Independente, o país desfruta de uma livre associação com os EUA, que são responsáveis pela segurança e pela defesa das Ilhas Marshall.
A moeda oficial do país é o dólar, e as línguas oficiais são o inglês e o marshalês.[3] O atol mais populoso é Majuro, que serve igualmente como capital do país. Mais de 90% da população é composta por marshallinos étnicos, a maioria dos quais professam religiões neopentecostais, pertencendo à Igreja Unida de Cristo ou a Assembleias de Deus.
O nome do país provém do explorador britânico John Marshall.
Embora as Ilhas Marshall tenham sido povoadas por micronésios no segundo milénio a.C., pouco se sabe da história primitiva das ilhas.[4]
Chegada dos europeus
O explorador espanhol Alonso de Salazar foi o primeiro europeu a avistar as Ilhas Marshall em 1526, mas as ilhas permaneceram virtualmente sem ser visitadas durante vários séculos, até à chegada do capitão inglêsJohn Marshall em 1788, que deu o seu nome às ilhas.[5]
Uma companhia comercial alemã fixou-se nas ilhas em 1885, e alguns anos mais tarde as Ilhas Marshall tornaram-se parte do protetorado da Nova Guiné Alemã.
Ao contrário do Império Alemão, que tinha interesses econômicos principalmente na Micronésia o Japão queria utilizar as ilhas para aumentar seu território e conter a super população do país. O Japão deixou a Liga das Nações em 27 de Março de 1933 mas mesmo assim continuou a administrar o local.
Os Estados Unidos começaram a realizar testes nucleares nas ilhas entre 1946 e 1958, prolongando-os até à década de 1960. Devido aos testes, muitos marshaleses adoeceram com elevados níveis de radiação, e até hoje há pedidos de compensação. No atol de Bikini, por exemplo, todos os alimentos que são de sua origem têm altos níveis de radiação, o que causou a desabitação da ilha.
Em 1979, foi estabelecida a República das Ilhas Marshall, e foi assinado um Tratado de Livre Associação com o governo dos Estados Unidos, que se tornou efectivo em 1986.
As Ilhas Marshall compreendem 29 atóis e 5 ilhas, agrupadas em duas secções, uma oriental chamada Grupo Ratak (“Ratak Chain” em marshalês, e que significa o nascer-do-sol) e outra a ocidente, Ralik (que significa o pôr-do-sol). Dois terços da população vivem em Majuro, a capital, e em Ebeye.
O presidente das Ilhas Marshall é chefe de estado e do governo e é eleito pelo Nitijela (parlamento), e dentre os membros daquele órgão nomeia os ministros. Tem dois órgãos legislativos, o Parlamento e o Conselho dos Chefes.
As eleições para o parlamento, que tem 33 deputados, são realizadas de 4 em 4 anos.
Em 1986, o governo das Ilhas Marshall assinou um Tratado de Livre Associação com os Estados Unidos, que passaram a ter autoridade total e responsabilidade pela defesa do território, além de terem instituído um programa federal de assistência.
A economia do país é quase totalmente dependente da ajuda norte-americana e possui um enorme sector estatal, responsável pela maior parte do emprego. A razão entre as importações e as exportações é de cerca de 11 para 1, e todo o combustível tem de ser importado. De salientar que uma parte das receitas das ilhas Marshall advém do aluguel do atol Kwajalein aos Estados Unidos, para testes de misseis.
Em diversos atóis é a economia de subsistência que sobrevive, principalmente no sector agrícola e da pesca. As principais produções são as de coco, melões e fruta-pão. O turismo emprega cerca de 10% da população, e é a principal fonte de divisas estrangeiras. Apesar de ser um local paradisíaco, o turismo nas Ilhas Marshall é muito pouco explorado, devido a dificuldade de se chegar ao local, a concorrência com outras ilhas e o medo infundado de alguns turistas de supostas contaminações.
Majuro é o porto de transbordo de atum mais movimentado do mundo, com 704 transbordos, totalizando 444.393 toneladas em 2015.[8] Majuro também é um centro de processamento de atum. A fábrica da Pan Pacific Foods exporta atum processado para vários países, principalmente aos Estados Unidos, sob a marca Bumble Bee.[9] As taxas de licença de pesca, principalmente para o atum, fornecem uma renda notável para o governo.[10]
Infraestrutura
Saúde
Um estudo promovido entre 2007 e 2008 revelou que a taxa de diabetes tipo 2 no país está entre as mais altas do mundo: 28% da população acima dos 15 anos possui a doença, além de 50% de prevalência na população acima de 35 anos de idade. Ainda segundo o estudo, aproximadamente 75% das mulheres e 50% dos homens têm sobrepeso ou obesidade, que se deve principalmente à adoção de uma dieta insalubre e à falta de exercícios físicos regulares. Cerca de 50% de todas as cirurgias realizadas na ilha são amputações devido a complicações da diabetes. Não há instalações para a diálise renal.[11]
Conforme um relatório da BBC, a expectativa de vida nas Ilhas Marshall é de 67 anos para os homens e 71 anos para as mulheres.[12]
Educação
O Ministério da Educação das Ilhas Marshall é o órgão que regula a educação formal nas ilhas. O Sistema de escolas públicas das Ilhas Marshall opera as escolas governamentais em toda a nação.[13] Conforme dados de 2011, a taxa de alfabetização da população adulta no país (acima de 15 anos de idade) era de 98,3% naquele ano, sendo que a expectativa de vida escolar, do ensino primário ao ensino superior, era de um total de 10 anos de estudo (2019).[14]
Até 1999, o país tinha 103 escolas primárias e 13 escolas secundárias. Havia 27 escolas primárias privadas e uma escola secundária privada. Grupos cristãos operavam a maioria das escolas particulares. Existem duas instituições terciárias operando nas Ilhas Marshall, o Colégio das Ilhas Marshall[15] e a Universidade do Pacífico Sul, que possui um campus na capital do país.[13]
Historicamente, a população marshallesa era ensinada em inglês, com a instrução em língua marshallesa chegando mais tarde. Porém, isto foi revertido na década de 1990 para manter a herança cultural das ilhas e para que as crianças pudessem escrever em marshallês. Agora o ensino da língua inglesa começa na terceira série.[13]
Os valores culturais e costumes tornam a sociedade marshalesa única. O solo é um ponto focal para a organização social nesse país insular. Todos os marshaleses têm direitos sobre a terra, como parte de um clã, ou jowi, que deve obediência a um Iroij (chefe), é supervisionado pelo Alap (chefe do clã), e apoiado pelo Rijerbal (trabalhadores). O Iroij tem controle total das coisas, tais como a posse da terra, utilização de recursos e distribuição, e de resolução de litígios. O Alap supervisiona a manutenção das terras e atividades diárias. O Rijerbal são responsáveis por todo o trabalho diário no terreno, incluindo a limpeza, agricultura e atividades de construção. A sociedade é matriarcal e, portanto, a terra é passada de geração em geração através da mãe.
Com a terra para amarrar as famílias em clãs, reuniões familiares tendem a se tornar grandes eventos. Um dos eventos mais significativos da família é o kemem, ou o primeiro aniversário de uma criança, onde parentes e amigos se reúnem para comemorar com festa e música.
↑ abcBureau of Democracy, Human Rights, and Labor (26 de outubro de 2009). «Marshall Islands - International Religious Freedom Report 2009». Departamento de Estado dos Estados Unidos (U.S Department). Consultado em 5 de fevereiro de 2018 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)