Filho de Ferenc e Christina Neubrandt (de língua materna alemã), é conhecido sobretudo como compositor de operetas (por exemplo, escreveu o famoso romance Tu che m'hai preso il cuor, de O país dos sorrisos, de 1929). Estudou com o pai, regente de banda militar, e foi aluno do Conservatório de Praga de 1882 a 1888, estudando violino e teoria musical. Seguindo o conselho de Dvořák, ele se concentrou em compor.
Depois de receber seu diploma, ele tocou violino com a Barmen-Elberfeld Symphony Orchestra. Mais tarde, ele se juntou à banda de seu pai, a 50ª Infantaria, como líder assistente da banda. Em 1890 tornou-se diretor da banda militar do 25º Regimento de Infantaria em Losoncz. Em 1894 deixou este último para ir para Pula dirigir a banda militar naval daquele porto.[1][2][3][4]
Aqui conheceu o poeta Felix Falzari, com quem compôs sua primeira obra, Kukuschka, que teve um sucesso moderado, mas não o suficiente para permitir que ele deixasse a direção de uma banda militar. A esta atividade juntou cedo a de autor de arranjos para banda de conhecidas peças eruditas e canções populares. Em 1898 mudou-se para Trieste para dirigir a banda naval militar local e em 1898 assumiu o lugar de seu pai no 87º regimento de Budapeste.
Mudando-se para Viena, teve a oportunidade no ano seguinte de compor uma valsa para o grande baile de máscaras que a inventiva e refinada princesa de Metternich dava na corte. O tema do baile foi Ouro e Pratae assim foi chamada a sua valsa que, tornando-se imediatamente famosa em todo o mundo, chamou a atenção de editores musicais e diretores de teatro. Em 1902 deixou o exército para dirigir o teatro em Vienna an der Wien, cargo que logo abandonou para se dedicar exclusivamente à composição.[1][2][3][4]
Sua ópera Wiener Frauen, produzida em novembro de 1902, descrevia as vicissitudes de um professor de música que foi dado como desaparecido após uma viagem marítima. A partir de então viveu em Viena, dedicando todo o seu tempo à composição. Dois anos depois fez Casamento de brincadeira, interpretada na Itália por Gea della Garisenda com libreto de Renato Simoni.
Seu maior sucesso foi Die lustige Witwe (A Viúva Alegre), encenada pela primeira vez no Theatre an der Wien em 30 de dezembro de 1905, e na Itália dois anos depois no Teatro Dal Verme de Milão. O sucesso desta opereta, centrada na história do Conde Danilo e da herdeira Anna, trouxe-lhe de imediato um grande lucro que, no entanto, perdeu devido a arriscadas transacções financeiras na Bolsa de Valores de Viena. Tornado prudente por esta má experiência, ele voltou à riqueza graças às operetas subsequentes, tornando-se logo uma das pessoas mais ricas da capital austríaca e também fundou sua própria casa musical.
Em 1929, o próprio Lehar dirigiu as apresentações de suas operetas Paganini e Federica no Politeama de Trieste, teatro com o qual teve uma relação privilegiada. No mesmo ano compôs Il Paese del Sorriso, no qual mostrava sua paixão por contos de fadas exóticos.[1][2][3][4]
Tendo comprado uma casa em Bad Ischl, uma cidade austríaca perto de Salzburgo, ele conheceu Sofia Meth lá em 1906, filha de um comerciante de tapetes judeu e já casada. Os dois começaram a vida juntos e em 1921 Sofia se divorciou do primeiro marido e assim pôde se casar com Lehar. Depois de deixar a atividade de compositor em 1934, dedicou-se quase exclusivamente à sua editora Glocken-Verlag. Durante a Segunda Guerra Mundial ele conseguiu escapar com sua esposa (de origem judaica) graças à ajuda de Albert Göring (irmão mais novo de Hermann). Em 1944 mudou-se para a Suíça por motivos de saúde.
Em 1947, sua esposa Sofia morreu em Zurique. No ano seguinte, gravemente doente e quase cego, morreu também em Bad Ischl.[1][2][3][4]
Seu repertório como compositor também inclui sonatas, poemas tonais, marchas e danças como a célebre valsa Gold und Silber (Ouro e Prata).