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Etnolinguística

Etnolinguística ou linguística cultural[1] é um campo da linguística que estuda a relação entre língua e cultura das pessoas e como os diferentes grupos étnicos percebem o mundo. É a combinação entre etnologia e linguística. O primeiro refere-se ao modo de vida de uma comunidade inteira: todas as características que distinguem uma comunidade da outra. Tais características compõem os aspectos culturais de uma comunidade ou sociedade.

Os etnolinguistas estudam a maneira como a percepção e a conceituação influenciam a linguagem e mostram como isso está ligado a diferentes culturas e sociedades. Um exemplo é como a orientação espacial é expressa em várias culturas.[2][3] Por exemplo, em muitas sociedades, as palavras para pontos cardiais leste e oeste são derivadas de termos para nascer / pôr do sol. Mas a nomenclatura para isso dos falantes da língua inuíte da Gronelândia, no entanto, é baseada em marcos geográficos como o sistema fluvial ou a posição de alguém na costa. Da mesma forma, na língua dos Yuroques (indígenas da Califórnia) não tem a ideia de direções cardeais; se orientam em relação à sua principal característica geográfica, o rio Klamath.

Linguística Cultural é um ramo relacionado da linguística que explora a relação entre linguagem e conceituações culturais. Linguística Cultural baseia-se e expande os avanços teóricos e analíticos na ciência cognitiva (incluindo ciência da complexidade e cognição distribuída) e antropologia. A linguística cultural examina como várias características das línguas humanas codificam conceituações culturais, incluindo esquemas culturais, categorias culturais e metáforas culturais. [4] Nessa visão, a linguagem é vista como algo profundamente arraigado na cognição cultural em nível de grupo das comunidades de falantes. Até o momento, a abordagem da Linguística Cultural foi adotada em várias áreas da pesquisa de linguística aplicada, incluindo comunicação intercultural, aprendizado de segunda língua, ensino de Inglês como Língua Internacional e [Mundo Englishes]].[5]

Notas

  1. Ferraro, Gary (2006). Cultural Anthropology: An Applied Perspective. [S.l.]: Cengage Learning. ISBN 0-495-10008-0 
  2. Heine, Bernd (1997) Cognitive Foundations of Grammar. Oxford/New York: Oxford University Press.
  3. Tuan, Yi-Fu (1974) Topophilia: A study of environmental perception, attitudes, and values. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice Hall.
  4. Sharifian, Farzad (2011). Cultural Conceptualisations and Language: Theoretical Framework and Applications. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins.
  5. Sharifian, Farzad & Palmer, Gary B. (eds.) (2007) Applied cultural linguistics: Implications for second language learning and intercultural communication. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins.

Bibliografia

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  • Bartmiński, Jerzy. Aspects of Cognitive Ethnolinguistics. Sheffield and Oakville, CT: Equinox, 2009/2012.
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  • (fr) Luc Bouquiaux, Linguistique et ethnolinguistique : anthologie d'articles parus entre 1961 et 2003, Peeters, Louvain, Dudley, MA, 2004, 466 p.
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  • (fr) Bernard Pottier, L'ethnolinguistique (numéro spécial de la revue Langages), Didier, 1970, 130 p.
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  • Trabant, Jürgen, Mithridates im Paradies: Kleine Geschichte des Sprachdenkens, München: Beck, 2003.
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  • Underhill, James W., ‘ “Making” love and “having” sex: an analysis of metaphoric paradigms in English, French and Czech’, Slovo a smysl: Word and Sense, Karlova univerzita, Akademie, 2007.
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  • Underhill, James W. Ethnolinguistics and Cultural Concepts: love, truth, hate & war, Cambridge University Press, 2012.
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  • Wierzbicka, Anna, Emotions across Languages and Cultures, Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
  • Wierzbicka, Anna, Semantics: Primes and Universals (1996), Oxford: Oxford University Press, 2004.
  • Wierzbicka, Anna, Experience, Evidence & Sense: The Hidden Cultural Legacy of English, Oxford: Oxford University Press, 2010.

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