José Augusto Fernandes (Fraldeu, Miranda do Corvo, 18 de Fevereiro de 1964 - Trevim, Serra da Lousã, 11 de Julho de 2020) foi um bombeiro e árbitro português.
Biografia
Primeiros anos
Nasceu em 18 de Fevereiro de 1964,[1] na aldeia de Fraldeu, em Miranda do Corvo.[2]
Carreira
Fazia parte da corporação dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo desde 1984, tendo atingido a posição de chefe.[1]
Trabalhava como motorista de transportes colectivos na Câmara Municipal de Miranda do Corvo,[1] onde era funcionário desde 1996.[3] Exerceu como árbitro dos escalões nacionais de Futsal nas temporadas de 2003 e 2004 a 2005 e 2006, como representante da Associação de Futebol de Coimbra, e em 2010 passou a ocupar a função de observador de árbitros.[4]
Também era um militante do Partido Socialista, e colaborou na fundação de diversas instituições sociais, como a Associação Cultural e de Desenvolvimento do Fraldeu, no concelho de Miranda do Corvo.[3]
Falecimento e homenagens
Faleceu em 11 de Julho de 2020, aos 55 anos de idade, quando estava envolvido no combate a um incêndio na zona de Trevim, na Serra da Lousã.[5] O incêndio, provocado provavelmente por uma trovoada seca, foi combatido por mais de duzentos bombeiros de várias corporações dos distritos de Leiria e Coimbra, tendo outros três ficado feridos.[6][7]
O Ministério da Administração Interna ordenou a instauração de um inquérito sobre a morte de José Augusto Fernandes, embora o comandante da Proteção Civil, Duarte da Costa, tenha avançado a teoria, durante uma conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que possa ter sido uma mudança de vento que levou o fogo a cercar a equipa dos bombeiros: «Rapidamente, num terreno que é muito difícil e com grande declive, poderá ter havido uma alteração de vento que levou a que o chefe José Augusto se visse na vicissitude de não conseguir sair da zona onde acabou por falecer. No entanto, vamos aguardar com calma e serenidade que sejam feitos todos os inquéritos pelas autoridades competentes como foi determinado pelo ministro da Administração Interna para que se tirem conclusões e se evitem situações destas.».[8] Adiantou igualmente que José Augusto Fernandes «era um profissional de grande competência, muito conhecedor da área e já tinha combatido vários incêndios», e que terá «como um soldado e combateu até ao fim.».[8] Em resposta à acusação de que a equipa terá estado vinte minutos a pedir ajuda, Duarte da Costa não quis «especular sobre o que sucedeu ou deixou de suceder».[9]
O funeral, que decorreu no quartel dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo, foi acompanhado por centenas de pessoas.[10] Após a missa de corpo presente, o caixão foi transportado até ao cemitério da vila aos ombros pelos antigos colegas de José Augusto Fernandes, tendo o cortejo sido precedido por um veículo antigo da corporação dos bombeiros.[10] O comandante daquela corporação, Fernando Jorge, discursou durante o funeral, tendo afirmado que «o país perdeu um grande bombeiro», que se encontrava «sempre na frente, sempre a dar o seu melhor».[11] A cerimónia também contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, do presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, e de vários autarcas da região, incluindo o de Miranda do Corvo, Miguel Baptista.[10] O Presidente da República também emitiu uma nota de pesar, onde lamentou a morte de José Augusto Fernandes.[12]
Em sua homenagem, a autarquia de Miranda do Corvo decretou três dias de luto municipal.[10]
Referências