Gaspar GuimarãesGaspar Eduardo da Costa Guimarães (Portugal, c. 1850) foi um jornalista, político e literato luso-brasileiro. Nasceu em Portugal, onde se envolveu na política. Participando do movimento republicano, foi obrigado a exilar-se.[1] Fixou-se em Porto Alegre, onde trabalhou como livreiro, jornalista e contabilista.[2][3] Foi redator do jornal A Federação, órgão do Partido Republicano Rio-Grandense e um dos principais periódicos do estado.[1] Em 1885 estava entre os fundadores do Clube Bento Gonçalves, de orientação republicana, do qual foi tesoureiro.[4][5] Em 1892 participou da fundação do Centro Republicano, assumindo a 1ª secretaria.[6] Segundo notícia n'A Federação, o Centro contou com a adesão da elite republicana da capital e sua inauguração teve a presença do presidente da província Júlio de Castilhos.[7] No mesmo ano foi contratado pelo governo para fornecer alimentação e transporte para os colonos estrangeiros que afluíam à província.[8] Em 1893 assumiu a redação da Folha Nova.[9] Em 1908 trabalhava para o governo como contabilista do Serviço de Desinfecção da Diretoria de Higiene, e no ano seguinte acumulava o cargo de fiscal da Diretoria.[10][11] Pouco depois foi transferido para a fiscalização dos fumos de exportação, onde atuou até 1921.[12] Militante da causa operária, foi colaborador do jornal O Trabalho.[13] Foi capitão da Guarda Nacional,[14] membro da loja maçônica Regeneração e 1º secretário de sua associação beneficente,[15] membro da Irmandade do Rosário[16] e 1º secretário da Beneficência Portuguesa.[17] Segundo Aquiles Porto Alegre, sua livraria foi "uma das mais importantes e seletas do seu tempo".[2] Mansueto Bernardi disse que era "muito afeiçoado às letras, [...], foi membro do Partenon Literário e em 1872 pertenceu mesmo à sua diretoria, no caráter de bibliotecário-adjunto".[18] Atuou também como tesoureiro.[19] Embora não tenha publicado nada na revista do grêmio, foi um sócio muito ativo,[3] costumava declamar poesias de sua autoria nos saraus do grupo,[20] e devido à importância desta sociedade, reunindo os principais literatos, jornalistas, educadores e intelectuais da época, no entendimento da pesquisadora Cássia Macedo da Silveira sua participação "é um indicativo de seu lugar entre a intelectualidade da província".[3] Se na revista do Partenon não deixou traços, publicou em outros periódicos da época, colaborando na revista O Telefone[21] e na revista A Lente, na qual foi epigramista e humorista, "em cujo estilo é bastante patente a verve portuguesa", de acordo com a apreciação de Athos Damasceno.[22] Foi um apoiador da carreira literária de seu filho, o importante poeta Eduardo Guimarães, e financiou a publicação do seu livro Caminho da vida em 1908.[23] Ver tambémReferências
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