A Estação Jardim São Paulo–Ayrton Senna é uma estação da Linha 1–Azul do metrô da cidade brasileira de São Paulo, originalmente conhecida apenas como Estação Jardim São Paulo. Foi inaugurada pelo governador Mário Covas no dia 29 de abril de 1998,[1] juntamente com as estações Tucuruvi e Parada Inglesa, dentro do projeto de expansão norte da Linha 1, iniciado em 1987.
História
A Extensão Norte do metrô surgiu em 1975 após a revisão do projeto básico do metrô apresentado pelo consórcio HMD. Com 34 quilômetros de extensão, tinha como objetivo ampliar a Linha Norte — Sul de Santana até Tucuruvi.[4] O detalhamento do projeto ocorreu na Década de 1980 com o projeto da Extensão Norte prevendo a construção das estações Jardim São Paulo, Paulicéia e Tucuruvi. Os decretos de desapropriação para a construção da estação Jardim São Paulo foram aprovados em março de 1987, poucos dias antes do final da gestão de Franco Montoro.[5]
O governo seguinte, de Orestes Quércia, realizou a contratação das empresas responsáveis pelo projeto e iniciou as obras em 1 de dezembro de 1987.[6]
As obras foram iniciadas pela construtora Mendes Junior. No entanto, por falta de recursos[7] e problemas de desapropriação de uma área da prefeitura de São Paulo (resolvido apenas em agosto de 1988),[8] as obras ficaram paralisadas entre dezembro de 1987 e meados de 1991. Retomada pela gestão de Fleury Filho, a construção da estação Jardim São Paulo obrigou a Companhia do Metropolitano a contratar a implosão do prédio da sede da Administração Regional de Santana. Realizada em 29 de janeiro de 1992, a implosão foi considerada um sucesso e abriu caminho para a construção da estação.[9] Sem recursos, Fleury paralisou as obras da estação em 1992.[10] Em setembro de 1994 a Companhia do Metropolitano contratou a empresa Consladel para concluir o acabamento da estação.[11]
As obras da estação Jardim São Paulo foram retomadas apenas em junho de 1996 no governo Mário Covas, com a Consladel concluindo os acabamentos da estação.[12][13] Para financiar parte das obras, a Companhia do Metropolitano assinou um contrato de arrendamento das bilheterias da estação com a construtora por quinze anos e em troca a construtora iria financiar parte da construção da estação.[14]
A estação Jardim São Paulo foi inaugurada em 29 de abril de 1998.[15]
Trata-se de uma estação enterrada com estrutura em concreto aparente e plataforma central localizada abaixo do mezanino de distribuição. Possui também aberturas para iluminação natural no ambiente da plataforma e um projeto paisagístico diferenciado, com a presença de jardins no nível do saguão onde se localizam as bilheterias e os bloqueios.[1] O projeto desta estação conferiu à arquiteta Meire Gonçalves Selli o prêmio da II Bienal Iberoamericana de Arquitectura e Ingenieria Civil de Madrid, no ano de 2000.
Tem 7 355 metros quadrados de área construída e sua capacidade é de 20 000 passageiros por hora, no horário de pico.[1]
Possui duas saídas, ambas localizadas dentro do Parque Domingos Luís e que possibilitam o acesso para portadores de deficiência.
Demanda média da estação
A média de entrada de passageiros nessa estação em 2013 foi de 16 000 passageiros por dia útil, sendo uma das menos movimentadas da Linha 1.[2]
Obras de arte
Construção de São Paulo (painel), Maria Bonomi, concreto convencional moldado em forma gravada (1998), concreto armado (2 painéis de concreto, medindo 3,00 m X 6,00 m X 2,70 m (total 52,20m²)), instalado na plataforma de embarque.[16]
Voo de Xangô (escultura), Gilberto Salvador, caldeiraria/fundição (1999), aço e tinta epóxi (8,00 m X 20,00 m X 4,00 m - 6.600 kg), instalada no jardim externo.[16]
Construção de São Paulo, obra de Maria Bonomi, 1998
Toponímia
O loteamento Jardim São Paulo surgiu em 1938, sendo promovido pela empresa Predial Novo Mundo (braço imobiliário do Banco Novo Mundo). O crescimento do loteamento fez com que em 1940 fosse implantada uma linha de ônibus entre o Vale do Anhangabaú e o Jardim São Paulo.[17]
Mudança de nome
No ano de 2009 o deputado Campos Machado, do PTB, propôs um projeto para mudança de nome da estação Jardim São Paulo para Jardim São Paulo-Ayrton Senna, em homenagem ao piloto tricampeão de Fórmula 1, que nasceu e viveu na região do Jardim São Paulo. Em 2011 acabou sendo aprovada a mudança de nome pelo governo do estado, e tal mudança foi implantada a partir de outubro do mesmo ano. O projeto contou com várias manifestações de apoio da sociedade paulistana, inclusive com a coleta de milhares de assinaturas para um abaixo assinado. Uma escultura em homenagem ao piloto também deve ser instalada no local.[18][19][20] A escultura deverá ser criada pelo designer e artista plástico Paulo Soláriz, conhecido por seus troféus-escultura e arte voltada ao automobilismo e idealizador do projeto que levou à mudança de nome.[21]
Estação com estrutura de concreto aparente. O nome da estação é em homenagem ao nascimento e crescimento de Ayrton Senna na região, na Rua Condessa Siciliano
↑Tomas Martins (2002). «Análise do desenvolvimento do Metrô em São Paulo». Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - Departamento de projeto-AUP 272:Organização urbana e planejamento/republicado no Internet Archive. Consultado em 27 de janeiro de 2024
↑Franco Montoro (13 de março de 1987). «Decreto 26893 de 12 de março de 1987»(PDF). Diário Oficial do Estado, Caderno: Executivo I, página 4. Consultado em 10 de dezembro de 2023
↑COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO (1988). 20 anos: 1968-1988. [S.l.]: Companhia do Metropolitano de São Paulo. p. 17
↑«Governo proíbe novos empréstimos a órgãos públicos». Jornal do Brasil, ano XCVII, edição 321, página 14/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 27 de fevereiro de 1988. Consultado em 10 de dezembro de 2023
↑Jânio Quadros (21 de setembro de 1988). «Despachos do prefeito: VP 305 de 31/8/88»(PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, ano, Caderno: Diário do Município, página 4. Consultado em 10 de dezembro de 2023
↑«Três segundos...». Jornal do Brasil, ano CI, edição 295, página 7/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 30 de janeiro de 1992. Consultado em 10 de dezembro de 2023
↑Companhia do Metropolitano de São Paulo (22 de outubro de 1994). «Contratos assinados no mês de setembro de 1994»(PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, Caderno Ineditoriais, página 15. Consultado em 27 de janeiro de 2024
↑«BNDES financia expansão do metrô de São Paulo». Jornal do Commércio (RJ), ano CLXIX, edição 280, página A3/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 4 de setembro de 1996. Consultado em 10 de dezembro de 2023