Eugène Boudin (Honfleur,12 de Julho de 1824 - Deauville, 8 de Agosto de 1898) foi marinheiro e um dos mais notáveis pintores precursores do Impressionismo, ao tentar expor nas suas telas, variações da atmosfera, jogos de luz e cor e a fluidez dos horizontes no mar.[1]
Biografia
No seio de uma modesta família de marinheiros, Eugène Boudin nasceu em Honfleur, pequeno porto de pescadores da Normandia, no norte da França.[2]
Estudou alguns anos em Paris com uma bolsa obtida em 1851, antes de se recolher às regiões do litoral francês, em Le Havre, Honfleur ou Trouville, onde veio a se inspirar. Em 1865, ao conhecer os óleos e pastéis de Boudin, Baudelaire escreveu, a respeito do artista, frases que mais tarde poderiam ser aplicadas aos impressionistas.[2]
Iniciador de Monet, ainda adolescente quando os dois se encontraram em 1858, Boudin foi marcado pelas suas relações com Johan Jongkind, Jean-François Millet e Jean-Baptiste Camille Corot. Este último costumava chamá-lo de "rei dos céus" pelo tratamento pitórico que dava às nuvens, as nuances de azul e o reflexo que esses fenómenos produziam nas paisagens.[2]
A crescente reputação de Boudin permitiu-lhe viajar bastante na década de 1870. Ele visitou a Bélgica, Países Baixos e o sul da França. Entre 1892-1895 fez viagens frequentes para Veneza. Ele continuou a expor na Salões de Paris, recebendo uma medalha de terceiro lugar no Salão de Paris de 1881, e uma medalha de ouro na Exposição Universal de 1889. Em 1892 Boudin foi feito Cavaleiro da Legião de Honra, um reconhecimento por seus talentos e influência sobre a arte de seus contemporâneos.[2]
O Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro possui em seu acervo vinte quadros de Boudin. Constitui o maior conjunto de obras pertencente a uma instituição pública fora da França. A coleção abarca toda a trajetória artística do pintor, expressando a sua evolução pois corresponde a mais de trinta e cinco anos de produção, desde seus primeiros quadros, amadurecimento e apogeu. O precioso conjunto mostra ainda a temática preferida do artista - paisagens do mar, portos e embarcações, rios e suas margens, campos com animais. Destaca-se o quadro intitulado Lavadeiras nas Margens do Rio Touques, um dos melhores trabalhos de Boudin, verdadeira e encantadora obra prima.[2]
Adquiridas em Paris pelos barões de São Joaquim, José Francisco Bernardes e sua mulher, da aristocracia brasileira ligada ao café, as telas foram por eles doadas ao Museu no ano de 1922.[2]
Morte
Eugène Boudin morreu em Deauville, próximo de sua aldeia natal, a 8 de Agosto de 1898.[2]
Galeria
Bibliografia
- LEITE, José Roberto Teixeira. Eugène Boudin no Brasil. Rio de Janeiro, 1961.
- WALTHER, Ingo F. e outros. Impressionismo. Colôniaː Taschen, 2006.
Referências
- ↑ Sterling, Charles and Salinger, Margaretta, French Paintings: A Catalogue of the Collection of the Metropolitan Museum of Art. XIX-XX Centuries, Volume 3, New York: Metropolitan Museum of Art, 1967, p. 134.
- ↑ a b c d e f g Eugène Boudin (ed.). «Eugène Boudin Biography». Eugène Boudin. Consultado em 22 de abril de 2017
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