João Peres de Aboim
João Peres de Aboim (Aboim da Nóbrega, Vila Verde , Minho, Portugal 1213 — 15 de março de 1285) foi um nobre português, filho de Pero Ourigues da Nóbrega, senescal de D. Sancho II, e de sua esposa Maria Viegas de Ribadouro.[1] VidaNatural do Minho, acompanhou com o pai em 1230 o infante D. Afonso quando este saiu do Reino de Portugal e se instalou em França. Regressou a Portugal em 1245, com o infante, depois da deposição de D. Sancho II, vindo a ser uma das figuras de maior relevo político na época de D. Afonso III de quem foi seu valido. Foi sub-signifer de 1250 a 1255, mordomo da rainha em 1254 a 1259, mordomo-mor entre 1264 e 1279, tenente de Ponte de Lima em 1259, e de Évora ou do Alentejo de 1270 até 1284.[7] Segundo os representantes dos concelhos, ressentidos pela grande consideração que El-Rei D. Afonso III nutria por João e a consequente influência de João na corte, afirmavam ser João "um fidalgo violento e insaciável, que saqueava sem mercê os bens dos municípios e os seus moradores". Esta conduta originou queixas dirigidas ao papa, nas quais é afirmado que o próprio monarca não era alheio a tais abusos ou não os queria coibir. Porém diz o Conde D. Pedro[8] "D. João de Aboim foi muito bom e muito honrado, e El-Rei D. Afonso III de Portugal, o fez Rico homem;" No reinado de D. Dinis o antigo mordomo-mor conserva o seu valimento político. Em novembro de 1258, o conselho de Évora doou-lhe e a sua esposa Marinha Afonso e seus filhos uma herdade no mesmo conselho.[9] Em novembro de 1261, o rei D. Afonso deu-lhe permissão para construir um castelo e fortaleza nesta herdade.[10] O Bispo de Évora, D. Martinho e o seu cabido, em janeiro de 1262, definiram a jurisdição das igrejas nas terras de João Peres de Aboim e de sua mulher.[11] Em fevereiro de 1271, o casal concede à Ordem do Hospital o padroado da igreja de Santa Maria de Portel com todas as igrejas do termo da localidade. Neste documento, aparece seu filho primogénito, Pedro Eanes de Portel com a sua esposa Constança Mendes.[12] Com sua mulher Marinha, em agosto de 1276, João Peres de Aboim, mordomo de D. Afonso III, “doam ao bispo e cabido de Évora uma herdade em Fonte Furada, termo de Évora, pela remissão dos seus pecados e pelos bons serviços que têm recebido da igreja eborense, nomeadamente, no que toca às igrejas de Porte e do lugar de Marmelar”. Em abril de 1301, Martim de Avelar, o mordomo e procurador de João Fernandes de Lima e de sua esposa Maria Eanes, genro e filha de D. João de Aboim, faz um escambo do Castelo de Portel entre a viúva D. Marinha e a filha D. Maria, e o rei D. Dinis.[12] João Peres de Aboim trovadorJoão Peres de Aboim também foi trovador, autor confirmado de 14 cantigas (9 cantigas de amigo, 1 pastorela e 3 de tenção), e autor provável de mais 6 cantigas.[13] A Pastorela Cavalgava noutro dia. "Cavalgava noutro dia per um caminho francês e ũa pastor siia cantando com outras três pastores, e nom vos pês, e direi-vos todavia o que a pastor dizia aas outras em castigo: Nunca molher crea per amigo, pois s'o meu foi e nom falou migo. Pastor, nom dizedes nada, diz ũa delas entom, Se se foi esta vegada, ar verrá-s'outra sazom, e dirá-vos por que nom falou vosc', ai bem talhada; e é cousa mais guisada de dizerdes com'eu digo: Deus, ora veesse o meu amigo, e haveria gram prazer migo." DescêndenciaCom sua esposa, Marinha Afonso de Arganil, com quem se casou antes de 1246,[7] teve:
Referências
Bibliografia
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