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Das Große Jüngste Gericht

Das Große Jüngste Gericht

Autor Peter Paul Rubens
Data 1614-1617
Género Barroco Flamengo
Técnica Óleo sobre tela
Localização Alte Pinakothek, Munique

Das Große Jüngste Gericht é uma tela pintada a óleo, datada entre 1614 e 1617 pelo artista barroco flamengo Peter Paul Rubens. A obra retrata a aparição de Cristo no último dia vindo resgatar os merecedores da vida eterna à esquerda, e o julgamento dos condenados ao inferno à direita. A obra mede 4,635 metros de largura e mais de 6 metros de altura, estando atualmente na Alte Pinakothek, Munique.[1]

História

Peter Paul Rubens (1577-1640) foi um desenhista, diplomata e pintor barroco flamengo. Nasceu em Siegen, Vestfalia - Alemanha, filho do advogado calvinista flamengo Jan Rubens, passou sua infância em Colônia e em 1589 mudou-se para Antuérpia. Em1596 teve uma educação humanística por pintores renomados da época como Otto Van Veen. E assim como em Antuérpia, na Itália, onde permaneceu por oito anos a partir de 1600, estudou as obras de pintores renascentistas como Ticiano, Veronese e Tintoretto.[2]

Foi enviado a Roma pelo Duque de Mântua para copiar algumas pinturas. Além do estudo das obras da Antiguidade, copiou modelos de Michelangelo e Raffaello Sanzio, mas também expandiu seu olhar para a arte contemporânea de Carracci, Caravaggio e Federico Barocci, podendo ser observado nas representações dos corpos nas pinturas pelas estátuas helenísticas, tal qual o corpo do Cristo inspirado em Laocoonte.[3] Quando de volta à Antuérpia, seu estilo evoluiu por volta de 1612 e assim foi possível observar a caracterização de contrastes luminosos mais acentuados, assim como composições dinâmicas e harmonia das cores.

Descrição da Obra

Das Große Jüngste Gericht é uma obra a óleo encomendada por Wolfgang Wilhelm, conde do palatinado - Neuburg, destinado a servir de retábulo do altar-mor da Hofkirche - Neuburg an der Donau, que foi entregue aos jesuítas em 1618. A criação da obra no início do século XVII causou grande ofensa pelos nus retratados, dessa forma a obra ficou coberta até que o neto do doador, Johann Wilhelm, a levou para a Galeria de Düsseldorf em 1692.[1]

A tela que Rubens pintou, medindo 4,635 metros de largura e 6,085 metros de altura, tem uma única assinatura que é sua, embora se acredite que nove de seus alunos tenham participado da pintura do quadro.[4] Nesta composição estão dispostas a figura de Deus Pai ao alto da imagem acompanhando o julgamento que Cristo, representado sentado nas nuvens, comanda. À esquerda do observador e à direita de Jesus, a representação da Virgem Maria com expressões de condolência aos ditos eleitos da salvação; à direita do observador e à esquerda de Jesus está Moisés segurando as tábuas da lei, e nessa mesma linha visual estão os apóstolos, profetas e patriarcas.

Autorretrato de Rubens na obra de Das Große Jüngste Gericht.

Aos pés de Jesus, o arcanjo Miguel com um raio na mão, e ao lado, anjos tocando as trombetas (que anunciam o Juízo Final). A composição das cores é bem distribuída e equilibrada, uma vez que a parte de cima é bem clara com os santos "se misturando" com a formação das nuvens no quadro, provendo essa ideia de "além"/"santidade". A parte de baixo possui cores mais fortes e escuras, e o pintor evidencia os demônios com feições grotescas e punitivas arrastando os condenados ao inferno para receberem a eterna punição. Esse contraste entre claro e escuro serviu para enfatizar o conceito de luz versus trevas que o pintor pensou em passar para que os observadores conseguissem entender a imagem sem que houvesse o uso da explicação oral.[3]

É interessante, também, ver o autorretrato de Rubens no canto inferior esquerdo, com expressão de dúvida no rosto: sendo católico e sabendo que o Juízo Final é um acontecimento futuro, não poderia julgar seu destino.[3][5]

Contexto

As imagens religiosas, principalmente na Idade Média, dividiram opiniões a respeito do seu uso para os sermões católicos, já que alguns clérigos poderiam atribuir esse uso à idolatria e acreditavam que somente o uso da oratória e da escrita era suficiente para o apelo aos leigos. Porém, a maior parte dos teólogos seguiu o pensamento do Papa Gregório Magno sobre o uso das imagens religiosas. Ele afirmava que a imagem tinha também função instrutiva para aqueles que não conseguiam entender a história sagrada num momento em que muitos eram analfabetos e a compreensão total das escrituras ficava apenas para os clérigos.[6]

Além da função educativa, essas imagens transmitiam o sentimento de compunção, uma afetividade por parte dos fiéis estimulando a devoção. Assim, o uso de imagens passou a ser necessário em cultos já que, como dito anteriormente, estimulava a devoção do fiel, não só por amor, mas por medo e empatia também, já que muitas imagens transmitiam expressões de dor na face de Jesus; em muitas representações do Juízo Final a iconografia evidenciava os destinos para onde os salvos e condenados irão. É uma forma de rememorá-los do que há de vir e as consequências que sofrerão, sejam elas boas ou más.[6]

As feições no rosto do arcanjo Miguel e dos anjos que tocam as trombetas são de ira, representando assim a ira de Cristo. O Cristo Juiz tem um tempo certo para aparecer, esse sendo o último dia da humanidade, onde há de vir pela última vez julgar a humanidade, como diz o credo católico[7]:

Creio em Deus pai todo poderoso, criador do céu e da terra, e em Jesus cristo seu único filho, nosso senhor que foi concebido, pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia subiu aos céus e está sentado a direita de Deus pai todo poderoso donde há de vir e julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito santo, na Santa igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém.

A representação do Cristo Juiz é marcada, de forma sutil, com a oposição dos braços em alto/baixo, que mostra - do ponto de vista de Cristo - à direita a subida dos eleitos ao Paraíso, e à esquerda a descida dos condenados ao Inferno.[8] Assim como a interpretação dada pelos historiadores a partir da iconografia da imagem do Juízo Final da repartição entre bem e mal, eleitos e condenados, assim na Bíblia também está escrito em Mateus 25:31-33:"[...] E colocará à Sua direita as ovelhas e os bodes à Sua esquerda".[9] A composição de Rubens não só captura a atenção daqueles que observam a pintura, como também os convida à uma reflexão sobre a condição humana e a vida pós morte, juntando estética e contemplação espiritual.

Referências

  1. a b «Sammlung | Das Große Jüngste Gericht». www.sammlung.pinakothek.de. Consultado em 17 de outubro de 2024 
  2. «Sammlung | Peter Paul Rubens». www.sammlung.pinakothek.de. Consultado em 10 de outubro de 2024 
  3. a b c «Peter Paul Rubens». www.nndb.com. Consultado em 17 de outubro de 2024 
  4. «O Grande Último Julgamento - Peter Paul Rubens». O Grande Último Julgamento - Peter Paul Rubens. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  5. «The final judgement». KUADROS (em inglês). Consultado em 24 de outubro de 2024 
  6. a b «Immagine - Enciclopedia». Treccani (em italiano). Consultado em 22 de outubro de 2024 
  7. «Oração do Credo - Creio em Deus Pai Todo Poderoso». Nossa Sagrada Família. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  8. Quírico, Tamara (1 de janeiro de 2010). «As funções do Juízo final como imagem religiosa». História. Consultado em 20 de outubro de 2024 
  9. «- Bíblia». Bíblia Sagrada Online. Consultado em 22 de outubro de 2024 

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