DissimilaçãoDissimilação[1] é um metaplasmo por permuta que consiste em dois fonemas iguais que tendem a ficar diferentes ou até o desaparecimento de um deles.[2] Enquanto fenómeno de evolução fonética, a dissimilação contrapõe-se à assimilação.[2] Em traços gerais, o fenómeno da dissimilação pauta-se pela tendência para evitar a repetição de uma sequência de dois fonemas iguais ou semelhantes dentro da mesma palavra.[2] Na língua portuguesaNo âmbito da língua portuguesa, há inúmeros exemplos de dissimilação de algumas palavras do latim para o português[2]: V.g: liliu > líriu; calamelu > caramelo; memorare > membrar > lembrar Com efeito, no português moderno ainda são evidenciáveis exemplos de dissimilação.[2] A título de exemplo, no sotaque lisboeta[3] há uma marcada tendência histórica para a dissimilação do «i», que enfraquece, volvendo-se num «e», em palavras com dois «ii» seguidos, como «ministro; limite; vizinho», que soem de ser lidas como «menistro, lemite; vezinho».[4][5] Esta tendência histórica já se evidência no sotaque lisboeta há vários séculos, encontrando paralelos, a título de exemplo, em poemas do séc. XVIII, veja-se no seguinte excerto do poema «Às minhas filhas, longe delas em Inglaterra, e doente» de D.ª Leonor de Almeida, a Marquesa de Alorna[6]:
Onde já se denota a tendência para dissimilar o primeiro «i» da palavra «avizinha». Ou no poema «Soneto à Amnistia»[7] da mesma autora:
Onde já se denota a tendência para dissimilar o primeiro «i» da palavra «adivinha». Referências
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