Mapa do Império Romano em 125, na época do imperador Adriano, mostrando a LEGIO I ADIUTRIX acampada às margens do rio Danúbio, em Brigécio (moderna Szöny, na Hungria), na província da Panônia Inferior, entre 86 até pelo menos 344.
Legio prima Adiutrix ou Legio I Adiutrix ("Primeira legião Auxiliadora")[1] foi uma legião do exército imperial romano fundada em 68 d.C., possivelmente por Galba na época de sua revolta contra o imperador Nero(r. 54–68). O último registro oficial mencionando a Adiutrix é de 344, quando ela ainda estava estacionada em Brigécio (moderna Szöny, Hungria), na província romana da Panônia Inferior. Seu emblema era o capricórnio[2], que aparecia junto com o cavalo-alado Pégaso. Nos elmos dos legionários estava um golfinho[2].
Origem
Esta legião provavelmente se originou da antiga Legio I Classica, arregimentada por Nero entre a infantaria da Classis Misenensis e que foi depois completada por Galba. Originalmente sua base era perto de Roma.
A cidade de Mogoncíaco (moderna Mogúncia, na Alemanha) foi o primeiro acampamento conhecido da I Adiutrix, compartilhado com a XIV Gemina. Seu papel ali era basicamente o de realizar obras civis. Em 83, a legião lutou na campanha germânica contra os catos, uma tribo germânica que vivia além do Reno, sob a liderança do imperador Domiciano. Depois disto, a I Adiutrix foi transferida para o exército romano que vigiava a província da Panônia Inferior para lutar contra os dácios.
Legio I Adiutrix Pia Fidelis
Depois do assassinato de Domiciano em 96, a I Adiutrix, junto com o resto do exército do Danúbio, exerceu uma importante influência na política imperial, forçando Nerva a adotarTrajano como seu sucessor. Quando ascendeu ao trono, Trajano concedeu à legião o cognomePia Fidelis ("Leal e fiel"), um reconhecimento pelo apoio[5]. Entre 101 e 106, sob o comando do novo imperador, a I Adiutrix, juntamente com a IV Flavia Felix e a XIII Gemina, conquistou a Dácia e ocupou a recém-formada província. Trajano também utilizou a I Adiutrix em sua campanha contra a Pártia(115–117), mas ela acabou sendo enviada de volta para a Panônia pelo sucessor dele, Adriano, para uma nova base chamada Brigécio.
Durante as próximas décadas, a I Adiutrix permaneceu na fronteira do Danúbio. Sob o comando de Marco Aurélio(r. 161–180), lutou contra os marcomanos sob o comando de Marco Valério Maximiano. Entre 171 e 175, seu comandante foi Pertinax, que foi imperador por um breve período no ano dos cinco imperadores (193). Quando Sétimo Severo tornou-se imperador, a I Adiutrix estava entre as legiões que se aliaram a ele e teve a honra de marchar até Roma.
Nas décadas seguintes, a base principal da I Adiutrix voltou a ser a Panônia, a partir de onde ela teve um papel importante nas diversas guerras romano-partas, principalmente nas campanhas de 195 e 197–198 de Sétimo Severo, a campanha de 215–217 de Caracala e a de 244 liderada por Gordiano III.
↑ Grandes Impérios e Civilizações: Roma - Legado de um império. 1.ed. Madri: Ediciones del Prado, 1996. pp.112 p.. 2 v. v. 1 ISBN 84-7838-740-4 (em castelhano)
↑ abL.J.F. Keppie, The Origins and Early History of the Second Augustan Legion, in L.J.F. Keppie, Legions and Veterans: Roman Army Papers 1971-2000, Stuttgart, 2000, p. 128. (em inglês)
J.B. Campbell, art. Legio, in NP 7 (1999), klm. 7-22.
L.J.F. Keppie, The Origins and Early History of the Second Augustan Legion, in L.J.F. Keppie, Legions and Veterans: Roman Army Papers 1971-2000, Stuttgart, 2000, pp. 123–160.