Lavinia Fontana
Lavinia Fontana (Bolonha, 24 de agosto de 1552 — Roma, 11 de agosto de 1614) foi um pintora italiana da escola Maneirista e uma das mais importantes retratistas em Bolonha durante o final do século 16. Foi uma das primeiras mulheres a executar pinturas figurativas de larga escala, por encomenda pública.[1] Nasceu em Bolonha,no dia 24 de agosto de 1552. Filha de Prospero Fontana (1512 - 1597), um dos maiores pintores da Cidade, que ensinou a filha a pintar a maneira maneirista[2]. Além de sua carreira como artista, foi mãe de 11 filhos, com seu marido Gian Paolo Zappi, também pintor. [3] Fontana pintou em vários estilos. No começo de sua carreira, era famosa por pintar moradores da alta classe de Bolonha. Também executou nus masculinos e femininos e pinturas religiosas em grande escala. No final da década de 1570, Lavinia Fontana ficou conhecida em Bolonha por pintar retratos de alta qualidade, incluindo o Autorretrato ao Cravo e Família Gozzadini (1584), e, com o patrocínio da família do Papa Gregório XIII, pintou retratos de muitas personalidades eminentes. As obras de Fontana são admiradas por suas cores vibrantes e pelos detalhes das roupas e joias usadas por seus retratados. Fontana também produziu muitas pinturas religiosas; entre elas, Noli me tangere (1581) e o retábulo Sagrada Família com o Menino Jesus Adormecido (1589) para El Escorial, em Madri. Suas obras mais famosas incluem suas grandes obras de altar realizadas para as igrejas de sua cidade natal. Após 1600, aproximadamente, o trabalho de Fontana foi introduzido em Roma. Com ela se mudando para a cidade três anos depois, onde continuou a pintar retratos e obras de altar. Em 1604, Lavinia Fontana pintou sua maior obra, o Martírio de Santo Estêvão, um retábulo para a igreja de San Paolo Fuori le Mura, em Roma, uma basílica que foi destruída no incêndio de 1823.[3] E em 1599, A Visita da Rainha de Sabá a Salomão[4], sua obra narrativa mais ambiciosa mantida até hoje. [3] Fontana foi eleita membro da Academia Romana, uma honra rara para uma mulher. A atenção aos detalhes nos seus retratos lembra o trabalho de outra pintora renascentista do norte da Itália, Sofonisba Anguissola. Que também foi uma artista pioneira na presença de espaços femininos na arte. Em 1577, Lavinia Fontana casou-se com o pintor secundário Gian Paolo Zappi, com quem teve onze filhos, mas apenas três ainda viviam após sua morte. Ele estava disposto a subordinar sua carreira em apoio à dela, atuando como seu agente. Após o casamento, Fontana às vezes assinava suas obras com seu nome de casada. Alguns de seus retratos foram erroneamente atribuídos a Guido Reni. [1] Influências artísticas, estiloO estilo jovial de Lavinia Fontana assemelhava-se ao de seu pai, Prospero Fontana. Como aluna de Ludovico Carracci, ela gradualmente adotou o estilo Carraccesco, caracterizado por uma forte coloração quase veneziana.[5] Sofonisba Anguissola, Caterina Vigri e Properzia de' Rossi podem ter influenciado a carreira artística de Fontana. [6] A Contra-Reforma e as recomendações do Concílio de Trento para a arte religiosa moldaram o tratamento que Fontana deu aos temas e assuntos em suas pinturas.[7] Na época, um excelente status como filha, esposa e mãe era um pré-requisito para sua carreira, devido aos padrões morais vigentes.[6] Além disso, a ênfase da Igreja Católica Romana nos valores familiares aumentou a demanda por retratos de famílias e crianças.[6] A influência do Maneirismo é perceptível na atenção meticulosa aos detalhes em suas pinturas e na importância dos materiais que rodeiam o tema retratado. [8]Essa atenção aos detalhes também destacava a riqueza dos retratados, tornando Fontana popular entre os ricos.[9] Os autorretratos de Fontana equilibram a representação da artista como uma dama distinta e como uma profissional. Essa dualidade de papéis era comum entre as mulheres artistas do século XVI.[10][11] Controvérsias - Pinturas de modelo nuEntre os historiadores de arte, existe uma controvérsia sobre os meios e modelos usados por Fontana para retratar nus masculinos e femininos em suas pinturas[5]. Fontana estudou a coleção de esculturas e moldes de gesso de seu pai, mas Liana De Girolami Cheney argumenta que o naturalismo das figuras pode indicar que Fontana utilizava modelos nus ao vivo.[12] Por outro lado, Caroline P. Murphy sugere que, embora partes do corpo sejam bem representadas, as figuras como um todo apresentam desproporções, semelhantes ao estilo de Prospero ao representar a anatomia humana. Murphy também ressalta que, durante a vida de Fontana, era socialmente inaceitável que mulheres fossem expostas à nudez. Se fosse descoberto que ela usava modelos nus vivos, sua reputação poderia ser manchada. Ela sugere que, assim como Sofonisba Anguissola, Fontana pode ter usado membros da família como modelos[13]. Além disso, Linda Nochlin destaca que as academias de arte da época proibiam as mulheres de visualizar qualquer corpo nu, mesmo sendo isso uma parte essencial do treinamento artístico.[14][11] GaleriaFontes e referências:
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