Na mitologia nórdica, Eir (nórdico antigo "ajuda, misericórdia")[1] é uma deusa e/ou valquíria associada a competências medicinais. Eir é mencionada na Edda poética, compilada no século XIII a partir de antigas fontes tradicionais; na Edda em prosa, escrita no século XIII por Snorri Sturluson; e na poesia escáldica, incluindo as inscrições rúnicas de Bergen, Noruega a cerca de 1300. Estudiosos têm especulado sobre se estas três fontes se referem ou não à mesma figura, questionando se Eir pode ou não ter sido originalmente uma deusa da cura e/ou uma valquíria. Outrossim, Eir tem sido teorizada como uma forma da deusa Frigg e tem sido comparada com a deusa gregaHígia (Hygieia).
Edda poética
No poema Fjölsvinnsmál, Fjölsviðr encontra-se uma lista de donzelas que servem a Menglöð — entre elas Eir —, e relata que todas se encontram sentadas na colina Lyfjaberg (em nórdico antigo, «colina da cura»[2] ou «montanha da cura».[3] A seguir, o dialogo entre o herói Svipdagr e Fjölsviðr que menciona Eir:
Em Gylfaginning (35), a figura de Hár fornece breves descrições de 16 ásynjur. Hár cita Eira como sendo a terceira e menciona que «é uma excelente médica».[8] No capítulo 75 do livro Skáldskaparmál da Edda em prosa, Eir áparece numa lista de nomes de valquírias, mas não é relatada como uma das ásynjur no mesmo capítulo.[9]
Eira aparece também nas inscrições rúnicas de Bryggen, escritas sobre uma vara em Bergen, Noruega que remonta à década de 1300. A vara insculpe uma transação mercantil seguido de um verso de um escriba descontente:
Sensata Vár do fio [«mulher de filigranas», que significa «sábia mulher enjoiada»] faz (-me) manter sentado infeliz.
Eir [mulher] do chão de cavalas [como que ouro] consomem amiúde o sono de mim.[12]
Mindy Macleod e Bernard Mees postulam que a inscrição significa «as mulheres tornam-me miserável» ou possivelmente «o casamento torna-me miserável», enquanto que a segunda linha significa que «a mulheres tiram-me o sono».
O nome é frequentemente utilizado como kenning para as mulheres nas rímur poéticas.[13]
↑Bellows, Henry Adams (Trad.) (1923). The Poetic Edda: Translated from the Icelandic with an introduction and notes by Henry Adams Bellows. New York: The American-Scandinavian Foundation, p. 248
↑Simek, Rudolf (2007) translated by Angela Hall. Dictionary of Northern Mythology. D.S. Brewer. ISBN 0-85991-513-1 p. 198
↑Bellows, Henry Adams (Trans.) (1923). The Poetic Edda: Translated from the Icelandic with an introduction and notes by Henry Adams Bellows. New York: The American-Scandinavian Foundation, p. 248–249
↑Thorpe, Benjamin (Trans.) (1907). The Elder Edda of Saemund Sigfusson. Norrœna Society, p. 100
↑Bellows, Henry Adams (Trad.) (1923). The Poetic Edda: Translated from the Icelandic with an introduction and notes by Henry Adams Bellows. New York: The American-Scandinavian Foundation, p. 249
↑Thorpe, Benjamin (Trad.) (1907). The Elder Edda of Saemund Sigfusson. Norrœna Society, p. 100
↑Faulkes, Anthony (Trad.) (1995). Snorri Sturluson: Edda. First published in 1987. London: Everyman. ISBN 0-460-87616-3 p. 29
↑Faulkes, Anthony (Trad.) (1995). Snorri Sturluson: Edda. First published in 1987. London: Everyman. ISBN 0-460-87616-3 p. 157
↑Olsen, Karin (1996). "Woman-kennings in Gísla Saga" as collected in Stanley, Gerald Eric. Toswell, M. J. (1996). Studies in English language and literature: "Doubt Wisely": Papers in Honour of E. G. Stanley. Routledge. ISBN 0-415-13848-5 p. 270
↑Jónsson, Finnur (1931). Lexicon Poeticum. København: S. L. Møllers Bogtrykkeri, p. 104
↑Jónsson, Finnur (1926–28). Ordbog til de af samfund til udg. af gml. nord. litteratur udgivne rímur samt til de af Dr. O. Jiriczek udgivne bósarimur. København: J. Jørgensen & Co., p. 74