Originalmente possuía 172 fólios duplos, dos quais 32 se perderam. As 10 composições que restam são todas anônimas. O Mosteiro foi um famoso local de peregrinação católica naquele tempo, possuindo um santuário da Virgem de Montserrat, e as músicas do manuscrito em maioria fazem a louvação da Virgem. O motivo da reunião destas peças é explicitado na abertura:
Quia interdum peregrini quando vigilant in ecclesia Beate Marie de Monte Serrato volunt cantare et trepudiare, et etiam in platea de die, et ibi non debeant nisi honestas ac devotas cantilenas cantare, idcirco superius et inferius alique sunt scripte. Et de hoc uti debent honeste et parce, ne perturbent perseverantes in orationibus et devotis contemplationibus.
"Porque os peregrinos desejavam cantar e dançar enquanto mantinham a vigília noturna na igreja de Santa Maria de Montserrat, e também o desejavam de dia; mas na igreja não se devem cantar senão melodias castas e pias, e por isso foram escritas as canções que aqui aparecem. E devem ser usadas com modéstia, cuidando que ninguém que esteja orando e contemplando devotamente seja perturbado."
Os textos das músicas são em catalão e latim, e o estilo musical sugere que datam de bem antes da ocasião em que foram compiladas. Algumas são monódicas, podendo ser cantadas em cânone, e outras têm de duas a quatro vozes de polifonia não-imitativa. Sua relativa simplicidade e belo desenho melódico dotaram diversas destas peças de um encanto perene, sendo gravadas amiúde por conjuntos contemporâneos dedicados à música antiga.