João Paulo da Costa da Silva GOL (Lisboa, 9 de agosto de 1966) é um fotógrafo luso-sul-africano baseado em Joanesburgo.[1]
Notabilizou-se pelo seu trabalho em cenários de guerra, bem como pelo acompanhamento que fez do fim do apartheid na África do Sul, sendo um dos quatro membros do "Bang Bang Club".
Carreira
João Silva começou a fotografar em 1989 e o seu percurso como freelancer para o Johannesburg Herald iniciou-se em 1990.
Sob a orientação de Ulli Michel, tornou-se colaborador da agência noticiosa Reuters em 1991. Em 1992, foi contratado como fotógrafo do The Star. Mais tarde, em 1994, ingressou na Associated Press como fotógrafo freelance. Em 1996, começou a trabalhar, também como freelancer, para o jornal norte-americano The New York Times e, em 1998, tornou-se o fotógrafo regular do Times na África Austral, acabando por ser contratado em 2000.[2]
Em 2000 co-fundou, com Greg Marinovich, The Bang Bang Club. Cinco anos mais tarde, João Silva publicou o livro "In The Company of God" com o ISBN 978-191-985-544-8, que documenta as consequências da ocupação norte-americana no Iraque.
Em 2014, numa parceria entre o Museum Africa e o Consulado-Geral de Portugal em Joanesburgo, com o apoio da Embaixada de Portugal em Pretória e do Instituto Camões, Silva expõe, pela primeira vez, na África do Sul com “Imagens de Guerra”. A exposição, que fez parte da 25.ª VISA pour L'Image Photo Festival, em Perpignan (França, 2013), explora a brutalidade da guerra e a obsessão de João Silva em documentá-la.[3]
Em 2016, fez parte do júri do Prémio Estação Imagem Viana do Castelo.[4]
Prémios
Silva ganhou o prémio de "Fotógrafo de Imprensa Sul-Africano do Ano" em 1992, um galardão criado pela Ilford, e foi selecionado para o World Press Photo Joop Swart Masterclass em 1995. O seu trabalho foi homenageado nos prémios World Press Photo e Over Seas Press Club, entre outros.[2]
Em 2006, arrecadou o 2.º prémio na categoria Temas Contemporâneos do World Press Photo com uma imagem de uma prisão no Malawi, parte de um trabalho realizado para o The New York Times.[5]
No dia 19 de maio de 2012, a Escola de Artes e Design Corcoran, em Washington DC, homenageou João Silva com um doutoramento honoris causa em Fine Arts.[2]
Enquanto se recuperava no Walter Reed Army Medical Center, nos EUA, a República Francesa concedeu-lhe o Chevalier De L'Ordre Des Arts Et Lettres em 4 de abril de 2011.[2]
A 15 de março de 2012, na Embaixada de Portugal em Pretória, por intermédio do Embaixador João Ramos Pinto, recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade,[6] com o qual tinha sido agraciado a 10 de junho de 2011, dia do ano em que é celebrado o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.[7][8]
Vida pessoal
Em 23 de outubro de 2010, ficou gravemente ferido num acidente com uma mina antipessoal no Sul do Afeganistão.[9][10] Devido à gravidade dos ferimentos, o fotógrafo ficou com as pernas amputadas. Segundo relato da jornalista Carlotta Gall, Silva continuou a fotografar, mesmo estando gravemente ferido.[11]
No final de julho de 2011 - após passar por um longo processo de readaptação motora com as próteses - voltou a trabalhar como fotojornalista.[12]
Referências
Ligações externas