Couro cabeludo
O couro cabeludo não se limita à pele da qual surgem os cabelos no topo da cabeça. Em Anatomia, considera-se que ele é composto por cinco camadas, desde os cabelos e a pele que o origina até estruturas profundas.[1][2] Um sinônimo para couro cabeludo é "escalpo", do qual provém o termo "escalpelamento".[3] Localização e estratigrafiaO couro cabelo se dispõe sobre o neurocrânio, desde as linhas nucais superiores do osso occipital até as margens supraorbitais do osso frontal.[1][2] Conforme Gray, ainda se projeta para baixo, rumo ao arco zigomático e meato acústico externo.[2] Entre as cinco camadas que o compõem, as três mais superficiais são bastante finas e se movimentam juntas, como se fossem um estrato único. Essa movimentação acontece, por exemplo, quando enrugamos a fronte (testa).[1] A camada mais superficial do couro cabeludo é a pele. A pele do couro cabeludo é rica em glândulas sudoríparas e sebáceas. Também apresenta muitos folículos pilosos, nos quais se formam os cabelos. Abundantes vasos sanguíneos promovem a irrigação da pele do couro cabeludo, a drenagem linfática e venosa são igualmente consideráveis.[1][2] Abaixo da pele, encontra-se a tela subcutânea. Na região do couro cabeludo, é grossa, fibrosa e muitíssimo vascularizada[1][2], a tal ponto que Gray a descreve como a região do corpo com maior suprimento sanguíneo cutâneo. Apresenta também um suprimento farto de nervos cutâneos.[1] Rebatendo-se a tela subcutânea, pode ser observada a aponeurose do músculo occipitofrontal. Esse músculo é do tipo digástrico, ou seja, suas fibras musculares são divididas em duas porções, denominadas ventres; além de que os músculos classificados como digástricos têm seus ventres separados um do outro por um tendão comum a ambos. No entanto, como o músculo occipitofrontal também apresenta as características de um músculo plano, seus ventres musculares e seu tendão são achatados, de modo que o tendão chato recebe até um nome especial (aponeurose). No caso do músculo occipitofrontal, tem nome próprio: aponeurose epicrânia. Pontanto, a aponeurose epicrânia (antigamente denominada gálea aponeurótica) é a terceira camada do escalpo. [1][2][4] Em seguida, profundamente à aponeurose epicrânia, visualiza-se uma camada esponjosa de tecido conjuntivo frouxo. É sobre ela que ocorre o deslizamento do couro cabeludo propriamente dito (formado pelas três camadas mais superficiais, isto é, pele, tela subcutânea e aponeurose epicrânia).[1][2] De acordo com Moore, diante de lesões ou infecções, os espaços potenciais desta camada podem se encher de líquido e sofrer distensão.[1] Por fim, encontra-se a camada mais profunda, denominada pericrânio. Nada mais é que o periósteo responsável por revestir externamente o neurocrânio. Pode ser arrancado facilmente em pessoas vivas, exceto nas regiões em que se adere ao tecido conjuntivo fibroso das suturas cranianas.[1][2] Problemas relacionadosCistos sebáceosEm conformidade com Gray, o couro é o local em que mais comumente são encontrados cistos sebáceos, o que se relaciona à abundância de glândulas sebáceas em sua pele.[2] EscalpelamentoCaso os cabelos fiquem presos em uma máquina, o couro cabeludo pode ser arrancado (em termos técnicos, sofre avulsão traumática).[2] Essa realidade, infelizmente, é comum no Pará, onde mulheres e meninas têm frequentemente seus cabelos tracionados por motores expostos, enquanto elas se encontravam em embarcações de pequeno porte.[3][5][6] De acordo com Gray, há intenso e persistente sangramento quando o couro cabeludo é lacerado, devido ao fato de que as fibras elásticas da aponeurose epicraniana impedem que os vasos sanguíneos lesados se retraiam.[2] LesõesOs ferimentos neste local devem necessariamente ser suturados para evitar a formação de hematomas. Os ferimentos contusos apresentam grandes hematomas, e muitos recém-nascidos nascem com bossa, ou seja, hematomas abaixo do couro cabeludo e acima da calota craniana que dão ao recém nascido a aparência de um projétil, com a cabeça pontuda.[carece de fontes] Referências
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