A economia de São Tomé e Príncipe assentou, historicamente, nas plantações agrícolas. Mais recentemente, tem-se baseado na aposta no turismo para o seu desenvolvimento, mas a recente descoberta de jazidas de petróleo nas suas águas abriu novas perspectivas para o futuro.
Agricultura
A cultura da cana-de-açúcar trouxe grande prosperidade a São Tomé e Príncipe e aos seus habitantes, desde o século XVI até XVII.[1] Em meados do século XVI os portugueses transformaram São Tomé no maior exportador de açúcar de África.
No período colonial a estrutura económica de São Tomé e Príncipe baseou-se em grandes projetos agrícolas (roças). Em 1950 trabalhavam 19.800 pessoas nas roças.
Após a independência, a gestão das roças passou a ser um objetivo central da administração. A 30 de Setembro de 1975, 23 das maiores roças foram nacionalizadas.[2]
Nas primeiras décadas do século XX, São Tomé e Príncipe era o maior produtor de cacau de toda a África subsariana, tendo atingido um máximo no início do século X, com mais de 35.000 toneladas. Verificou-se algum declínio significativo a partir do período entre guerras.
Na década de 1960, a posição dominante de São Tomé e Príncipe foi ameaçada por outras economias coloniais, tais como a Costa do Ouro (atual Gana) e em menor proporção, Togo e Costa do Marfim pós-colonial.
A economia agrícola do arquipélago foi também afetada por doenças que atacaram as espécies de cacau existentes nas roças e por alguma má gestão e baixa inovação nas roças. Ainda assim, nas décadas de 1950 e 1960 a região tinha uma posição sólida na exportação do cacau, apesar da volatilidade dos preços do cacau no mercado mundial.
Após a independência, em 1975, a produção estava reduzida a 12 toneladas; em 1988, não ultrapassou as 3 toneladas. A partir de 2005 voltou a recuperar, com 70 toneladas e 600 no final de 2012.
A certificação biológica do cacau está generalizada pelo país.[5]
Agricultura e pesca
Café
Cacau
Noz de coco
Pêche
Desafios
Enquanto microestado, a economia de São Tomé enfrenta os seguintes desafios:
custos de funcionamento elevados per capita;
base económica fraca;
baixos investimentos estrangeiros;
falta de infraestruturas;
poucas ligações aéreas.
São Tomé é um dos maiores exportadores de capital humano per capita do mundo.
Transportes e logística
Dado a insularidade do país e a instabilidade da costa africana, muito suscetível à ataques de pirataria (mais especificamente a pirataria no Golfo da Guiné),[6][7] São Tomé e Príncipe tornou-se local preferencial de paragem e reabastecimento de embarcações. A economia da logística foi o grande sustentáculo do orçamento nacional durante a década de 2000, tendo como principal contribuidora a Enaport.[8]
Turismo
O país apresenta um conjunto de características bastante atractivas para o turismo: tempo ameno todo o ano, locais atractivos de mergulho e snorkelling e um ritmo de vida calmo. Os maiores desafios que enfrenta são o grande desconhecimento do país nos mercados turísticos e as ligações aéreas muito limitadas ao resto do mundo.[9]
↑Silva, Teresa (2012). A cidade africana contemporânea de origem portuguesa: São Tomé pré e pós-independência, urbe, Rev. Bras. Gest. Urbana vol.4 no.2 Curitiba July/Dec. 2012
↑Keese, Alexander (2011). Early limits of local decolonization in Sao Tome and Principe: from colonial abuses to postcolonial disappointment, 1945-1976, International Journal of African Historical Studies, Summer, 2011, Vol.44(3), p.373-392
↑Prazeres, Ibrahim (2019). Estratégia de marketing e criação de valor do cacau biológico de São Tomé e Príncipe no mercado internacional, Universidade de Évora.
↑Ford, Neil (2016). Microstate Sao Tome looks to tourism: Sao Tome and Principe can learn the tourist lessons--both good and bad--of fellow Portuguese-speaking island nation Cabo Verde.(Countryfiles:Sao Tome and Principe & Cabo Verde), African Business, 2016, Issue 429, p.80(2)
↑Grupo Pestana, Anuário de Sustentabilidade 2014. 10 anos de comunicar sustentabilidade.