Egitânia
Egitânia
Egitânia foi uma cidade fundada pelos romanos no território atual de Portugal e que corresponde à atual Idanha-a-Velha, Cidade dos Igeditanos (Civitas Igaeditanorum).[1] Sob o domínio dos Flávios, recebeu o título da cidade. O seu nome, Egitânia, passou por várias alterações até se estabelecer em Idanha. Egitânia, assim denominada pelos suevos e visigodos, foi a sede de uma vastíssima diocese - a diocese de Egitânia - sendo atualmente uma povoação da freguesia de Monsanto e Idanha-a-Velha, do município de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco. A Povoação de Idanha-a-Velha está classificada como monumento nacional desde 1997.[2] HistóriaDomínio romanoA cidade de Egitânia foi fundada pelos romanos no final do século I a.C., durante a última vinda de Júlio César à Lusitânia. Era uma cidade rica e próspera, com muitos templos, como exemplificado pelo pódio de um templo. De acordo com o Prof. José Hermano Saraiva, a cidade era servida por uma estrada romana; e também por uma estrada fluvial (rio Ponsul). A cidade também teria sido um centro de mineração, dada a elevada presença de minas naturais na região. No conselho de Idanha-a-Nova, ainda hoje, estão registadas 22 minas, sendo 11 de estanho (indispensável para a produção do bronze), 6 de chumbo – também um minério bastante importante para a construção civil, sendo quatro minas de zinco e chumbo. Na região, havia maneira de fundir os minérios e exportá-los, pois o rio Ponsul desagua no rio Tejo; e este levava em jangadas o minério para as grandes cidades. O rio Ponsul pode ter-se tornado inavegável, uma vez que o aproveitamento agrícola dos solos veio a diminuir muito o curso dos rios, além de que o grau da precipitação diminuiu imensamente, contribuindo para o assoreamento do rio – explica-se aí um dos motivos do declínio da cidade. O outro cita as invasões dos bárbaros, que extinguiram a produção mineira, tirando a grande fonte de renda da cidade. No centro de Egitânia, ficava o fórum romano; e no meio do fórum ficava um templo. Em cima desse templo, os templários construíram, no em 1245, uma grande torre. Os reis ainda tentaram repovoar a cidade, porém a presença dos templários não atraía as populações. Os povos fugiam dos senhores querendo ter uma vida livre, municipal, uma vida independente. Os reis não conseguiram repovoar. Hoje a cidade é um museu ao ar livre. Domínio visigóticoOs visigodos ainda tentaram fazer de Egitânia uma sede de uma diocese. A sede de diocese ainda hoje existe, mas localiza-se na atual cidade da Guarda. Por isso, o bispo da Guarda continua a intitular-se como bispo da Egitânia. Construíram uma catedral no século VI, por volta do ano 585, que foi a sede da diocese da Egitânia. Deste período, é notável a quantidade de moedas de ouro (trientes) cunhadas na Egitânia. Domínio muçulmanoNo ano de 713, os mouros tomaram a cidade e destruíram-na, acabando com o culto cristão em Egitânia. O que resta da cidade ocupa uma grande área. Escavações metódicas foram iniciadas em 1955 pelos arqueólogos portugueses Fernando de Almeida e Veiga Ferreira, que escavaram, fora das muralhas, parte de um edifício que dizem poder ser um balneário romano. Do período romano, foram também achados a ponte romana sobre o rio Ponsul, com cinco arcos, cujos pilares, alguns, afundaram-se; e a Abóbada do arco rachou; troços de calçadas romanas e as portas romanas. Os achados arqueológicos encontrados durante os trabalhos estão guardados no Museu Lapidar Igeditano António Marrocos e no Museu de São Dâmaso. Os arqueólogos já referidos encontraram extramuros uma basílica visigótica, um batistério paleocristão; a torre de menagem foi edificada em tempos medievais sobre os restos de um templo romano. Do período paleolítico, foi localizado um terraço na margem esquerda do rio Ponsul, que contorna a cidade. No cimo de alguns montes próximos, foram descobertos castros (cabeço dos Mouros, Serra de Monsanto). Na proto-história, a população da região era celta, indicado pelas inscrições com nomes característicos. Uma inscrição datada do ano 4 a.C. pertencia a um monumento mandado levantar pela Cidade dos Igeditanos a César, neto de Augusto, príncipe da juventude. Outras referem-se a militares; a grande maioria delas são funerárias. As muralhas, do período romano, de perímetro de cerca de 750 m, ainda conservam parte de seis torres semicilíndricas, uma rectangular e duas portas. A Egitânia consta como diocese nas atas do Concílio de Lugo (569). Esta diocese foi trasladada para a cidade da Guarda em 1199, a pedido do rei D. Sancho I, e à margem dos esforços dos reis para a repovoarem, não lhes foi possível suster a decadência. Do período suevo-visigótico restam, além de muitas peças de escultura decorativa, os alicerces e arcadas da catedral. Muralha romana de Idanha-a-Velha Ver tambémReferências
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