Lindomar Terena
Lindomar Ferreira da Silva, mais conhecido como Lindomar Terena (Anastácio, 18 de abril de 1974)[1] é uma liderança indígena brasileira do povo Terena. BiografiaNasceu na aldeia Argola da Terra Indígena Cachoeirinha, no município de Anastácio, no Mato Grosso do Sul. Depois de terminar o estudo fundamental teve de ajudar no sustento da família cortando cana e executando trabalhos esporádicos para os fazendeiros da região. Começou a se interessar pela política em torno de 2003, participando de atividades para capacitação de lideranças promovidas pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), inteirando-se também sobre questões ambientais e territoriais.[2] Destacou-se inicialmente como uma liderança na comunidade Tumuné Kalivono, que havia sido despejada de uma área de retomada localizada na Fazenda Petrópolis. Convidado pela Rede de Saberes para o Encontro de Acadêmicos Indígenas de Mato Grosso do Sul de 2007, lá solicitou apoio dos estudantes indígenas nas ações de retomada. Passou a participar de encontros de lideranças, a partir dos quais foi organizada a primeira assembleia do povo Terena em 2012, quando foi criado o Conselho do Povo Terena.[3] Foi cacique da aldeia Argola,[4] suplente de vereador em Miranda pelo PT, coordenador do Distrito Sanitário Indígena do Mato Grosso do Sul,[2] membro do Conselho dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul,[5] e foi indicado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) como representante dos povos indígenas do Brasil no Fórum Permanente da Organização das Nações Unidas, posto que ocupou a partir de 2013 e lhe deu visibilidade internacional, denunciando a violência contra pessoas e as violações de direitos que os povos nativos sofrem no país.[6][2] É membro do Conselho do Povo Terena e coordenador executivo da APIB.[7][8] Foi uma das testemunhas convocadas no julgamento do manejo da pandemia de covid-19 pelo governo Bolsonaro no Tribunal Permanente dos Povos.[9] Tem participado de muitas reivindicações e movimentos em favor dos indígenas[2] e segundo o Grupo de Pesquisa Sul-Sur da UFBA, Terena é uma das principais lideranças do seu povo.[10] No parecer do relator da CPI da CIMI foi apontado como um dos responsáveis pela invasão de propriedades e atos de violência. Contudo, segundo Lenir Ximenes, o relator tentava criminalizar os movimentos indígenas de retomada de suas terras.[11] Seu ativismo lhe rendeu ameaças de morte e por isso foi incluído no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos.[2] Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada, Terena disse:[8]
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