Hélio Silva (jornalista)
Hélio Ribeiro da Silva (Rio de Janeiro, 10 de abril de 1904 – Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 1995) foi um jornalista, historiador e monge beneditino brasileiro. Vida e obraNascido no subúrbio carioca do Riachuelo, formou-se médico pela Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, trabalhando nos Correios para ajudar a pagar pelos estudos. Praticou a medicina na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.[1] Ainda na década de 1920 dividiu-se entre a medicina e o jornalismo, atuando em órgãos como os jornais O Brasil, O Imparcial, A Tribuna, A Rua, O País, Jornal do Brasil, as revistas ABC e Phoenix. Também colaborou com os órgãos de imprensa paulistas Correio Paulistano, Jornal do Comércio e O Combate. Em 1930 dirigia a sucursal de O País em São Paulo, quando o jornal foi incendiado por partidários da Revolução de 1930. O ambiente político impediu que continuasse sua carreira no jornalismo. Trabalhou como vendedor de seguros até ser convidado para comandar a sucursal carioca da Folha da noite. Tornou-se redator-chefe da Tribuna da Imprensa em 1949, por indicação de Carlos Lacerda. Ao lado de Alceu Amoroso Lima e Paulo Sá, fundou o Partido Democrata Cristão. Em 1959 começou a publicar seus estudos históricos na Tribuna da Imprensa, estimulado por Lacerda e Odylo Costa Filho. Foi o embrião de sua série Ciclo de Vargas, reunida em 16 volumes pela editora Civilização Brasileira. Os estudos se basearam principalmente em arquivos de Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha e outros políticos[2], e contaram com a colaboração de Maria Cecília Ribas Carneiro, cuja co-autoria, devido à resistência do editor Ênio da Silveira, só seria no entanto creditada a partir de 1972.[3] Entrou para o Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro na década de 1990, assumindo o nome de Dom Lucas. Permaneceu na ordem beneditina até a morte.[4] Foi presidente do Conselho Administrativo da ABI. Também tinha os títulos de cirurgião emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e de fellow do Colégio Internacional de Cirurgiões. Acusação de plágioSeu livro Nilo Peçanha - A Revolução Brasileira 1909-1910, de 1983, foi apontado como plágio de A Vida de Nilo Peçanha (1962), de Brígido Tinoco. O escritor e jornalista Fernando Jorge apontou a semelhança entre trechos dos dois livros, que o historiador atribuiu a uma falha de um de seus revisores.[5] Ainda segundo Fernando Jorge, foram as acusações de plágio que fizeram Hélio Silva desistir de uma candidatura à Academia Brasileira de Letras[6]. Numa homenagem póstuma ao historiador, o acadêmico Alberto Venancio Filho criticou-o, dizendo: “Vamos saudar os que partiram, mas este plágio a morte não absolve”[7]. Principais obras
Ciclo Vargas
Referências
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