A linhaça é a semente do linho (Linum usitatissimum), pertence a família Linaceae, é também muito utilizada na culinária. É preferível que se consuma sem casca, triturada, para melhor aproveitamento do seu alto valor nutritivo, pois é rica em fibras, ácidos graxos e proteína. Além disso, dela se extrai o óleo de linhaça, que é rico em Ómega 3, Ómega 6 e Ómega 9. Devido ao seu alto valor nutritivo é considerado alimento funcional. No Brasil encontram-se duas variedades: marrom e dourada.[1]
Outros usos do Óleo de linhaça incluem a fabricação de linóleo e tintas a óleo. O óleo também é usado na indústria cosmética e em farmácias de manipulação.
História
Os relatos mais antigos da semente do linho são datados de 5000 anos antes de Cristo, na Mesopotâmia. Foram até encontrados desenhos da semente em tumbas faraónicas, o que comprova o uso desta herbácea desde a antiguidade.
Mesmo sendo originária da Ásia, seus benefícios foram difundidos pelo mundo todo, e seu consumo é muito comum na América do Norte e em países europeus.
Propriedades medicinais
A linhaça é considerada um alimento funcional, pois, além de ter suas propriedades nutricionais básicas, tem propriedades preventivas graças aos compostos antioxidantes e anticancerígenos. Seus benefícios são atribuídos ao ácido alfa linolênico, ao alto teor de lignanas e às fibras alimentares.[1]
A linhaça tem cerca de 39% de óleo em sua composição. Seu óleo é um dos alimentos mais ricos em Ômega 3 da natureza (cerca de 57%) e de Ômega 6. A relação ideal entre Ômega 3 e Ômega 6 é de 1:4 respectivamente, enquanto o óleo vegetal de linhaça apresenta uma relação de 1:3, muito próxima do ideal. Essa presença balanceada entre o Ômega 3 e o Ômega 6 permite a produção das prostaglandinas, que são corpos biologicamente muito ativos e importantes que agem como removedoras do excesso de sódio nos rins, diminuindo assim a retenção de líquidos, o que alivia os sintomas do período pré-menstrual. A alta taxa de Ômega 3 faz da linhaça um alimento de caráter preventivo à saúde, sendo um importante agente antioxidante e renovador celular.
A ação do ômega 3 no organismo gera a alteração de alguns mecanismos e modifica parâmetros no processo de carcinogênese, sendo eles:
Diminuição da biossíntese dos derivados do ácido araquidônico, resultando em mudanças da resposta imunológica às células tumorais e na modulação da inflamação;
Redução da proliferação celular, na apoptose, na angiogênese e na metástase;
Influência na expressão gênica, no fator de transcrição nuclear e nas vias de transdução de sinais, gerando alterações no metabolismo celular, no crescimento e na diferenciação celular.
Altera o metabolismo de estrogênio, ↓ os estímulos de crescimento celular hormônio dependente;
Altera a permeabilidade da membrana relacionada a sensibilidade à insulina;
Modifica a produção de radicais livres, aumentando ou diminuindo.[2]
Além disso, a linhaça é a maior fonte alimentar de lignanas, um fitoesteroide que "imita" a ação do estrógeno. A lignana é muito importante no período da menopausa, quando as taxas desse hormônio são baixas, sendo ela um importante agente natural na reposição desse hormônio. A lignana "engana" os receptores de estrógeno e se acopla a eles. Tratando-se de um óleo vegetal natural, os fitoesteroides têm uma ação fraca em relação ao estrógeno, não tendo ação negativa sobre o tecido mamário. Sendo assim, a lignana é uma substância importante na prevenção do câncer de mama, por neutralizar a ação do estrógeno sobre esse tecido.
Existem alguns relatos de indução de icterícia, e reacções exantemáticas, possivelmente relacionadas com a dose e consumo exagerado.
O óleo da linhaça tem na maior parte da sua composição gorduras poli-insaturadas não produzidas pelo corpo. Veja a porcentagem de gorduras do óleo de linhaça:
Tipos de Gorduras
%Total de Gorduras
Gorduras Saturadas
9%
Gorduras Monoinsaturadas
18%
Gorduras Poli-insaturadas
Ômega-3—57%
Ômega-6—16%
A sua constituição ainda conta com uma alta taxa de fibras solúveis (ideal como laxante e auxiliar na digestão), vitaminas B1, B2, C, E, caroteno, ferro, zinco, alguma quantidade de potássio, magnésio, fósforo e cálcio.
Estudos mostram que é boa para os diabéticos, pois estabiliza os níveis de açúcar no sangue e também é uma auxiliar para a prevenção da obesidade, pois ela ativa mais o metabolismo.
Usos da linhaça
Ela pode ser consumida integral, moída (farinha ou farelo) ou na forma de óleo; pode também ser incluída como ingrediente em várias preparações, as mais comuns são: pães, salada, bolos, barra de cereais e biscoitos.[4]
A linhaça vem sendo utilizada com fins medicinais, pois conforme estudos da universidade de Toronto, no Canadá auxilía na prevenção e combate do câncer/cancro de mama, existe um composto chamado lignana, que trata-se de um tipo de antioxidante que possui composição química similar ao/à hormônio/hormona estrogênio.[5]
Apesar de ser conhecida por suas aplicações medicinais, o principal destino da semente do linho no Brasil é a indústria, para a qual serve como componente de secante de tintas, vernizes, corantes e linóleos[6].
Produção de linhaça no Brasil
A linhaça (semente do linho) é uma cultura de inverno no Brasil. O principal estado produtor é a região Noroeste do Rio Grande do Sul. O seu ciclo curto, de 150 dias, é ideal para o semeio em junho e colheita no final de outubro ou começo de novembro. A produtividade média é de 1,5 tonelada por hectare.
↑ abCORDEIRO, R.; FERNANDES, P. L.; BARBOSA, L. A.;. «Semente de linhaça e o efeito de seus compostos sobre as células mamárias». Revista Brasileira de Farmacognosia Jul/Set 2009; !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑CARMO, M. C. N. S., CORREIA, M. I. T. D.;. «A Importância dos Ácidos Graxos Ômega-3 no Câncer.». Revista Brasileira de Cancerologia, Abril 2009; !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)