Antes de se dedicar à música, Lopez fez parte de um grupo de elite de atores limitados para entrar na indústria musical de uma maneira bem sucedida.[2][3] Após interpretar a falecida cantora Selena no filme autobiográfico homônimo, ela foi contratada pela Work Group — empresa subsidiária da Sony Music Entertainment —, sob a qual lançou seu álbum de estreiaOn the 6 (1999).[4] Inicialmente, a cantora queria lançar músicas em espanhol, mas Tommy Mottola, então presidente da Sony, a sugeriu que cantasse em inglês, e Lopez concordou.[5] Posteriormente, Lopez, juntamente com Ricky Martin, foram os principais líderes de um grupo de cantores de origens hispânicas que entraram no crossover musical e conquistaram o mercado estadunidense mainstream com material de língua inglesa, incluindo Enrique Iglesias, Marc Anthony e Christina Aguilera. Naquele período, a imprensa referiu-se a esse movimento como um "explosivo" crossover do pop latino e uma "étnica maravilhosa",[6] com Lopez sendo descrita como "a realeza do crossover".[7] Musicalmente, On the 6 incorporou elementos predominantemente derivados do soullatino e, liricamente, tratou de temas amorosos.[8] Deste disco foram lançados os singles "If You Had My Love" — que liderou a Billboard Hot 100 durante quatro semanas consecutivas — e "Waiting for Tonight", que se tornaram sucessos mundiais. Assim como os singles, o álbum também foi bem sucedido, atingindo a oitava posição como melhor na Billboard 200 e comercializando 8 milhões de unidades até 2003.[9]
Em abril de 2000, foi informado pela MTV News que Lopez — que havia acabado de filmar uma comédia romântica intitulada The Wedding Planner (2001) — iria começar a gravar seu segundo álbum de estúdio após o término de filmagens de outro filme, Angel Eyes (2001).[10] Em agosto daquele ano, a artista disse ao LAUNCHcast que o trabalho seria intitulado My Passionate Journey. "Eu estou no meio do caminho feito agora. Espero que [o disco] saia em outubro", disse ela. Foi relatado que o namorado da intérprete na época, Sean Combs, que havia co-produzido algumas faixas em On the 6, contribuiria para o álbum.[11] Adicionalmente, foi informado que Rodney Jerkins, que produziu "If You Had My Love", estava trabalhando com Lopez. Ela disse: "Eu cresci musicalmente, vocalmente, e [em] tudo", e queria que o seu segundo álbum fosse "mais um reflexo de quem eu sou, [de] minhas próprias experiências".[12]
O álbum foi provisoriamente intitulado de The Passionate Journey e recebeu um lançamento previsto para novembro de 2000, com o primeiro single sendo programado para ser lançado no final de setembro. Em agosto do mesmo ano, Lopez revelou: "(...) Eu tinha um prazo, mas depois eu fiz três filmes, então eu estava compondo durante os filmes e os juntei. E agora eu estou lá gravando".[13] Lopez finalmente decidiu nomear o álbum de J.Lo, pois ela apelidada de J.Lo por seus fãs desde o início de sua carreira. Ela disse que o título do disco foi uma homenagem a seus fãs: "Meus fãs me chamam de J.Lo. Dar este título para o álbum é a minha maneira de dizer-lhes que este [álbum] é para eles na apreciação do seu apoio".[14] Vários artistas seguiram esta tendência, como Janet Jackson com Damita Jo (2004) e Mariah Carey com The Emancipation of Mimi (2005).[15]
Antes de lançar o álbum, Lopez sabia o quanto era importante para "ficar refrescante", querendo inovar a indústria musical. Ela tomou a decisão de ajustar a sua imagem pública, tingindo seu cabelo e mudando seu nome artístico para J.Lo.[9] Em J.Lo, a cantora assumiu o controle criativo mais do que em On the 6, explicando que "Eu realmente senti que desta vez, [o álbum] era mais meu".[16] Durante o lançamento do álbum, Lopez começou a fazer a transição para um símbolo sexual.[9] Anteriormente, ela tinha sido vocal enquanto vivia sua vida, ao reconhecer sua responsabilidade como um modelo para a juventude. A artista afirmou: "Quero dizer, eu sinto que você não pode assumir a responsabilidade do mundo, sabe? Acho que é destrutivo. (...) Você começa a pensar: 'Ai meu Deus, eu tenho que fazer isso ou aquilo'. Você tem que viver sua vida, eu não uso drogas, eu não bebo ou fumo ou faço algo do tipo. Então, esses são os tipos de coisas que as pessoas gostam [em] modelos: 'Oh, você não pode ser humana'. Você é humana".[17] Ela também disse: "Já faz dois anos desde que eu terminei meu último álbum, então eu sinto que tenho mais experiência com essa coisa sobre a música, e eu tenho mais de um ponto de vista a respeito do que eu queria fazer nesse álbum, ao contrário do último álbum, mas estou muito animada com isso".[18]
↑Mendible, Myra (2010). From Bananas to Buttocks: The Latina Body in Popular Film and Culture. University of Texas Press. [S.l.: s.n.] ISBN9780292778498