Frequentou por 4 anos o Seminário de Santarém, a Escola Politécnica e a Escola Médico-Cirúrgica, tendo-se formado em Medicina em 1884. No entanto, Marcelino Mesquita notabilizou-se como poeta, jornalista, escritor, dramaturgo, político e deputado pelo Círculo Eleitoral do Cartaxo.
Foi diretor da revista A Comédia Portuguesa[1] começada a publicar em 1888,[2] e diretor literário da Parodia: comedia portugueza (1903- 1907), quando, em 1903, a sua revista se "funde" com a A Paródia (1900-1902) de Rafael Bordalo Pinheiro."[3]
Faleceu a 7 de junho de 1919, com 62 anos, vítima de pneumonia dupla.
O jornal "Notícias do Cartaxo", tomou a iniciativa de erigir uma estátua no Cartaxo, onde se lhe pudesse perpetuar a memória. A 2 de dezembro de 1956, foi inaugurado, na Praça 15 de Dezembro, no Cartaxo, o monumento de Marcelino Mesquita, da autoria do escultor Leopoldo de Almeida.
Existe um jardim com o seu nome em Lisboa, mais conhecido por "Jardim das Amoreiras".
Obra
1876 - LEONOR TELES - 1.ª Representação efectuada por estudantes de medicina;
1881 - MERIDIONAIS, poesia;
1884 - HYSTERIA;
1885 - PÉROLA – drama em 5 actos, representado no Teatro do Príncipe Real (23 de maio de 1885), após polémica com A. Sousa e Vasconcelos, Comissário Régio do Teatro D. Maria II, que recusou a sua representação no Teatro Nacional;
1886 - 1888 - Fixa-se no Cartaxo; compra a tipografia Cartaxense e o jornal "O Povo do Cartaxo", mudando-lhe o nome para "O Cronista"; Continua a frequentar o meio lisboeta, a escrever para os jornais e para o teatro;
1898 - O SONHO DA ÌNDIA, drama histórico, em 3 actos e 9 quadros, em verso;
1898 (10/9) - SER PAI, peça em 3 actos, levada a cena pelo Teatro D. Maria II;
1898 - O TIRANO DA BELA URRACA.
1899 (4/2) - AUTO DO BUSTO, quadro, em verso, evocativo do Centenário do Nascimento de Almeida Garrett;
1899 - PERALTAS E SÉCIAS, comédia em 3 actos em prosa.
1899 - Recusa a condecoração proposta pelo rei D. Carlos, com o pretexto de ser republicano, a quando de uma das representações de Peraltas e Sécias;
1900 - Colaboração no Almanaque dos Palcos e Salas;
1900 - A MORTA GALANTE, monólogo em verso;
1901 (4/3) - SEMPRE NOIVA, drama histórico em 4 actos e 7 quadros, encenado pelo Teatro D. Maria II;
1901 (17/10) - SINHÁ, episódio da vida burguesa, drama em 3 actos, levado à cena pelo Teatro D. Maria II;
1902 (24/3) - O TIO PEDRO, episódio trágico em 1 acto, encenado pelo Teatro D. Amélia;
1902 (7/11) - UMA ANEDOTA, episódio dramático em 1 acto, levado à cena pelo Teatro D. Amélia;
1903 - A NOITE DO CALVÁRIO, drama em 4 actos; 1ª representação no Teatro do Recreio, Rio de Janeiro, em Abril de 1902; representação no Teatro do Príncipe Real (13 de abril de 1907); protestos de Marcelino Mesquita contra a proibição, pela censura teatral, da peça "A noite do Calvário", em O Século;
1903 - REI MALDITO, peça popular histórica, em 4 actos, levada a cena pelo Teatro Príncipe Real;
1905 (28/4) - ALMAS DOENTES, tragédia, em 2 actos; representação no Teatro D. Maria II;
1908 (13/3) - Carta de Marx Nordau, apreciando DOR SUPREMA;
1910 (15/10) - Carta que Teófilo Braga, pedindo-lhe um prefácio para a peça MARGARIDA DO MONTE;
1912 (6/11) - Carta de Max Nordau a Marcelino Mesquita, apreciando MARGARIDA DO MONTE;
1908 - OS QUATRO REIS IMPOSTORES;
1909 - ENVELHECER, drama em 4 actos;
1910 - MARGARIDA DO MONTE, peça em 4 actos, em verso popular; episódio cortezão da primeira metade do século XVIII, representado no Teatro de D. Amélia, em Lisboa;
1911 - A MENTIRA, episódio dramático, em 1 acto, encenado no Teatro D. Amélia;
1915 (2/6) - PEDRO O CRUEL, tragédia histórica em 4 actos, encenado pelo Teatro Nacional;
1915 (8/7) - Carta de Max Nordau a criticar a obra "Pedro o Cruel";
1917 - O CÃO DO REGIMENTO, monólogo;
1917 - UM EPISÓDIO DE GUERRA, drama em 1 acto. Foi representando uma única vez no Pinhal da Azambuja, numa récita de beneficência em favor dos soldados portugueses;
↑Álvaro Costa de Matos (11 de julho de 2013). «Ficha histórica: A Paródia.»(pdf). Hemeroteca Digital de Lisboa. 1 páginas. Consultado em 19 de maio de 2014