Ernesto II, Duque de Saxe-Altemburgo (31 de agosto de 1871 - 22 de março de 1955) foi o último duque reinante de Saxe-Altemburgo.
Primeiro casamento
A 27 de fevereiro de 1898, Ernesto casou-se em Buckeburgo com a sua primeira esposa, a princesa Adelaide de Schaumburg-Lippe, neta do príncipe Jorge Guilherme de Schaumburg-Lippe. Tiveram quatro filhos:
- Carlota de Saxe-Altemburgo (4 de Março de 1899 – 16 de Fevereiro de 1989), casada com o príncipe Segismundo da Prússia; com descendência.
- Jorge Maurício de Saxe-Altemburgo (13 de Maio de 1900 – 13 de Fevereiro de 1991), nunca se casou nem deixou descendência.
- Isabel de Saxe-Altemburgo (6 de Abril de 1903 – 30 de Janeiro de 1991), nunca se casou nem deixou descendência.
- Frederico Ernesto de Saxe-Altemburgo (15 de Maio de 1905 – 23 de Fevereiro de 1985), nunca se casou nem deixou descendência.
Primeira Guerra Mundial
Durante a Primeira Guerra Mundial, Ernesto recusou todas as nomeações no quartel-general do kaiser, um local que era considerado mais seguro do que outras zonas. Renunciou à sua posição de general, prestou serviço apenas como coronel e destacou-se na Batalha de Peronne. No final da guerra, era comandante de uma divisão.[1]
Apaixonado pela ciência, Ernesto mandou instalar um dispositivo sem fios dentro do seu castelo em Altemburgo durante o período de guerra através do qual conseguia comunicar com aviões. Ernesto também se interessou durante toda a vida por telégrafos e telefonias sem fios e era considerado um especialista em aeronáutica.[2]
Quando a Alemanha perdeu a guerra, todos os príncipes alemães perderam os seus títulos e estados. Ernesto foi um dos primeiros príncipes a compreender que iriam haver grandes mudanças na Alemanha e chegou a acordo com os seus súbditos rapidamente.[1] Foi forçado a abdicar do governo do ducado a 13 de Novembro de 1918 e viveu o resto da vida na categoria de cidadão privado.
Últimos anos
Após a sua abdicação, Ernesto, que tinha uma fortuna modesta, mudou-se para um hotel em Berlim. Dois anos depois, em 1920, divorciou-se da sua primeira esposa. Mais tarde, nesse mesmo ano, anunciou o seu noivado com Helena Thomas, uma cantora de ópera. Os dois tinham-se conhecido quando ela estava a substituir uma colega temporariamente no Teatro Ducal em Altemburgo durante a guerra.[3] No entanto, os dois nunca se chegaram a casar.
A 15 de julho de 1934, Ernesto casou-se com a sua segunda esposa, Maria Triebel, que tinha sido sua companheira durante vários anos, partilhando a sua casa, o Schloss Froehliche Wiederkunft ("Palácio dos Regressos Felizes"). Maria nasceu em Waltershausen a 16 de Outubro de 1893 e morreu em Trockenborn-Wolfersdorf a 28 de fevereiro de 1955. Tratou-se de um casamento morganático e a sua esposa recebeu apenas o título de baronesa Reiseneck. Não tiveram filhos.
Ernesto ainda se interessava por ciência, por isso criou um observatório moderno em Trockenborn-Wolfersdorf no qual empregou Kurd Kisshauer em 1922. A 1 de maio de 1937, Ernesto juntou-se ao Partido Nazi.[4]
Ernesto tornou-se o único antigo príncipe alemão a aceitar a cidadania da República Democrática Alemã após a Segunda Guerra Mundial, recusando-se a deixar o seu adorado Schloß Fröhliche Wiederkunft para se mudar para a zona ocupada pelos britânicos. O palácio tinha sido confiscado pelos ocupantes soviéticos, mas Ernesto tinha permissão para o utilizar livremente até à sua morte. Em março de 1954, quando o duque Carlos Eduardo de Saxe-Coburgo-Gota morreu, Ernesto tornou-se o último príncipe alemão que tinha reinado até 1918. Um ano depois, a 22 de março de 1955, morreu no seu palácio.
Genealogia
Referências
- ↑ a b "German Ex-Duke to Wed Opera Singer", The New York Times (Berlim), 20 de Setembro de 1920
- ↑ "Prince's Wireless Plant" The New York Times (Berlim), 7 de Abril de 1914
- ↑ The New York Times (Berlim), 20 de Setembro de 1920
- ↑ Ernst Klee: Das Kulturlexikon zum Dritten Reich. Wer war was vor und nach 1945. S. Fischer, Frankfurt am Main 2007, S.505.