Italino Peruffo
Italino Peruffo (Farroupilha, 14 de agosto de 1925 Ver nota [1] — Curitiba, 13 de janeiro de 1992) foi um bancário, jornalista, professor e escritor brasileiro, e um promotor da eubiose. BiografiaFilho de agricultores, quando jovem trabalhou na lavoura ajudando seus pais, fazendo seus primeiros estudos em uma escola rural. Chamado para o serviço militar, serviu na cidade de Garibaldi, onde terminou seus estudos básicos na Escola de Instrução Militar, anexa ao Instituto Comercial Santo Antônio.[2] Depois mudou-se para Caxias do Sul e começou a dar aulas de português no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).[3] Formou-se contador em 1946 na Escola Técnica de Comércio do Ginásio do Carmo,[4] passando a atuar como tesoureiro do Círculo Operário Caxiense, entidade assistencialista e cultural que atendia os trabalhadores.[5] Já havia estabelecido ligações com a política filiando-se ao PSD.[6] Também na década de 1940 iniciou sua colaboração com o jornal O Momento, onde chegou a ser redator-chefe e deixaria muitas crônicas e poesias. Manteve por alguns anos duas colunas, "Coluna Circulista" e "Vida Rural", em que tratava de assuntos sociais, religiosos, econômicos e políticos relativos ao operariado e aos camponeses, defendendo os interesses da classe. Também manteve a coluna "Pensamento da Semana", com assuntos gerais.[7][8][9][10] Em 1947 foi nomeado assistente social do SENAI, mas demitiu-se no fim do mesmo ano, quando mudou-se para Porto Alegre. Permaneceu como colaborador d'O Momento com as colunas "Bilhete de Porto Alegre" e "Grãos Esparsos" e artigos avulsos.[3][11][12] Em 1949 passou em concurso do Banco do Brasil, sendo designado para atuar em Santa Catarina, onde permaneceu dez anos e tornou-se presidente da Federação dos Trabalhadores Bancários do Estado de Santa Catarina, sendo transferido em seguida para Curitiba, no Paraná, ficando ali cinco anos. Após o golpe militar de 1964 foi transferido para Anápolis, estado de Goiás, ocupando a gerência da agência local. Depois trabalhou sucessivamente em Itajubá e São Paulo, quando se aposentou. Então voltou para Curitiba, onde faleceu.[2][13] Nesta cidade veio a se notabilizar como divulgador da eubiose. Foi um dos fundadores da seção local da Sociedade Brasileira de Eubiose, da qual foi o primeiro instrutor, além de escrever mais de 150 monografias sobre o tema, que serviram de manuais para outros núcleos espalhados pelo Brasil.[14] Hoje seu nome batiza uma rua na cidade. ObraAtuou em uma variedade de frentes no mundo das letras e da cultura, sendo poeta, contista, ficcionista, cronista, ensaísta, pesquisador, memorialista e produtor cultural. Deixou os livros O Órfão, Barões de Quintal, Vento Leste, Leve o Chapéu, Entre o Rio e a Montanha, Jirau, Mulher sem Véu, Data Vênia, Juízo Final (com Anton Dalla Costa), Napiê e Sol no Ocidente, entre outros.[14][2] Sua atuação no campo do jornalismo e da literatura foi louvada por Cyro de Lavra Pinto.[15] Tem obras na Estante do Escritor Goiano, mantida pelo Serviço Social do Comércio, foi biografado na Enciclopédia da Literatura Brasileira de Afrânio Coutinho, no Dicionário Biobibliográfico de Goiás e no Dicionário Biobibliográfico Regional do Brasil, ambos de Mário Ribeiro Martins. Tem peças publicadas em várias coletâneas de poesia e prosa e já foi objeto de vários estudos literários. Foi membro da Academia de Letras de Itajubá, da Academia Anapolina de Filosofia e outras agremiações culturais. Entre os prêmios que recebeu destaca-se uma Menção Honrosa da União Brasileira de Escritores.[2] Sua obra mais notória é o polêmico Madeirópolis (1958), escrito quando vivia em Santa Catarina, censurada pelo seu explosivo conteúdo de crítica social.[16][17] Segundo Daiana Lencina, "os escritos de Peruffo são responsáveis por denunciar a exploração desenfreada de madeira no Alto Vale do Itajaí, mas também, a opressão no mundo do trabalho, os desmandos das poderosas famílias de madeireiros da região e casos de assassinatos e de festas em que ocorriam 'trocas de casais' na cidade. Por isso, o livro é considerado como um verdadeiro afronte à 'moral e aos bons costumes', além de uma ameaça para aqueles que, não obstante não terem seus nomes identificados, se reconhecem nas páginas de Madeirópolis".[17] O livro teve exemplares destruídos e foi banido, tornando-se uma raridade bibliográfica e uma lenda literária.[16] Referências
Ver também |