Hinos homéricosOs Hinos homéricos (Ὁμηρικοὶ Ὕμνοι), de autoria anônima – que celebram várias divindades da mitologia grega – são uma coleção de 33 hinos em língua grega, atribuídos a Homero, e de estrutura hexâmetra.[1] Pela heterogeneidade, contudo, os estudiosos admitem que os poemas foram escritos por diversos autores antigos de diferentes épocas e, mais amplamente, de regiões distintas entre si.[1] Os antigos rapsodos, que declamavam versos que não eram de sua própria autoria em festas e concursos, recitavam frequentemente os hinos homéricos – e também outras epopéias de Homero, que constituíam seu repertório principal – em ocasiões religiosas como meio de invocar deuses e celebrá-los, em desempenhos que lembravam atores, às vezes, com o uso de instrumentos como o bastão.[2] HinosA relação de hinos abaixo encontra-se em ordem alfabética de acordo com a divindade homenageada. O número romano em parênteses indica a posição do hino em questão nos manuscritos:
EstruturaNa edição de 1936 de Humbert, existem 33 hinos, de extensão e qualidade desiguais, e que ocupam 190 páginas. Os hinos mais extensos são os de homenagem a Deméter (II), Apolo (III), Hermes (IV) e Afrodite (V). Os hinos a Deméter, Apolo e Afrodite datam do fim do século VII, enquanto que o Hino a Hermes é do início do século VI, sendo os primeiros, portanto, os mais antigos.[1] Quanto aos hinos curtos, existem diversos, entre eles o Hino a Dionísio, a Ares, e o Hino a Pã. Manuscritos, edições e traduçõesOs hinos homéricos chegam até a modernidade em diversos manuscritos, sendo que nenhum deles contém os hinos completos e os documentos se encontram em más condições.[1] As mais antigas edições são a do estudioso ateniense Demétrio Calcondilas de1488, e a da Aldina, de 1504.[1] As principais edições modernas são as de Baumeister (de 1860), Gemoll (de 1886) e Allen & Sikes (de 1904), e a mais recente é a de Humbert (o.c.).[1] A língua portuguesa conta com traduções de Malhadas, para o Hino a Deméter (1970), a de Malhadas e Moura Neves para o Hino a Apolo Délio (de 1976), e a de Machado Cabral para o Hino a Apolo Pítio (1998), e também a de Marquetti, para os Hinos a Afrodite (2001).[1] A Universidade Estadual Paulista possui um projeto de tradução em desenvolvimento de todos os hinos, através do seu Departamento de Lingüística.[1] ImportânciaEm geral, os hinos homéricos auxiliam os estudiosos modernos na compreensão da mitologia grega e suas criaturas, bem como possuem valores acerca do ser humano, de seu contato com a terra (Hino a Gaia), e com outros sentimentos (Hino a demais deuses), e também de suas relações com a arte (Hino a Hermes, Hino a Apolo) e com outras áreas da vida. Referências
Leitura adicional
Ver tambémLigações externas
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