Cold Blood (Doctor Who)
"Cold Blood" (intitulado "Sangue Frio" no Brasil)[1] é o nono episódio da quinta temporada da série de ficção científica britânica Doctor Who, transmitido originalmente através da BBC One e BBC HD em 29 de maio de 2010. É a segunda parte de uma história dividida em dois capítulos, sendo a conclusão de "The Hungry Earth", que apresenta o retorno dos humanoides reptilianos conhecidos como silurianos. Ambos foram escritos por Chris Chibnall e dirigidos por Ashley Way. Continuando os eventos do episódio anterior, o alienígena viajante do tempo conhecido como o Doutor (Matt Smith) e a geóloga Nasreen Chaudhry (Meera Syal) vão a uma cidade siluriana nas profundezas da Terra para resgatar a acompanhante do Doutor, Amy Pond (Karen Gillan), um homem local chamado Mo (Alun Raglan) e o filho dele, Elliot (Samuel Davies), que estão sendo mantidos como reféns. Enquanto isso, acima do solo, o noivo de Amy, Rory (Arthur Darvill), a esposa de Mo, Ambrose (Nia Roberts), e o pai de Ambrose, Tony (Robert Pugh), vigiam Alaya (Neve McIntosh), uma siluriana capturada que é a chave para libertar os reféns. Quando Ambrose mata Alaya, o Doutor tenta impedir que Restac (McIntosh), irmã de Alaya, destrua a população humana como vingança, oferecendo-se para compartilhar o planeta com os silurianos. Os produtores executivos Steven Moffat e Piers Wenger contataram Chibnall e pediram-lhe que escrevesse um episódio de duas partes sobre o retorno dos silurianos. Chibnall queria que "Cold Blood", em particular, fosse sobre os erros que as pessoas cometiam sob pressão e conflitos que poderiam resultar pela proteção de uma família. O episódio também está ligado ao arco de história da temporada, já que no final Rory morre e é consumido por uma fenda no universo. "Cold Blood" foi filmado entre outubro e novembro de 2009, com suas cenas sendo realizadas na vila galesa de Llanwynno, no Templo da Paz de Cardiff, na Plantasia em Swansea e uma série de outras locações usadas para representar partes da cidade siluriana, que a equipe de produção não queria que parecesse uma caverna. Foi assistido por 7,49 milhões de telespectadores no Reino Unido e recebeu críticas mistas dos avaliadores. Os revisores ficaram desapontados com o enredo e as características dos silurianos, mas o final emocionante foi amplamente elogiado. EnredoQuando o Doutor e Nasreen chegam na TARDIS na enorme civilização siluriana subterrânea, eles são capturados e levados ao médico Malohkeh. Enquanto isso, Amy e Mo, já amarrados às mesas, conseguem escapar; Mo descobre seu filho, Elliot, sedado em uma câmara e sob observação. Restac, a líder da casta guerreira siluriana, insiste que o Doutor e Nasreen Chaudhry sejam executados e os acompanha até uma corte; embora Amy e Mo interrompam o julgamento com armas roubadas, eles também são capturados.[2] Eldane, superior de Restac, é chamada por Malohkeh e exige o fim das hostilidades. O Doutor faz contato com Rory, Ambrose (esposa de Mo) e Tony (seu pai), lembrando-os de manter viva sua cativa, a siluriana Alaya, sem saber que Ambrose já a matou porque ela não quis ajudar Tony, que estava infectado com veneno siluriano. O Doutor então organiza uma "conferência" entre os silurianos (representados por Eldane) e os humanos (representados por Amy e Nasreen); os três discutem como ambas as espécies podem coexistir na superfície da Terra. Ambrose e Tony, preocupados com a reação siluriana ao descobrirem a morte de Alaya, programam a broca de Nasreen para penetrar nos bolsões de oxigênio da cidade dentro de quinze minutos para matar todos os silurianos.[2] Enquanto isso, Restac mata Malohkeh por sua traição e desperta outros membros da casta guerreira com a intenção de dar um golpe contra Eldane. O Doutor escapa com os humanos e canaliza um pulso de energia para a base da broca antes que ela atinja a cidade e desliga. Eldane retorna os guerreiros à hibernação iniciando uma "fumigação tóxica"; os humanos escapam e Eldane espera que em mil anos a paz entre humanos e silurianos possa ocorrer. Tony, ainda afetado pelo veneno de Alaya, opta por ficar para trás para ser curado no futuro e Nasreen também fica para estudar a terra por baixo e ajudar a melhorar as relações entre as duas espécies.[2] O Doutor, Amy, Rory encontram então uma rachadura na parede de uma caverna semelhante às que viram antes. O Doutor supõe que a rachadura foi causada por uma explosão no tempo, que pode ter deixado "estilhaços" para trás. Ele estende a mão e tira um objeto que embrulha em um lenço. Antes que ele possa explicar, Restac, morrendo por causa da exposição tóxica, rasteja para o buraco e atira no Doutor, mas Rory o empurra para fora do caminho e é morto. A rachadura absorve o corpo de Rory, apagando-o da existência e fazendo com que Amy perca a memória dele.[2] ProduçãoO showrunner Steven Moffat contatou o roteirista Chris Chibnall pedindo-lhe que voltasse a escrever para Doctor Who.[3] Chibnall já havia escrito o episódio "42", bem como episódios do spin-off Torchwood.[4] "Cold Blood" é a segunda parte da história que começou com "The Hungry Earth"; este construiu a tensão enquanto "Cold Blood" foi projetado para ter ação. O episódio também é ambientado numa maior cidade siluriana, enquanto "The Hungry Earth" se passa em uma pequena vila galesa. Chibnall queria que esta fosse uma "história sobre pessoas cometendo erros sob enorme pressão" e o conflito acidental que resulta da proteção de uma família; como tal, ele sempre pretendeu que Alaya morresse.[5] O plano de Moffat "desde o início" era vincular o episódio ao arco de história da quinta temporada com Rory não apenas morrendo, mas apagado da história por causa da rachadura no universo.[5] Moffat mais tarde traria Rory de volta em "The Pandorica Opens", embora o episódio revele que sua consciência foi colocada em um Auton como parte de uma armadilha para o Doutor salvar o universo das rachaduras.[6] Ele também achou apropriado a morte, pois o trio de protagonistas "havia se divertido e agora era um momento de uma baixa." A morte de Rory também está ligada ao tema de cometer erros de Chibnall; a culpa foi do Doutor quando ele parou para olhar a rachadura. Karen Gillan, atriz de Amy, chamou a cena de "incrivelmente desafiadora" para ela interpretar e tentou torná-la "verdadeira e verossímil".[5] "The Hungry Earth" e "Cold Blood" formaram o quarto bloco de produção da temporada e foram filmados entre o final de outubro e novembro de 2009 nos Upper Boat Studios e na vila galesa de Llanwynno.[4] O episódio utilizou muitos locais diferentes e cenários incomuns para retratar a cidade siluriana, já que a equipe de produção não queria simplesmente uma "sensação de caverna". Eles acreditavam que os silurianos também eram sofisticados e capazes de utilizar materiais encontrados no subsolo, como granito e mármore. Muitos dos locais receberam um brilho alaranjado para retratar o "luminescência ambiente" do centro da Terra.[5] A passarela na selva que leva à cidade siluriana foi filmada no jardim botânico Plantasia em Swansea em 13 de novembro de 2009.[7] O cenário deu uma sensação de crescimento dos eventos, o que era necessário para a sobrevivência dos silurianos. Os cenógrafos conseguiram reorganizar as plantas, mas tiveram que ter cuidado para não mostrar a janela que dava para o estacionamento ou outras comodidades modernas. O salão onde o Doutor é levado para execução foi filmado no Templo da Paz em Cardiff, e pouca decoração foi adicionada ao cenário.[5] Transmissão e recepção"Cold Blood" foi transmitido pela primeira vez no Reino Unido na BBC One e na BBC HD em 29 de maio de 2010. A avaliação inicial da audiência durante a noite de estreia mostrou que o episódio foi assistido por 5,7 milhões de telespectadores, um milhão a mais que na semana anterior.[8] Quando a audiência final consolidada foi calculada, ele foi assistido por 7,49 milhões de pessoas (7,04 milhões na BBC One e 0,45 milhões na BBC HD), classificando-o como o quarto programa mais assistido durante a semana e a maior audiência na BBC One no dia em que foi exibido.[9][10] Recebeu um Índice de Apreciação do público de 85, considerado "excelente".[11] "Cold Blood" foi lançado na Região 2 em formato DVD e Blu-ray em 2 de agosto de 2010 junto com os episódios "Amy's Choice" e "The Hungry Earth".[12][13] Foi então relançado como parte da coleção completa da quinta temporada em 8 de novembro do mesmo ano.[14] Recepção criticaO episódio recebeu críticas mistas dos avaliadores. Dan Martin, escrevendo para o The Guardian, disse que o episódio foi semelhante às histórias silurianas anteriores em Doctor Who, embora tenha dito que amou a "história tensa, louca e pensativa". Ele expressou "alegria" com Amy e Nasreen negociando para os humanos, embora achasse que as cenas diplomáticas foram "amplamente coreografadas". No geral, ele considerou que a força do episódio foi "dar a você algo grande e moral para refletir, de uma forma que nada mais nesta série fez ainda".[15] Gavin Fuller do The Daily Telegraph também comparou o conceito e as ideias de "Cold Blood" com a história original dos silurianos de 1970, mas considerou que o episódio teve "menos impacto" devido a uma "representação em preto e branco" e a unidimensionalidade de Restac. Ele também criticou o Doutor de Matt Smith, cuja interpretação "carecia de seriedade e convicção e era muito alegre". No entanto, ele elogiou as atuações "excelentes" de Smith e Gillan na cena final em que Rory é morto.[16] Keith Phipps, do The A.V. Club, deu ao episódio uma nota "B+", observando que a morte de Rory foi estragada para ele pelos comentaristas do site e, portanto, ele não gostou do episódio tanto quanto poderia. Ele chamou-o de uma conclusão "satisfatória, senão extraordinária" e "outra entrada bastante sólida na temporada". Ele elogiou ainda Gillan e sua personagem por "[continuar] a impressionar", bem como a profundidade dada por Chibnall e Way aos personagens coadjuvantes e as alegorias que poderiam ser derivadas do conflito entre os humanos e os silurianos e as consequências da morte de Rory.[17] Matt Wales da IGN avaliou o episódio com uma nota 8 de 10 e disse que "ainda menos realmente aconteceu" do que no episódio anterior, embora tenha gostado da "construção atmosférica e do tom mais pensativo". Embora o considerasse previsível, ele disse que "ainda oferecia muito entretenimento com seu ritmo acelerado, mundo subterrâneo lindamente realizado e um elenco convincente de personagens redondos". Ele elogiou as atuações de Smith e Gillan no final, mas achou que foi "um desfecho surpreendentemente pessimista".[18] Ian Berriman da SFX Magazine deu a "Cold Blood" quatro e meia de cinco estrelas, comparando positivamente o final emocional com episódios da era Russell T Davies do programa. Ele também teve alguns "implicâncias" com o episódio, como a mudança abrupta do personagem de Malohkeh.[19] Referências
Ligações externas
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