Família CantacuzenoA família Cantacuzeno (em grego: Καντακουζηνός; romaniz.: Kantakouzenós; pl. Kantakouzenoi; em latim: Cantacuzenus) foi uma das mais proeminentes famílias nobres do Império Bizantino durante os últimos séculos de sua existência. Era uma das mais ricas e deu ao império muitos governadores e generais proeminentes, além de dois imperadores. Os Cantacuzenos se casaram com muitas outras famílias nobres bizantinas e búlgaras como os Paleólogos, os Filantropenos, os Asen e os Tarcaniotas. EtimologiaA origem do sobrenome da família, de acordo com Donald Nicol, "fica entre conjecturas românticas e filológicas".[1] O príncipe Miguel Cantacuzino, um aristocrata do século XVIII que traçou sua ancestralidade com esta família bizantino, fornece exemplos de primeira espécie, tais como que a família começou com um certo "Lucie Cusin" que casou-se com uma "Serafina Catina", que uniram seus nomes familiares gerando "Ca(n)tacuzino". Nicol, entretanto, prefere uma segunda explicação, e reafirma a teoria de Constantino Amantos de que Cantacuzeno deriva de katà-kouzenan (κατὰ-κουζηνᾶν) ou katà-kouzenón (κατὰ-κουζηνόν), ou em última análise, a partir da localização Cuzenas, um nome para a parte sul do Monte Sípilo, próximo de Esmirna. Nicol lista algumas conexões que Cantacuzeno teve com o local nos séculos XI e XIII.[2] HistóriaProvavelmente eram originários de Cuzenas, onde suas propriedades se situavam.[3] Os Cantacuzenos aparecem pela primeira vez no reinado de Aleixo I Comneno (r. 1081–1118), quando um membro da família fez campanha contra os cumanos. No período Comneno, membros da família são atestados como oficiais militares: o sebasto João Cantacuzeno foi morto na batalha de Miriocéfalo, enquanto seu provável neto, o césar João Cantacuzeno, casou-se com Irene Angelina, a irmão de Isaac II Ângelo (r. 1185–1195). Pelo tempo da Quarta Cruzada, os Cantacuzenos estavam entre os maiores proprietários de terra do império.[4] Em meados do século XIV, as terras pertencentes aos Cantacuzenos se estendiam-se do entorno da cidade de Serres para a totalidade da Tessália e Constantinopla.[3] Eles permaneceram proeminentes no período Paleólogo. Miguel Cantacuzeno foi nomeado governador da Moreia em 1308 e seu filho, João VI Cantacuzeno, ascendeu para grande doméstico, regente, e posteriormente imperador (1347–1354) antes de renunciar e se aposentar num mosteiro após uma fracassada guerra civil.[5] O filho mais velho de João VI, Mateus, também reinou como seu coimperador e como um pretendente (1353–1357) antes de ser capturado e forçado a renunciar. O filho mais novo de João VI, Manuel Cantacuzeno, permaneceu déspota Moreia de 1349 até 1380. Das filhas de João VI, Helena Cantacuzena casou-se com o rival de João VI e Mateus, João V Paleólogo (r. 1341–1391), Maria casou-se com Nicéforo II Orsini do Epiro, e Teodora casou-se com o bei otomano Orcano I (r. 1281–1359).[4] Os dois filhos de Mateus, João e Demétrio reinaram brevemente na Moreia.[4] Acredita-se geralmente que João, sobre quem relativamente pouco se sabe dos documentos sobreviventes, morreu na infância, e que os numerosos Cantacuzenos da geração seguinte, bem como o historiador Teodoro Espandunes e a esposa do genealogista Hugues Busac, descendem de Mateus através de Demétrio.[6] A possível descendência de Demétrio (cuja descendência é incerta) teve Jorge, dito "Sachatai", Andrônico, o último grande doméstico do Império Bizantino, Irene, que se casou com Jorge I Brankovic, Tomás, que serviu na corte de Brankovic, Helena, que se tornou a segunda esposa de David, o imperador de Trebizonda, e finalmente uma última filha, cujo nome não sabemos, e que pode ter sido rainha na Geórgia.[7] Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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