Apadrinhado político de Paulo Maluf (com quem depois romperia), foi eleito no segundo turno derrotando a candidata do PTLuiza Erundina. A vitória de Pitta deveu-se sobretudo ao apoio de pessoas muito importantes, que tinham grande carisma popular. Suas propostas envolviam principalmente projetos na área de transporte, como o "fura-fila" (chamado depois de "Paulistão" e de "Expresso Tiradentes"), parcialmente finalizado dez anos depois, ao custo total de 1,2 bilhão de reais.
Em 1989, tornou-se diretor financeiro da Eucatex, empresa de propriedade da família Maluf. Em 1993, durante a gestão de Paulo Maluf na prefeitura de São Paulo (1993-1997), foi nomeado secretário municipal de Finanças. Em 1995, filiou-se ao Partido Progressista Reformador (PPR), o qual passou a se chamar Partido Progressista Brasileiro (PPB) no mesmo ano. Foi Indicado por Maluf como candidato à sua sucessão na eleição de 1996.[5]
Terminou o primeiro turno com 48,24% dos votos válidos. Foi ao segundo turno contra a ex-prefeita Luiza Erundina (PT), tendo vencido com 62,28% dos votos válidos.[5]
O mandato de Pitta, no entanto, foi marcado pela corrupção, com as denúncias tendo estourado em março de 1999, relatadas principalmente por sua ex-esposa, Nicéia Pitta, que vinha sendo ameaçada de morte. As denúncias envolviam vereadores, subsecretários e secretários no escândalo conhecido “Máfia da Propina"- entre as denúncias também estava o "escândalo dos precatórios". Tais denúncias tiveram como consequências a abertura de uma CPI na Câmara de Vereadores, cujos trabalhos de investigação foram interrompidos por decisão em plenário, mas que levou à cassação de dois vereadores. Em função desse escândalo, foi feito um pedido de abertura de processo de impeachment contra o prefeito, mas foi rejeitado pelos vereadores.[5] Pitta foi alvo do primeiro abaixo-assinado online do Brasil. Em abril de 1999, o Movimento Ação para a Cidadania iniciou o abaixo-assinado para pedir a sua cassação.[6]
Deixou o PPB em março de 1999, rompendo com seu padrinho político Paulo Maluf, vindo a se filiar ao Partido Trabalhista Nacional (atual Podemos) em setembro.[5]
Em março de 2000, foi novamente apresentado à Câmara de Vereadores um pedido abertura de processo de impeachment, pela seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), baseado em 11 acusações. Em julho de 2000, o pedido foi rejeitado pela maioria dos parlamentares.[5]
Por conta de medidas adotadas durante o seu mandato como prefeito e como secretário das Finanças do então prefeito Paulo Maluf, Pitta foi réu em treze ações civis públicas, acusando-o de ilegalidades. O valor das denúncias somadas alcançou 3,8 bilhões de reais, equivalente a quase metade do orçamento da cidade à época. A dívida paulistana passou na sua gestão de 8,6 bilhões de reais em 1997 para 18,1 bilhões de reais.[7][8]
Por causa das denúncias, Pitta não se candidatou à reeleição em 2000, já que a maioria dos paulistanos rejeitava a sua gestão.
Ao deixar o poder em janeiro de 2001, uma pesquisa mostrou que 83% dos paulistanos consideravam a sua gestão ruim ou péssima, um dos maiores índices de ex-prefeitos que saíram do cargo.
Candidaturas
Pitta candidatou-se a deputado federal nas eleições de 2002, pelo então nanico PSL, e nas de 2006, pelo PTB.[9][10] Na primeira recebeu 84 119 votos (0,42%), na segunda, 7 484 (0,03%), não obtendo êxito em ambas.
Em 2006, o Ministério Público (MP-SP) pediu, por meio de ação cível por má administração pública, a devolução de 11,8 milhões de reais aos cofres da prefeitura paulistana.
Em 2008, a Justiça Federal considerou Pitta culpado pelo "escândalo dos precatórios", impondo-lhe uma pena de 4 anos de prisão. Foi preso pela Polícia Federal em 8 de julho durante a Operação Satiagraha contra corrupção, por desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro.[12] Dois dias depois, teve a prisão temporária afastada após liminar do presidente do STF Gilmar Mendes.
Pensão
Celso Pitta ficou foragido por duas semanas por não ter pago a pensão para sua ex-mulher Nicéia Pitta, mas conseguiu um habeas corpus na justiça para responder o processo em liberdade e convocou uma entrevista coletiva no dia 3 de dezembro de 2008 para explicar sua versão dos fatos.
Prisão domiciliar
O juiz Francisco Antônio Bianco Neto, da 5ª Vara da Família da capital condenou Pitta a prisão domiciliar por não pagar pensão alimentícia à ex-mulher. Teria que cumprir prisão domiciliar, pois estava devendo para Nicéia Camargo R$ 155 mil de pensão alimentícia.[13]
Cirurgia
Em janeiro de 2009, Pitta submeteu uma cirurgia, para retirada de um tumor no intestino e depois da cirurgia, iniciou o tratamento com quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês.[14]
↑ abcdefgBrasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «Celso Roberto Pitta do Nascimento». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 4 de junho de 2023