Inquérito à Arquitectura Popular em PortugalO Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal designa uma série de trabalhos de campo levados a cabo na década de 50 do século XX por equipas de arquitectos portugueses, com o intuito de catalogar de forma objectiva a arquitectura vernacular no território português. O nascimento do projectoA ideia de um inquérito à arquitectura regional portuguesa teve como base uma ideia dos arquitectos José Huertas Lobo e Francisco Keil do Amaral publicada em 1947 na revista Arquitectura: Revista de Arte e Construção editada pelo grupo ICAT. A primeira iniciativa de concretização teve lugar em 1949, por iniciativa do Sindicato Nacional dos Arquitectos, então sob a presidência do arquitecto Francisco Keil do Amaral, e de cuja direcção faziam igualmente parte os arquitectos Inácio Peres Fernandes, Dário Vieira e João Simões, junto do Instituto de Alta Cultura, não tendo obtido qualquer resultado[1]. O apoioSeis anos mais tarde, em 1955, a iniciativa do Sindicato junto do então Ministro das Obras Públicas Eng.º Eduardo de Arantes e Oliveira, encontrou o apoio do Governo traduzido na concessão de um subsídio nas condições fixadas pelo Decreto-Lei n.º 40 349, de 19 de Outubro de 1955[2]. A concretizaçãoO inquérito abrangeu o território do Continente, que para o efeito foi dividido em seis regiões, contando cada uma com uma equipa de três arquitectos:
Durante os três meses em que decorreram os trabalhos do inquérito, as seis equipas percorreram cerca de 50 000 quilómetros, de automóvel, de scooter, a cavalo e a pé, fizeram cerca de 10 000 fotografias, centenas de desenhos e tomaram milhares de notas escritas[1]. A publicaçãoEm 1961, o Sindicato Nacional dos Arquitectos editava, em dois volumes, e sob o título Arquitectura Popular em Portugal, o resultado deste trabalho[1]. A obra foi reeditada em 1980, num só volume, pela Associação dos Arquitectos Portugueses, havendo ainda uma 3.ª edição, de 1988, em 3 volumes, igualmente da responsabilidade da Associação dos Arquitectos Portugueses, e uma 4.ª edição, em dois volumes, de 2004, agora da responsabilidade da Ordem dos Arquitectos[3]. O arquivo de imagensO arquivo das imagens recolhidas durante o inquérito — cerca de 10 000 — vai ser objecto de digitalização e disponibilização online[4]. NotasLigações externas |