινού
Caverna de Escoteino
Entrada da caverna de Escoteino
Localização atual
Caverna de Escoteino está localizado em: Creta
Caverna de Escoteino
Localização da caverna de Escoteino em Creta
Coordenadas 35° 18′ 17″ N, 25° 17′ 51″ L
País Grécia
Região Creta
Unidade regional Heraclião
Localidade mais próxima Escoteino
Altitude 220 m
Área 2 500 m²
Dados históricos
Fundação Minoano Médio (c.2 000 a.C.)
Abandono Período romano
Início de ocupação Idade do Bronze
Civilização Minoica
Notas
Escavações 1933 • 1953 • 1962
Arqueólogos Arthur EvansJohn PendleburyPaul FaureCostis Davaras
Acesso público Sim
Interior da caverna

A caverna de Escoteino[1] (lit.: "caverna escura" grego: σπήλαιο Σκοτεινού; romaniz.: spílaio Skoteinoú) ou caverna de Skotino, também conhecida como caverna de Agia Paraskevi (ou Agía Parasceví), é uma das maiores e mais impressionantes entre as centenas de cavernas de Creta. Foi usada como santuário pagão desde o 3º milênio a.C. até ao período romano, quando foi transformada num santuário cristão, uma tradição que de certa forma ainda se mantém, pois por cima dela há uma capela dedicada a Santa Parasceva, onde todos os anos se realiza uma romaria em 26 de julho.[2] Na opinião do arqueólogo Paul Faure, a caverna poderia ter sido o célebre labirinto de Creta.[3][2]

Localização e descrição

A caverna situa-se no alto de uma colina, a 225 metros de altitude, a noroeste da vila de Escoteino, na unidade municipal de Goúves e na unidade regional de Heraclião. Em linha reta encontra-se a 1,2 km de Escoteino, 1,6 km a oeste da aldeia de Goúves e 3,3 km a sul da costa do mar de Creta (Cató Goúves); as distâncias por estrada são, respetivamente, 3,7 km, 6,3 km e 9 km.

A caverna tem cerca de 2 500 m² de área, 160 m de profundidade, 36 m de largura e percorrê-la na totalidade implica um percurso de 450 metros. Tem várias formações complexas de estagmites e estalactites, algumas lembrando figuras humanas e de animais. Após a entrada, há uma câmara principal, chamada Mega Nao, com 130 m de comprimento por 33 de largura e 30 de altura. Mais abaixo e à direita há uma profusão de estalactites, algumas que chegam até ao chão. Continuando a descer, encontra-se uma câmara mais pequena, conhecida como "Altar", com 24 m de comprimento por 8,5 de largura e 25 de altura, onde eram realizados sacrifícios. No chão há drenos que provavelmente eram usados para libações e oferendas às divindades do submundo (sangue, azeite, vinho, etc.).[2]

À esquerda da primeira câmara, há uma outra, chamada "Adyton", com 15 por 8 m e 2,3 m de altura, que conduz a outra entrada. A câmara considerada mais espetacular, conhecida como a "Sala de Adoração", entre o "Altar" e o "Adyton", situa-se 50 metros abaixo do nível da entrada; é abobadada e mede 12 por 12,5 m por 10 a 15 m de altura. No inverno esta câmara ficam alagada até um terço da sua altura. O acesso é feito por um corredor com 12 m de comprimento e 2 m de largura. Mais acima, o chamado "Quarto de Orações" tem apenas 7,5 por 5 metros; tem inúmeras estalactites e estalagmites, que formam colunas. Há ainda um outro pequeno espaço, conhecido localmente como "a capelinha", com 12,5 m de comprimento e 1,5 a 5 metros de largura.[2]

A capela dedicada a Santa Parasceva situa-se na parte norte da ravina onde se encontra a entrada principal. Foi construída durante o período veneziano.[4]

Escavações

As escavações na caverna foram realizadas em 1933 por Arthur Evans e John Pendlebury, em 1953 por Paul Faure e em 1962 por Costis Davaras. Os achados indicam que o sítio foi utilizado como um santuário do período minoano médio até o período romano, quando foi transformado em um santuário cristão. A caverna era um santuário importante dedicado a uma divindade feminina da fertilidade, presumivelmente Britomártis. Durante as épocas clássicas grega e romana, a deusa da fertilidade Ártemis ou seu equivalente Diana substituiu a divindade minoica.[2]

Entre os achados arqueológicos há um número considerável de oferendas votivas na forma de objetos de bronze e de cerâmica, uma tradição que, quatro mil anos depois do seu início, tem continuidade nos inúmeros ex-votos deixados na capela por peregrinos.[5]

Referências

  1. Gómez, Manuel Guerra (2002), Historia de las religiones, ISBN 9788479144487 (em espanhol), Biblioteca de autores cristianos, p. 23 
  2. a b c d e «Skotino cave» (em inglês). Interkriti.org. Consultado em 19 de fevereiro de 2014 
  3. Howarth, Nicholas A. A. (2010), «Labyrinth Lost: From ancient maps to filming for National Geographic» (PDF), Christ Church Library Newsletter, ISSN 1756-6797 (em inglês), 6 (3): 16–17, consultado em 19 de fevereiro de 2014 
  4. «Skotino cave» (em inglês). Cretanbeaches.com. Consultado em 19 de fevereiro de 2014 
  5. Fisher, John; Garvey, Geoff (2007), The Rough Guide to Crete, ISBN 978-1-84353-837-0 (em inglês) 7ª ed. , Nova Iorque, Londres, Deli: Rough Guides, p. 120 

Bibliografia complementar

  • Castleden, Rodney (2002), Minoans, ISBN 9781134880645 (em inglês), Routledge, p. 60, consultado em 19 de fevereiro de 2014 
  • Tyree, E. Loeta (1974), Diachronic changes in Minoan cave cult (PDF) (em inglês), consultado em 19 de fevereiro de 2014 
  • Tyree, L.; McCoy, F.W.; Kanta, A.; Sphakianakis, D.; Stamos, A.; Aretaki, K.; Kamilaki, E. (2005–2006), «Inferences for use of Skotino Cave during the Bronze Age and later based on a speleological and environmental study at Skotino Cave, Crete» (publicado em 2009), Aegean Archaeology (em inglês) (8): 51-63, consultado em 19 de fevereiro de 2014 
  • Tyree, L.; Kanta, A.; Sphakianakis, D. (2007), «The Neopalatial Chalice: Forms and Function in the Cave of Skoteino», in: Betancourt, P. P.; Nelson, M. C.; Williams, H., Krinoi kai Limenes: Studies in Honor of Joseph and Maria Shaw (em inglês), 277-283, p. 277-283 
  • Tyree, L.; Kanta, A.; Robinson, H. L. (2008), «Evidence for Ritual Eating and Drinking: A View from Skoteino Cave», in: L. A., Hitchcock; Laffineur, R.; Crowley, J., DAIS: The Aegean Feast (em inglês) (29), Liège, Austin: Aegaeum, p. 179-185 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre a Caverna de Escoteino
Prefix: a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Portal di Ensiklopedia Dunia

Kembali kehalaman sebelumnya