O único conteúdo conhecido dele se resume a umas poucas citações feitas por Epifânio de Salamina (Panarion, 26), um Pai da Igreja que criticou o modo como os borboritas o utilizavam para justificar o amor livre, praticando o coitus interruptus e comendo sêmen como um ato religioso. Enquanto alguns grupos libertinos gnósticos defendiam que uma vez que a carne é intrinsecamente má, deveríamos simplesmente reconhecer isto através de relações sexuais ilimitadas, a grande maioria dos gnósticos seguiu pelo caminho inverso, do extremo ascetismo.
O texto
Os gnósticos tipicamente escreviam em múltiplos níveis, embutindo em seus textos complicados significados místicos esotéricos ao invés de seguir uma interpretação básica. É possível que Epifânio tenha falhado em perceber isto e apenas leu o texto no sentido literal. A citação que Epifânio alega ter relação com sêmen é esta:
“
Eu permaneci em uma sublime montanha e vi um homem enorme, e outro, um anão; e eu ouvi como se houvesse uma voz de trovão e me aproximei para ouvir; e Ele falou comigo e disse: E sou tu e tu és Eu; e onde quer possas estar eu estou lá. Em tudo Eu estou esparramado [ou seja, o Logos como semente ou "membros"] e sempre que tu quiseres, tu Me recolhes; e Me recolhendo, recolhes a ti mesmo.
”
— Evangelho de Eva, citado em Panarion, Epifânio de Salamina[1].
Esta outra passagem, diz Epifânio, significa o ciclo menstrual (compare com «No meio da sua rua, e de um e de outro lado do rio, achava-se a árvore da vida, que dava doze frutos, produzindo em cada mês o seu fruto; e as folhas da árvore servem para a cura das nações.» (Apocalipse 22:2)).
“
Eu vi uma árvore que dava doze frutos [um] cada mês e ele disse para mim: esta é a Madeira da Vida..
”
— Evangelho de Eva, citado em Panarion, Epifânio de Salamina.[2].
Interpretação
De acordo com os naassenos, isto refletiria a "semente disseminada no cosmos do Homem Primordial, através do qual todo o univero se consumou".[3] O esparramamento do Logos e o posterior recolhimento relembra os mitos de Osíris e de Dioniso. Um tema similar está presente num "Evangelho de Filipe", citado também por Epifânio no mesmo capítulo:
“
Eu reconheço a mim mesmo e recolho-me novamente de todos os lados; Eu não semeei filhos para o regente, mais eu arranquei suas raízes e recolhi [meus] membros que estavam espalhados no exterior; Eu reconheço quem és, pois eu sou dos reinos superiores.
↑«3». Philosophumena - Further Exposition of the Heresy of the Naasseni; Profess to Follow Homer; Acknowledge a Triad of Principles; Their Technical Names of the Triad; Support These on the Authority of Greek Poets; Allegorize Our Saviour's Miracles; The Mystery of the Samothracians; Why the Lord Chose Twelve Disciples; The Name Corybas, Used by Thracians and Phrygians, Explained; Naasseni Profess to Find Their System in Scripture; Their Interpretation of Jacob's Vision; Their Idea of the Perfect Man; The Perfect Man Called Papa By the Phrygians; The Naasseni and Phrygians on the Resurrection; The Ecstasis of St. Paul; The Mysteries of Religion as Alluded to by Christ; Interpretation of the Parable of the Sower; Allegory of the Promised Land; Comparison of the System of the Phrygians with the Statements of Scripture; Exposition of the Meaning of the Higher and Lower Eleusinian Mysteries; The Incarnation Discoverable Here According to the Naasseni. - Hipólito de Roma (em inglês). V. [S.l.: s.n.]